terça-feira, 30 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Greve geral

A beleza da floresta pode ser invisível a quem vê a beleza de uma arvore.
O nosso mundo começa por ser o berço e os nossos pais. Ajudados por todos,os que são vivos e os que já morreram, acabamos tendo consciência de que é um planeta, sozinho no imenso e gélido espaço, numa viagem misteriosa, "a nave espacial chamada Terra", como disse Buckminster Fuller.
Este talvez seja o conhecimento mais importante, o primeiro a ter: a medida imensa da nossa ignorância. O segundo talvez seja o de saber distinguir muito bem o conhecido do desconhecido. Porque a situação de ignorantes nos leva a ter crenças que preencham a imensidão do desconhecido: não faz mal desde que saibamos distinguir as nossas crenças dos nossos conhecimentos.
A recente descoberta cientifica de que mais igualdade torna as sociedades mais fortes, de que, nos países em que a desigualdade de rendimentos entre os cidadãos mais pobres e os mais ricos é maior, são maiores os índices de criminalidade, a prevalência das doenças, assim como é menor a longevidade, a literacia, etc é um conhecimento, não é uma opinião política.
Um conhecimento que nos obriga a agir. Por exemplo a apoiar a greve geral marcada para o dia 24 deste mês. O governo pretende continuar a dar benefícios fiscais aos bancos e às grandes companhias que têm grandes lucros e a aumentar os impostos dos mais pobres e isto não é uma opção económica: é um erro! Da mesma maneira que dizer que 6+5 são 12 não é uma opinião, é um erro!
Eu gostaria que, no dia 24, os funcionários públicos não funcionassem, os professores parassem de tentar ensinar, os operários parassem as obras, os centros comerciais tivessem que fechar por um dia e os portugueses parassem para tomar consciência do caminho errado que os seus encarregados de governar tomaram.
Gostaria de ouvir Portugal dizer, com voz "régia": "Não! Não vou por aí!"

sábado, 20 de novembro de 2010

560

Parece que o problema foi macroeconómico, passe o palavrão. Sendo um país pobre, entrámos no euro, que é uma moeda forte. Tornou-se mais difícil exportar, mais fácil importar e as empresas viradas para o mercado interno de bens não transacionáveis foram as mais rentáveis: a construção, a distribuição, nada que traga dinheiro do estrangeiro. Ora todos os economistas concordam que precisamos de exportar e até temos uma vantagem: temos dos salários mais baixos da Europa, podemos exportar para a zona euro. 
Diga-se de passagem que é uma grande aldrabice dizerem-nos que precisamos de baixar os salários!
Como ajudar as empresas que produzem bens transacionáveis, evitando que despeçam gente e incentivando-as a lançarem-se na exportação? Comprando produtos portugueses, ao mesmo tempo evitando fazer mais dívida externa. Todos os países fazem isso, não se trata de criar alfândegas, apenas de preferir os produtos nacionais. Estes, no código de barras, começam normalmente por 560. Verifiquemos!

Fogo

Da terceira parte da "Mensagem" de Fernando Pessoa, 
do número III. Os Tempos: 

sábado, 13 de novembro de 2010

A tertúlia de ontem, no Cidnay

O convidado era Mário Dorminsky, que escolheu como tema esta crise, crise, crise por que ora passamos (se é que é para passar, porque estamos na noite, e só a experiência de que haverá um novo dia nos impede de desesperar). É um sujeito "bem nutrido", simpático como todos são, e partilhou com os presentes as suas reflexões com liberdade e à vontade. Tem esperança no potencial turístico de Portugal, propõe que imitemos os espanhóis, que sabem tirar partido de tudo muito melhor, e ele sabe do que fala: ele e a mulher criaram o "Fantas", do nada! Disse, por exemplo, que o orçamento para a recuperação do património arquitectónico é de 31 mil euros; custa a acreditar que haja uma estratégia de desenvolvimento turístico na cabeça dos nossos governantes, se esse número não for engano: mas contou como a baixa do Porto se recupera a partir do lazer, dos pubs, da noite, passando ao lado de qualquer ajuda do Estado. Falou-se do sucesso dos portugueses no estrangeiro, de como são diferentes deixando de estar tolhidos por esta burocracia que temos e, também, por esta distância social entre as pessoas, coisa que o tempo e as novas gerações hão de ultrapassar, espero, mas que é, de facto, pesada! Houve tertúlia, conversa, embora muito menos que o desejável -- na próxima haverá mais! A Organização da Associação Amar Santo Tirso está de parabéns porque é o nosso tempo, o tempo de acordar da população civil. Todas as oportunidades são boas para tomarmos consciência do exagero de descaminho dos dinheiros públicos. Parece que terá sido Eça de Queirós quem disse que os políticos e as fraldas devem ser mudados amiúde e pelas mesmas razões. Há que experimentar as fraldas do século XXI, será altura de deixarmos de usar as do século XIX. Uma ideia que deixo à Associação é a de convidar um Presidente da Câmara português de uma qualquer terra de uma qualquer democracia do mundo -- já são bastantes-- para nos vir falar da sua experiência. Enquanto "Deus não dá licença que partamos", podemos preparar a viagem para um Portugal renascido, amenizando a "noite" com umas tertúlias interessantes, como esta foi!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tertúlias de café: a primeira é no Cidnay, dia 12 pelas 21:30

 Recebi, por e-mail, este
COMUNICADO
  
Organização da Associação Cívica AMAR SANTO TIRSO
I Ciclo de Tertúlias "Conversas de Café"
A Associação Cívica "AMAR Santo Tirso" promove na próxima sexta-feira, 12 de Novembro, pelas 21.30 horas, no Hotel Cidnay, a primeira conferência no âmbito do I Ciclo de Tertúlias, intitulado "Conversas de Café". O orador convidado é o conhecido intelectual e homem de cultura, Mário Dorminsky, criador e fundador do festival de cinema fantástico "Fantasporto". Este Ciclo de Tertúlias, com periodicidade mensal, terá como locais os cafés de referência da cidade. Para as próximas sessões estão já confirmados os nomes do empresário António Souza-Cardoso e do jornalista Manuel António Pina.