sábado, 8 de novembro de 2014

Solidaritat

Se uma maioria de pessoas quer fazer um referendo, ele deve ser feito. Os catalães fá-lo-ão, porém, sem a aprovação do governo de Madrid, ao contrário do que se passou na Escócia. E chamando-lhe outra coisa!
Também nós pertencemos a Hispania romana, é-nos fácil sentir solidariedade com esse povo longínquo que se não conseguiu libertar dos Filipes mas cuja luta nos ajudou.
O espírito da Contra-Reforma ainda faz parte da nossa cultura, a liberdade e a responsabilidade individuais, na Península Ibérica e nas Ilhas Britânicas, são bem diferentes-- mas estão nos nossos genes!
Se o povo da Catalunha quiser ser independente, quem o quiser impedir não o respeita. O povo é soberano, as instituições existem para o servir.
Que o dia de amanha, e todo o processo, se passe em Paz; a maioria quer a Paz, é sempre uma minoria quem quer impor os seus conceitos com violência.
Manifestantes com T-shirts amarelas e vermelhas na Diagonal de Barcelona


domingo, 2 de novembro de 2014

Ainda sobre a revolução dos guarda-chuvas, em Hong-Kong

Quando falamos da persistência em projectos a longo prazo dizemos "paciência chinesa"; e bem! A historia recente da China, a da recuperação do seu lugar no mundo, partindo da humilhação (ainda há menos de cem anos) a que os europeus, sobretudo os ingleses e os franceses, a sujeitavam, deu razão ao ditado.
90% dos manifestantes, pacíficos, civilizados (tanto que não teem directório, são um exemplo de anarquia a funcionar bem) dizem-se dispostos a ficar na rua durante um ano, se for preciso. Mas, em Pequim, ou mesmo em Hong-Kong, as autoridades chinesas devem ter o mesmo espírito: a certeza de ter razão e a "paciência chinesa".
Lá, como em todo o mundo, como cá, os "representantes do povo" sentem-se no direito de o ouvir apenas de quatro em quatro anos, ou coisa assim. E o povo sente que os seus "representantes" representam, de facto, aquilo a que se vai chamando "os 1%", a Plutocracia, a oligarquia financeira internacional, apostada em confirmar, no século XXI, a previsão do século XIX, de Karl Marx, de que o sistema capitalista seria o seu próprio coveiro.
Também com paciência chinesa, o capitalismo resistiu a todas as revoluções e está, enfim, pronto para se deitar na cova que tão pacientemente cavou.

Entretanto, armemo-nos de paciência chinesa e "sejamos excelentes uns com os outros", Be excellent for each other!
Gostei de um cartaz que reza assim: SE NÃO SABES DO QUE ESTAMOS A FALAR, DESLIGA AS NOTICIAS!

Vale a pena conhecer as opiniões de Thomas Jefferson sobre o problema, há mais de 200 anos. Trata-se de um dos pais fundadores do sistema de governo representativo, que foi tomado de assalto pela oligarquia financeira, mas que os EUA continuam a propagar pelo mundo com o nome de "democracia":

If the American people ever allow private banks to control the issue of their  currency, first by inflation, then by deflation, the banks…will deprive the people of  all property until their children wake-up homeless on the continent their fathers conquered…. The issuing power should be taken from the banks and restored to the people, to whom it properly belongs. – Thomas Jefferson in the debate over the Re-charter of the Bank Bill (1809)
“I believe that banking institutions are more dangerous to our liberties than standing armies.” – Thomas Jefferson
… The modern theory of the perpetuation of debt has drenched the earth with blood, and crushed its inhabitants under burdens ever accumulating. -Thomas Jefferson

Traduzido:

Se o povo americano alguma vez permitir aos bancos privados que controlem a emissão de moeda, primeiro por inflação, depois por deflação, os bancos... privarão o povo de toda a propriedade até que os seus filhos acordem sem abrigo, no continente que os seus pais conquistaram... o poder de emitir moeda deveria ser tomado dos bancos e restituído ao povo, a quem pertence de direito. -- Thomas Jefferson, no debate sobre a reforma da lei dos bancos (1809)
Acredito que as instituições bancarias são mais perigosas para as nossas liberdades que os exércitos de plantão. -- Thomas Jefferson
... A moderna teoria da perpetuação da divida encharcou a terra com sangue, e esmagou os seus habitantes sob fardos sempre se acumulando,- Thomas Jefferson