sexta-feira, 27 de maio de 2011

Coisas para pensar: Procure a origem da madeira

Maria do Espírito Santo da Silva e José Claudio Ribeiro da Silva foram assassinados por defender a Terra, neste caso a Amazónia, na terça feira passada.
Os assassinos ficarão impunes; talvez se encontrem os desgraçados a quem o "serviço" foi encomendado mas não aqueles que dão mais valor ao dinheiro que à vida.
A Terra não nos pertence, nós é que pertencemos à Terra.
Oxalá a Presidenta do Brasil encontre a melhor forma de homenagear o José e a Maria, gente boa. A melhor forma seria chumbando a lei que despenaliza o desmatamento da Amazónia. Dilma Roussef  representa os brasileiros e "todo o mundo" sabe que os brasileiros amam a vida.


31 de Maio: Sinais de que não tenham morrido em vão

E, Dilma, páre Belo Monte, por favor!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Bons ventos de Espanha!

                                                     Ha empezado la revolución
palavra de ordem repetida em Madrid

A globalização da informação, que acontece com este instrumento, o Internet, é uma coisa formidável: a ideia dos direitos humanos tem avançado no mundo, sob variadíssimas formas: ainda noutro dia a opinião pública mundial salvou uns milhares de pessoas inocentes da pena de morte, em parte graças a  uma petição, cujo link também esteve neste blog, na coluna da direita. Sabemos que o progresso, a erradicação da fome, a saúde pública, a dignidade, a paz, o bem estar dos povos... passa por aqui, por esta globalização da informação. Naturalmente, as grande empresas multinacionais aproveitaram este nosso entusiasmo com a globalização para proporem aos países que abrissem as suas fronteiras à sua rapina sem controle: a globalização da Organização Mundial do Comércio trouxe empobrecimento das pessoas, no mundo, muito facilmente mensurável!
Mais de dois meses depois do 12 de Março, em que os portugueses saíram à rua para que se soubesse que estão fartos de ser mal governados, os nossos vizinhos, os espanhóis, fizeram o mesmo. Igualmente convocados pelo Facebook, os espanhóis manifestam-se em várias cidades, simultâneamente, contra o bi-partidarismo. Lá, como cá, há dois partidos que se revezam no poder e não sabem proteger os cidadãos dos grandes interesses financeiros ligados às multinacionais.
É legítimo imaginar que os dirigentes desses dois partidos estejam "comprados" pelos actuais "donos do mundo", mas também podemos imaginar que sejam ignorantes ou, simplesmente, que não tenham jeito para negociar.
É preciso ser economista para entender que a "globalização" económica está a empobrecer o Mundo. Trata-se de um conhecimento que vai contra o senso-comum, que exige a capacidade de entender modelos matemáticos e o saber distinguir entre o aumento do Produto Nacional Bruto (onde entram os lucros das multinacionais instaladas no país) e o enriquecimento real das pessoas. Exige ainda que o economista tome partido pelas pessoas. Creio que foi Warren Buffett quem disse: "está-se a passar uma luta, no mundo, entre os ricos e os pobres -- e nós estamos a ganhar!"; é o terceiro homem mais rico do mundo, grande filantropo, e pode dizer estas coisas, que os defensores da globalização económica, controlada pela Organização Mundial do Comércio, nos não dizem. Pelo contrário, investem num fortíssimo marketing que nos leva a acreditar que ela nos traz vantagens; aparentemente convenceram os nossos governantes dos últimos anos, os quais estão sempre à espera que este empobrecimento indisfarçável dê lugar a um milagroso enriquecimento.

Foi neste sentido que lhes chamei "medíocres", no último post: guiam-se pelo senso comum, o qual anda sempre uns vinte anos atrasado em relação ao bom senso, ou seja ao conhecimento científico da realidade, aquele que nos conviria que os nossos governantes tivessem!
Mas não são medíocres no sentido etimológico da palavra: não são a média porque sofrem da "doença do poder", a condição rara que os levou a esses cargos de governantes.

