terça-feira, 24 de novembro de 2009

Não tenha medo da gripe

Não posso dizer que este depoimento da ex-ministra da saúde da Finlândia, Dra. Rauni Kilde, seja "a verdade" sobre o assunto mas certamente posso aconselhar as pessoas a verem-no, antes que saia do YouTube, antes que seja censurado, embora, como já foi dito num "post" de há dois anos, hoje em dia a censura tenha sido substituída pelo dilúvio de informação falsa. A verdade não é censurada, pode ser dita, temos acesso, teoricamente, a ela. O que acontece é que se trata de procurar agulha em palheiro, a desinformação enche os nossos jornais, inunda os nossos ecrãs e esconde a verdade, que continua à vista, apenas mais difícil de encontrar, escondida no meio da palha.

Acrescento este "link", em 14 de Jan de 2010, oxalá as instituições europeias descubram a verdade.

domingo, 15 de novembro de 2009

Respeito e compaixão

Ir para lá da tolerância, apreciar o outro

A carta da compaixão pretende ir ao cerne do religioso, de todas, as religiões.
O "Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti" que nos ensinaram em pequenos poderá ser "trata os outros como gostarías de ser tratado".
Talvez todas as religiões tenham a compaixão como valor central. "Si non e vero e bene trovato", uma bela teoria!
Uma prática! Acreditar, primitivamente, significava amar, não tinha a conotação de tomar como verdade o que não está demonstrado, que tem, hoje, entre nós.
Mais de 17000 pessoas já afirmaram a carta.

sábado, 7 de novembro de 2009

A verdade existe (tempos de mudança IV)


Começámos a pensar, de novo, que a verdade nos possa interessar.
O relativismo, a crença de que a verdade é relativa, de que não existe, de que há "verdades" assim como há opiniões, tem sido o senso comum dos últimos anos mas há sinais de que os tempos estão a mudar.
Todas a civilizações bem sucedidas valorizaram a verdade. Não é preciso ir ao extremo oriente, onde alguém que perdesse a honra, que tivesse mentido ou faltado à palavra dada, chegava ao ponto de se suicidar, de fazer "harakiri".
Ainda no século passado, na nossa região, um burguês que não conseguisse cumprir os seus compromissos comerciais e fosse à falência podia chegar ao suicídio, incapaz de viver com a sua honra ferida. Mas não nos últimos anos, antes pelo contrário. O senso comum tem valorizado quem sabe mentir com eficácia, quem sabe roubar milhões sem ser apanhado.

A Constituição americana, anterior à Revolução Francesa e "fundadora" das democracias modernas, como a nossa, enfatizou a importância da opinião pública, sem a qual não poderia haver democracia.
E pôs os jornais, onde os assuntos se discutiam e os leitores eram também escritores, como um dos pilares da nova ordem social. Esta, como se sabe, era a ordem burguesa, a do novo grupo dominante, gente que lia o jornal. Como se sabe também, "não há direito sem força" e o novo direito era bem diferente do anterior, aplicando-se a todos os "cidadãos", enquanto o anterior era diferente para a nobreza, para o clero e para o povo, cada classe com os seus tribunais (ainda temos os tribunais militares, os militares ainda são uma classe à parte!).
Foi com a intenção de contribuir para a democracia, para a opinião pública, que apareceu este blog, tão mal sucedido no seu propósito! Nem nos blogs nem nos jornais se discutem os assuntos públicos.
Vou propor ao leitor um assunto para discussão que qualquer leitor de jornais, mesmo sem o curso dos liceus, poderá acompanhar e que me parece ser pertinente.
Face aos casos de corrupção que estão a ser investigados, fala-se, à boca cheia, de promiscuidade entre o poder económico e o poder político. Parece haver muitos casos em que as decisões políticas mais convenientes aos negócios são compradas.
Aqueles que encarregámos de gerir a os nossos interesses colectivos, em Lisboa ou nas autarquias, gerem, muitas vezes, os seus interesses pessoais, à custa dos dinheiros públicos.
Isto sempre se passou --mas numa outra escala -- e a minha tese é a de que há uma relação entre estes biliões de euros públicos desperdiçados, entre esta dívida portuguesa em aumento mais que preocupante, e o relativismo.
O relativismo é a tese de que não existe a verdade absoluta, há apenas verdades relativas. Faz parte do pensamento contemporâneo e terá aparecido quando as ciências humanas foram consideradas ciências e nos apercebemos de que as outras culturas funcionavam bem com valores diferentes dos nossos: dentro dos nossos valores, dos direitos humanos, do respeito pelo outro, tivémos que aceitar que o que é verdade numa cultura pode não ser noutra.
A verdade seria relativa. Coisas como a teoria da relatividade ou a teoria da incerteza de Heisenberg contribuíram para lançar a confusão em cidadãos que não são antropólogos de formação nem físicos teóricos.
Perdoe-me o leitor uma ilustração que parecerá uma divagação:

