sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A "engenharia financeira" é um truque de ilusionismo que consiste em tirar dinheiro da cartola vazia --todos viram que estava vazia! -- e em convencer o público de que o dinheiro surgiu do nada. É praticada por engenheiros civis, como o nosso primeiro-ministro, a quem foram dados trabalhos de economista. Eles "criam", fazem "obra", e, antes que o público perceba que o dinheiro vinha afinal da dívida pública, que aumentou na exacta medida do que saíu da cartola, antes que perceba que vai pagar juros e perder crédito e que terá que a amortizar, antes que o público perceba que o dinheiro não foi criado do nada, já o espectáculo acabou e estão outros actores em cena.

Mas "ele" há públicos mais exigentes que outros. Nós, os portugueses, somos muito bondosos com os comediantes, nada exigentes. Andam-nos a vender a social-democracia há mais de trinta anos e nós fingimos que não percebemos que o produto é falso, fingimos que não sabemos que nos países onde ela existe se vive incomparavelmente melhor.

O que se passa é que o produto verdadeiro exige cidadãos atentos, muito atentos a como se gasta o seu dinheiro, "forretas" mesmo. Só assim se consegue ter transportes públicos baratos, água barata, etc.

Se até os cidadãos mais responsáveis, como os empresários (com excepções de se lhe tirar o chapéu!), acham que o Estado é uma fonte inesgotável de dinheiro, fonte onde nos podemos abastecer conforme as nossas necessidades, sem consequências nenhumas, que esperar dos menos responsáveis? Do pessoal dos partidos, por exemplo, que não vê nenhum problema em criar um emprego para a filha da prima? Um? ... se a fonte nunca seca, porque há de haver moderação?


Um dia --não creio que seja já neste Domingo :-) -- havemos de parar de deixar os nossos créditos por mãos alheias. Oxalá não seja tarde de mais.

4 comentários:

  1. PS, PS com D, venha o diabo e escolha!

    Muda de vida!

    Vota CDU / Partido Comunista Português + Partido Ecologista "Os Verdes"

    Coligação Democrática Unitária/PCP-PEV ------- X

    ResponderEliminar
  2. Tecnologia de ponta do TGV???? Isto é que é preciso divulgar!
    LNT

    ResponderEliminar
  3. «Oxalá não seja tarde de mais.» Se me permite, meu caro, considero que nunca será tarde de mais para mudar. Para melhor, muda-se sempre. Agora apetece-me filosofar, criando o seguinte: (ou será que já alguém o disse?) - A mudança é intemporal! O problema aqui, neste canteiro de Bruxelas é que os jardineiros têm de fazer a vontade aos patrões da Europa. É por isso que penso que não se pode parar de deixar os nossos créditos por mãos alheias. E como faz toda a diferença o governar do governar-se...Aquele abraço do Francisco.

    ResponderEliminar
  4. Como todos os europeus, temos que nos proteger das multinacionais, que têm "influencia" sobre os governos, desde as decisões da Comissao Europeia até às das juntas de freguesia, os interesses delas indicam o caminho. Oxalá o Parlamento Europeu esteja à altura do hercúleo fardo de nos proteger. É que "eles comem tudo" e não deixam nada. Deixarão o planeta um deserto se não os pararmos a tempo. É, Francisco, o tempo conta!

    ResponderEliminar