E este é o problema estrutural das nossas democracias representativas; como diziam os espanhóis ontem, na rua: eles não nos representam!
Precisamos de uma democracia directa ou, pelo menos, de uma lei, como há no Brasil, que obrigue todos os cidadãos a votar. É que o bom senso está a chegar às pessoas -- e quem ainda funciona pelo senso comum são os políticos! Por exemplo, as pessoas compreenderam a aritmética simples dos juros da dívida externa: compreenderam que estamos a pedir dinheiro emprestado para pagar juros e que, dentro de pouco tempo, estaremos a pedir de novo, cada vez enterrando mais a nossa economia até não conseguirmos pagar -- como já não conseguimos.
Mas os políticos que nos têm governado escandalizam-se com quem lhes diz que é preciso reestruturar a dívida, negociar os juros e os prazos de forma a que possamos crescer. É esse, porém, o bom senso, o que aparece nos artigos de economistas lúcidos.

Oxalá os dois partidos que nos trouxeram aqui, "vítimas de um credo", neste caso o do neo-liberalismo ingénuo e simplista, tenham uma derrota eleitoral histórica: seria o primeiro passo para uma nova era!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ouvir o outro

É simples má criação, não ouvir o outro quando ele quer explicar a sua posição sobre qualquer coisa.
Sobretudo depois de o acusarmos de ser responsável por algo, sem ter ouvido a versão dele, convencidos de que sabemos tudo. Os preconceitos que temos (e não conhecemos como tais) são mais fortes que os imaginamos. Podem-nos tornar surdos, incapazes de dialogar: não democratas!
De surdos passamos a ignorantes, porque ignoramos aspectos do assunto em causa, aqueles que nos recusámos a ouvir.
Logicamente, quem não souber ouvir o outro não deve ter a responsabilidade de tomar decisões que a todos interessem. Não pode ser um guia, tem que ser guiado!

Vem isto a propósito dos dirigentes dos nossos principais partidos: é uma pena que as qualidades necessárias para governar não sejam as mesmas que fazem ganhar eleições: mas não são!
Os que elegem, em congresso, o seu líder, deixam-se levar alegremente pelas qualidades de "imagem", pelo "ar" de quem está seguro do que diz e deixam passar as contradições do discurso, os sinais de que o sujeito aprendeu uns números para dar "bom aspecto" mas não perdeu tempo a meditar, reflectir, aprofundar o seu pensamento. Percebem que se trata do pensamento mais susceptível de gerar votos e votam nele -- porque o que querem dele é que tenha votos nas eleições nacionais!
Ora o que nós queremos desses dirigentes, que tanto pesam no que se passa no país, é diferente. A nós nada interessa que a criatura tenha perdido muito tempo (e gasto muito dinheiro com assessores de imagem) a engendrar uma estratégia de convencer os eleitores a votarem nela. Interessa-nos que ela tenha aprofundado o seu conhecimento sobre a situação do país e reflectido nas possíveis soluções.
Nem pedimos competência técnica -- ela terá, para governar, os melhores técnicos -- pedimos que tenha um pensamento claro e, sobretudo, um pensamento que resultou de ouvir muitos outros, sem preconceitos.

Oxalá os portugueses sejam capazes de ser imunes ao marketing, a todo o ruído que acompanha as eleições, às acusações mútuas e a outras perdas de tempo, e escolham o pensamento que lhes pareça fazer sentido. Para o eleitor e para Portugal.
Por mim, leitor, tenho a certeza -- depois de os ouvir! -- que não votarei nos dois principais partidos, naqueles que nos trouxeram aqui: ainda podem fazer mais estragos à nossa democracia!

Imaginemos, leitor --oh! hipótese absurda! -- que os candidatos a responsáveis pelos nossos destinos colectivos sentiam a necessidade de se instruir, de saber em que mundo estão e que, em vez de perderem o seu tempo a ensaiar a roupa com que se apresentam, a forma de falar, etc, ouviam, por exemplo, esta conferência, no YouTube. O mundo mudaria!
O que podemos fazer? Podemos não votar em criaturas medíocres, em criaturas a quem não interessa ouvir, só falar! (ou que, quando excepcionalmente ouvem, ouvem sobre técnicas de venda da sua imagem, técnicas para vencer, enriquecer). Entretanto, o empobrecimento global cresce.

E um artigo optimista, num blog, precisamos!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Empréstimo de ajuda a Portugal: taxa entre 5,5 e 6%!

Fará sentido falar em ajuda com esta taxa de.juro e com tantas chantagens: para que alteremos as leis laborais, benificiemos (ainda mais!) quem mais poderia pagar impostos, para que o Estado privatize empresas rentáveis, para que favoreça as companhias de seguros, os negócios com a saúde e com a educação?
Fará sentido gabarmo-nos do resultado da nossa má gestão da coisa publica?