A beleza da floresta pode ser invisível a quem vê a beleza de uma arvore.
O nosso mundo começa por ser o berço e os nossos pais. Ajudados por todos,os que são vivos e os que já morreram, acabamos tendo consciência de que é um planeta, sozinho no imenso e gélido espaço, numa viagem misteriosa, "a nave espacial chamada Terra", como disse Buckminster Fuller.
Este talvez seja o conhecimento mais importante, o primeiro a ter: a medida imensa da nossa ignorância. O segundo talvez seja o de saber distinguir muito bem o conhecido do desconhecido. Porque a situação de ignorantes nos leva a ter crenças que preencham a imensidão do desconhecido: não faz mal desde que saibamos distinguir as nossas crenças dos nossos conhecimentos.
A recente descoberta cientifica de que mais igualdade torna as sociedades mais fortes, de que, nos países em que a desigualdade de rendimentos entre os cidadãos mais pobres e os mais ricos é maior, são maiores os índices de criminalidade, a prevalência das doenças, assim como é menor a longevidade, a literacia, etc é um conhecimento, não é uma opinião política.
Um conhecimento que nos obriga a agir. Por exemplo a apoiar a greve geral marcada para o dia 24 deste mês. O governo pretende continuar a dar benefícios fiscais aos bancos e às grandes companhias que têm grandes lucros e a aumentar os impostos dos mais pobres e isto não é uma opção económica: é um erro! Da mesma maneira que dizer que 6+5 são 12 não é uma opinião, é um erro!
Eu gostaria que, no dia 24, os funcionários públicos não funcionassem, os professores parassem de tentar ensinar, os operários parassem as obras, os centros comerciais tivessem que fechar por um dia e os portugueses parassem para tomar consciência do caminho errado que os seus encarregados de governar tomaram.
Gostaria de ouvir Portugal dizer, com voz "régia": "Não! Não vou por aí!"
Por amor de Deus!! Basta dizer que é a favor da greve geral porque o governo se não atreve a beliscar as grandes fortunas. Arvore, floresta, berço, o desconhecido, o livro do Buckmister Fuller, a referência ao José Régio... eu até concordo com a greve geral, mas não me dê tanta palha, por favor!
ResponderEliminarÉ o que há, meu amigo! Governo e oposição só têm palha para lhe dar...aproveite para ver a floresta, não se limite às suas crenças, ele há mais para comer, além do que nos dão!
ResponderEliminarUma boa notícia: O FMI declarou que na origem de crises como a nossa e a de 1929 está um período de grandes desigualdades de rendimentos. O estudo refere-se, como o que citei, ao fosso entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres. Propõe como remédio diminuir esse fosso. Eis um FMI inesperado, acertado!
ResponderEliminarNo contexto político actual, se quiser, realmente, ver reduzida a desigualdade de rendimentos, terá de votar num dos partidos vulgarmente designados por "de extrema esquerda".
ResponderEliminarE escusa de ter medo disso porque nunca chegaremos, sequer, perto de nos tornarmos um país comunista...
Votar no PCP, por exemplo, é, apenas, pedir, democraticamente, para que, no que diz respeito às políticas de governação, sejam dados "três passos" para a esquerda, sabendo que, em resposta, quanto muito, poderá vir a ser dado um "pequeno passo" nessa direcção.
Ou seja, para ter direito a "um", terá de pedir "três".
Em alternativa, poderá, por exemplo, acreditar que a solução passa por iniciativas cívicas do tipo das do "Banco Alimentar".
Sinceramente, não acredito que seja esse o caminho para a redução das desigualdades de que fala...
Obrigado por comentar. O que tenho medo é de que este governo se continue a governar porque não somos um país rico, que se possa dar a estes luxos.
ResponderEliminarEu sei que os partidos comunistas no poder nem ao socialismo chegaram (embora Stálin decretasse que a URSS lá tinha chegado).
Parece que o PCP defende que se construa uma linha de combóio, que custa biliões de euros, para Madrid, com locomotivas que usam uma técnica antiquada em relação ao Alfa Pendular e que, a parar em Evora e Badajoz, não atinge as velocidades máximas, não tem vantagem sobre o dito pendurar, que não precisa de uma linha tão cara. Precisamos de investimentos em linhas de caminho de ferro mas para mercadorias e para ligações de passageiros dentro do pais. As parcerias publico privadas sao hipotecar o futuro.
Espero que ponham os impostos aos bancos e grandes empresas na mesma percentagem das pequenas e medias, mas, se ganharem, vão ter tanto trabalho a convencer os capitalistas que não há perigo que duvido tenham coragem de lhes tirar os benefícios fiscais de que gozam.