quarta-feira, 30 de março de 2011

Para que os deputados sejam livres: petição

A Secção Portuguesa do MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO propõe que em prol de uma maior dignificação do cargo de Deputado:

- que, nas Eleições, os Deputados possam ser eleitos como independentes ou em listas não partidárias;
- que todos os Deputados, ainda que integrados em listas partidárias, respondam em primeiro lugar aos Cidadãos que os elegeram e não aos respectivos Partidos, de modo a que jamais se possa de novo ouvir um Deputado dizer que votou num determinado sentido apenas por “disciplina partidária”, como, tantas vezes, tem acontecido.

Só assim, com Deputados que livremente representem aqueles que os elegeram e que não sejam apenas uma caixa de ressonância dos respectivos Partidos, teremos uma verdadeira Democracia Representativa.
(será enviada à Assembleia da República quando tiver 4000 assinaturas)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Hora do planeta, 2011: amanhã, 26 de Março, às 20:30

Amanhã, dia 26 de Março, das 20:30 às 21:30, apaguemos as luzes eléctricas, é a hora da Terra!
Começou em Sidney, em 2007, e tem chegado a todo o mundo, esta hora sem luz eléctrica, visível do espaço.

terça-feira, 8 de março de 2011

Lealdade

Vem este "post" a propósito de uma notícia de hoje, no jornal: a Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) chamou Ernesto Paiva, professor, o qual coordenava, desde 1996, a Equipe de Apoio às Escolas de Coimbra e anunciou-lhe, lealmente, olhos nos olhos (presumo!) que estava demitido daquele cargo. O professor tinha assinado, nessa qualidade, um documento crítico do sistema de avaliação dos professores e a DREC considerou que ele faltara ao "dever de lealdade".
A forma mais simples de aceder ao conceito de lealdade é a partir do seu contrário: a traição. Imaginemos um rei medieval que parte em guerra contra um poderoso conde e imaginemos que um dos seus nobres lhe diz -- lealmente -- que não concorda com essa guerra, que o não vai ajudar. Imaginemos ainda que o rei tem, nas mãos, o poder de o mandar matar por traição, por deslealdade. Não o mataria, se fosse leal à sua condição de rei, não precisaria de aceder, como fiz aqui, ao conceito contemporâneo de lealdade, onde encontraria
   s.f. Franqueza; sinceridade. Retidão; probidade.
sendo que probidade quer dizer  
   Retidão ou integridade de caráter; honestidade; pundonor, honradez.
Decerto agradeceria ao seu leal servidor a franqueza de lhe ter exposto a sua opinião. Desleal seria quem pela frente concordasse com ele e, dissimuladamente, o traísse.
A lealdade, que nas sociedades hierarquizadas pode ser vista em relação ao seu senhor, nas sociedades democráticas pode ser vista em relação a princípios: leal à verdade, leal à liberdade, leal à democracia...
No caso concreto, o funcionário estava a ser leal à eficácia e justiça do sistema de avaliação: tinha-se apercebido de que, trabalhando a maior parte do seu tempo na DREC e apenas leccionando uma hora e meia por semana, a sua actividade como professor iria ser avaliada em "quatro dimensões e segundo 39 indicadores e 72 descritores" e criticou, lealmente, a burocracia do sistema, a sua falta de bom senso. 


O que quero dizer é que a lealdade mal entendida pode ser usada como desculpa para a cobardia dos subordinados e para a prepotência dos poderosos. E uma sociedade em que se prescinde das percepções do povo é muito pobre e, seguramente, não democrática. Critiquei aqui a eleição de José Sócrates com apenas um voto contra, no congresso do P.S. de há dois anos e a situação não melhorou: a lealdade deve ser para com os princípios do partido, não para com o seu chefe como pessoa. Um militante leal deve criticar o partido, é a forma de ele, partido, se manter fiel a si mesmo, aos seus princípios; até a lealdade ao chefe, bem entendida, traz o dever de o criticar, a única forma que o chefe tem de ver se se mantém fiel ao seu partido ou se está a derivar para o autoritarismo. O que creio ser verdade para qualquer organização: para a nossa Câmara Municipal, por exemplo.


Ontem, num jantar pré-congresso do PS, em Viseu, alguns jovens, desajeitadamente, quiseram falar e foram expulsos pelos seguranças, não estavam a cumprir a burocracia. Talvez no tempo do rei do meu exemplo, em que a coragem deles ainda teria tido mais valor, o rei ordenasse aos guardas que deixassem os bobos falar, talvez ele usasse as críticas deles para reflectir, talvez, até, admirasse a coragem desses jovens. Ontem o "rei" sorria enquanto eles eram expulsos ... mas só esses actos desajeitados nos poderão trazer, de volta, a democracia.
E a imaginação criadora de gente como Os Homens da Luta:-) . A 12 de Março o regime começa a cair.
O que vier será uma democracia, os portugueses amam demais a liberdade, toleram qualquer governo...mas estão a acordar!