A democracia e as eleições são invocadas para justificar a sua neutralização. O poder económico, que nada tem a ver com o voto, é quem escolhe os deputados que se hão de apresentar a votos --salvo raras excepções, as quais servem o propósito de nos deixar, adormecidos, convencidos que vivemos em democracia. A "ciência" do marketing, que se desenvolveu muito nos últimos anos, é o substituto da velha censura, caída em desuso.
A entronização de José Sócrates, num congresso/espectáculo em que nada foi discutido e em que só houve um (1) voto contra, foi a campainha de alarme que todos ouviram. Mas, assim como se costuma dizer que "o maior cego é o que não quer ver", também este alarme só foi ouvido por quem se lembra do tempo de Salazar e pelas pessoas que se esforçam, todos os dias, por resistir ao marketing da sociedade de consumo e por se manterem acordadas quando todos dormem os sonhos que lhes vendem.
O P.S., o maior partido da nossa democracia, deu-nos o espectáculo da sua neutralização enquanto partido de gente livre, capaz de pensar, de discutir, de ser responsável pela governação do país. E desde os anos 30 que não estávamos, no mundo, em tempos tão perigosos, em tempos que tanto peçam que se pense, que se aja, que se discuta, com a lucidez toda, completamente acordados!
"Em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão". A Europa, onde encostamos a cabeça adormecida, corre o risco de se desagregar ou de se transformar num Império, democrata de nome, como era o de Napoleão, que para aqui mandou tropas (soube que vai haver uma exposição em Santo Tirso sobre a nossa resistência de guerrilha, nesse tempo-- vem a propósito!). O euro pode não resistir aos investimentos europeus a Leste e à necessidade de investimento público em toda a parte.
Nos Estados Unidos o investimento público continua a ser discutido ao cêntimo. Procura-se que seja libertador, em energias alternativas, em investigação, em saúde, em educação. Em Portugal ele é sinónimo de obras públicas, de ajuda a empresas sem futuro com a desculpa de "salvar" empregos, a bancos de grandes fortunas -- tudo às claras, os nossos "representantes" rejeitaram no Parlamento, por exemplo, a lei anti-corrupção de João Cravinho, o qual já nem esteve neste congresso. O sistema ainda está vestido de democracia, usa o nome e as eleições para ser bem aceite: mas as condições económicas deste tempo em que estamos nem nos anos 30, os que trouxeram os fascismos às democracias europeias, têm um equivalente à altura, é possível que perca a farpela e, nessa altura, é melhor continuar a dormir, para não ir preso!
Nos Estados Unidos o investimento público continua a ser discutido ao cêntimo. Procura-se que seja libertador, em energias alternativas, em investigação, em saúde, em educação. Em Portugal ele é sinónimo de obras públicas, de ajuda a empresas sem futuro com a desculpa de "salvar" empregos, a bancos de grandes fortunas -- tudo às claras, os nossos "representantes" rejeitaram no Parlamento, por exemplo, a lei anti-corrupção de João Cravinho, o qual já nem esteve neste congresso. O sistema ainda está vestido de democracia, usa o nome e as eleições para ser bem aceite: mas as condições económicas deste tempo em que estamos nem nos anos 30, os que trouxeram os fascismos às democracias europeias, têm um equivalente à altura, é possível que perca a farpela e, nessa altura, é melhor continuar a dormir, para não ir preso!
…e neste contexto, poderemos falar do Anonimato:
ResponderEliminar- Na sequência de Cartas Anónimas, podem surgir processos judiciais…
- O Anónimo diz o que lhe apetece, livremente, sem ter medo de ser baleado em plena via pública…
- O Anónimo que denuncia, é poderoso, porque não teme o poder dos poderosos.
- O Anónimo poderá ser irresponsável e mentiroso.
- O Anónimo poderá ser responsável e verdadeiro.
- Quem se identifica terá de ser, forçosamente, “diplomático” ao denunciar.
- Quem se identifica terá de ter, forçosamente, algum “medo” de denunciar.
- O Anónimo poderá não ser um cobarde, assim como a gazela que foge do leão não o é.
Agora, continuar a dormir é que não!!!
Não sou anónimo, meu caro anónimo! Nem suficientemente inteligente para ter a certeza de que está do lado da democracia e não do da "democracia": tempos difíceis para quem gosta de entender as coisas! Há muito barulho!
ResponderEliminarAcho a liberdade de expressão, anónima ou não, fundamental.
Uma coisa são artigos de opinião, que não passam de opiniões, outra investigações jornalísticas publicadas num jornal, que têm que ser sobre factos, o jornalismo está sujeito a leis e, hoje em dia, ensina-se em faculdades (visitei a de Santiago, projectada por Alvaro Siza, coisa imponente!).
Ora vi publicado--e não vi desmentido --que o pedido ao Ministério do Ambiente para construir o Freeport (uma grande área) foi indeferido pelo técnico que o recebeu, o qual se limitou a ir consultar o mapa das áreas protegidas e viu que era impossível. Depois os seus chefes passaram-lhe por cima, deferiram o pedido. Se fosse em Santo Tirso, descoberto o erro, ir-se-ia destruir toda aquela área construída e repor a vegetação sacrificada. Acha que deveria ter escrito isto anónimamente, creio.
É bem possível que tenha razão, aqui fica a experiência :-)