Nos primórdios da física moderna, enquanto os portugueses descobriam continentes e contribuíam para que aparecesse a ideia de que a verdade era para ser "descoberta" em vez de ser lida na Bíblia ou nos escritos de Aristóteles, Kepler arranjou emprego como ajudante do astrónomo mor do Império austríaco. Kepler tinha lido a tese de Copérnico de que a Terra e os planetas conhecidos (menos o nosso satélite) andavam à volta do Sol mas a "verdade" da Igreja, que dispunha da Inquisição, com fogueiras e tudo, era ainda a de que a Terra estava no centro do Universo, que à volta dela girava.
Kepler aceitou o trabalho de explicar matematicamente os movimentos retrógrados aparentes dos planetas mantendo a Terra no centro, no que passou meia dúzia de anos, sem o conseguir, claro, até que o astrónomo mor morreu e ele herdou o cargo e as anotações de anos de obsevação da posição dos planetas; tratou de aplicar a teoria heliocentrica, com órbitas circulares, a esses dados mas descobriu que havia pequenos erros: as órbitas não pareciam ser circulares, antes ovóides e escapavam a uma explicação geométrica. Mais uns anos e, graças a um trabalho de Thico Brahe, imaginou que as órbitas seriam elipses e que o Sol estaria num dos seus focos: foi experimentar e todas as posições, anotadas ao longo de tantos anos, batiam certo: era assim! Imagine-se o extase de descobrir a verdade! Há biliões de anos que era assim, a verdade existia, embora só agora fosse descoberta.
A verdade é complexa, não é aquilo que esperamos que seja, Kepler esperava uma circunferencia e achou uma elipse...mas existe!
Deixou os livros para serem publicados depois da sua morte, embora tivesse vivido no século XVI e XVII, já era um burguês, como nós, lia o jornal, não estava interessado em ser herói, em morrer às mãos da Inquisição.

No tempo de Kepler havia mentirosos, decerto, mas não eram gente "honrada", considerada. Os cardeais que combatiam o heliocentrismo eram apenas ignorantes, acreditavam na verdade revelada em vez de acreditar na verdade descoberta. Mas ninguém acreditava que houvesse várias verdades.
Face à complexidade da ciência actual (a matemática do caos, por exemplo), a verdade parece inacessível. Porém, o facto de a não conhecermos não nos permite decretar que seja inacessível, muito menos que não exista.
É, apesar disso, o que pensa, hoje, o senso comum, que chama fundamentalistas, obcecados pela verdade, aqueles que não aceitam o relativismo como uma verdade absoluta! E há, desde há muito, quem se aproveite dessa preguiça de procurar a verdade: Hitler tinha um ministro da "propaganda", técnica inventada nessa altura, que dizia que uma mentira suficientemente repetida se transforma numa verdade(!). Salazar ou Stálin não andavam longe. Nem os governantes do nosso tempo, que pagam a empresas de marketing para convencer os cidadãos das "verdades" que lhes convêem. E como se repetem!
É de louvar os pequeninos sucessos das investigações policiais que descobriram que há políticos corruptos. É legítimo pôr a hipótese de que a verdade esteja debaixo de toneladas de marketing, de toneladas de betão das obras com que terão encoberto o seu verdadeiro propósito: a percentagem, sob formas diversas, que lhes coube, pessoalmente, por terem tomado a decisão política de as realizar.
E, como não há direito sem força, cabe-nos, à opinião pública, fazer força para que as investigações, anos e anos de esforço, sejam feitas, para que se procure a verdade. Foi de boa fé que se decidiu fazer um aeroporto, uma linha de combóio, uma auto-estrada, um hospital privado, um empréstimo, criar um cargo público? Ou foi para um lucro pessoal ou partidário, de prestígio, de influência ou mesmo monetário? A verdade existe, mesmo que a não conheçamos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Faltam 35 dias

Dento de 35 dias, em Copenhaga, decide-se se continuamos como planeta vivo, se mudamos o rumo ao abismo que é o nosso, ou se nos deixamos morrer, "confortavelmente".
Um dos maiores poluidores do mundo é o Brasil, com a deflorestação da Amazónia, as queimadas.
Soya field. It is illegal in Brazil to destroy Brazil nut trees so  they are left standing when the forest is cleared. Many of the Brazil  nut trees die from the fires that are used to clear the forest.
Esta nogueira no meio de um campo de soja está lá porque uma lei proíbe destruir as nogueiras.
Como entre nós uma lei antiquíssima proíbe destruir os sobreiros. Imaginemos, então, que em Copenhaga se consegue proteger, por lei, o planeta TERRA.
Acontece que não temos outro, para nos mudarmos. É connosco!