Tenho um heterónimo que exegesa Fernando Pessoa continuamente mas não consegue ser tão claro como ele, claro!:
Portugal está no limiar de uma transformação estrutural. São tempos de mudança em todo o mundo mas, para nós, é mais que o fim da Revolução Industrial (que mal fizémos): é um renascimento, o que se aproxima!
Por ora reina a calma, Portugal sonha, dorme, terá mais um Natal triste, nos shoppings, nas catedrais do consumismo moribundo.
Para o antiquíssimo pensamento chinês, o excesso de yang gera o yin, e vice-versa. São duas formas de agir em equilíbrio dinâmico; na sociedade podem ser a competição e a cooperação. A luta com os outros (que pode ser com regras, decente) e a solidariedade (que pode ser discreta, autêntica). O primado da força, da luta, ou o do amor, da compaixão.
Uma forma possível de resolver o aparente conflito pode ser o usar a nossa energia, a nossa iniciativa, a nossa força (o tal yang) para a cooperação, para a entre-ajuda, para criar os nossos sonhos.
Temos uma tradição cooperativa, anarquista, fraterna, submersa na vertigem da competição contemporânea, na imitação dos outros a que a nossa necessidade de ser universais nos levou. Quando a reencontrarmos, longe do espectáculo, no imenso oceano da alma, serão os outros quem nos imitará: esse o resultado do excesso de absorção do mundo que foram os nossos quatro ou cinco últimos séculos. Esta "noite" da civilização portuguesa foi o que se seguiu, naturalmente, à descoberta geográfica do planeta, dos seus povos, à globalização, à criação do comércio universal. Digerido o mundo, acabada a sesta, competiremos, de novo, com os nossos limites, com a distância que nos separa da fraternidade universal, cortaremos as amarras, partiremos -- para dentro da nossa alma, que é, como todas, tudo.
Claro que não podemos perder a esperança!
ResponderEliminarA questão é: em que altura iniciaremos um ciclo positivo para a qualidade de vida dos portugueses?
Será que já parámos de descer? Ou será que ainda chegaremos a uma "revolução sangrenta"?
Obrigado por comentar. Costuma-se dizer que "o futuro a Deus pertence", ou seja, ao domínio do desconhecido.
ResponderEliminarCreio que teremos uma alteração estrutural a que se poderá chamar revolução, sim, mas espero que nada tenha de sangrento, não somos um povo sangrento.
As mudanças acompanharão o nível de consciência cívica, ou de cidadania, que alcançarmos. Esse nível está a subir, parece-me (ou parece-me porque o desejo?).
Muito bom o blog. Muito bom mesmo. Sou do Brasil, um país que vendo seus textos parece que não se parece com Portugal apenas na língua.
ResponderEliminarGostei de ver as vossas eleições! O Brasil é uma grande democracia apesar dos seus políticos. Os nossos são menos abertamente o que são... Como com a língua, vogais fechadas ou abertas.
ResponderEliminarMuito obrigado por ler e pela gentileza de comentar:-)
Deixo aqui uma sugestão de esperança no futuro porque:
ResponderEliminar1 - Portugal precisa de Esperança!
2 - Portugal precisa de reduzir o desemprego.
3 - Portugal precisa de aumentar a taxa de natalidade.
Poder-se-ia aumentar a duração da licença de maternidade para 2 anos.
Enquanto a trabalhadora estivesse grávida, daria formação a alguém que estivesse desempregado e que a iria substituir durante o periodo da licença de maternidade.
O estado pagaria a licença de maternidade mas deixaria de pagar o subsídio de desemprego durante dois anos.
A empresa pagaria apenas um ordenado de cada vez.
Temos de ser arrojados!
A força de uma democracia autentica vem de aproveitar ideias dos cidadãos, como essa. Há uma criatividade enorme quando estamos todos empenhados na coisa publica em vez de deixar o assunto a representantes nossos que nos não representam! Em Inglaterra, por exemplo, o leitor escreveria ao seu deputado que, pelo menos, lhe responderia.
ResponderEliminar"... Tenho aqui falado várias vezes que estamos a perder terreno, em termos económicos, que este executivo não sabe, ou não quer criar e atriar investimento para o nosso municipio.
ResponderEliminarTenho várias vezes alertado que há fábricas a fechar e nenhumas a abrir. O nosso comércio, está reduzido à sua expressão mais simples. Este executivo não quer ou não sabe, atrair investimento para o nosso municipio."..
Excerto de um artigo publicado em 2002 no jornal Santo Thyrso por Henrique José Pinheiro Machado.
A competência para gerir, para escolher bem em que se investem os recursos, deve ser uma prioridade, ao escolhermos os políticos. Sem duvida que escolhemos uns que investiram mal, sobretudo em obras de betão, esperando, com isso, atrair empresas para o Concelho mas, de facto, apenas enterrando os poucos recursos, fomentando o que teria sido inteligente desmotivar, as empresas de construção civil, que produzem bens não transacionaveis.
ResponderEliminarConsidero o fundador do CDS um democrata, uma pessoa confiável nesse aspecto, que até já presidiu à Assembleia Geral da ONU. Mas, como o CDS era o partido mais há direita, a ele se juntaram os velhos salazaristas e esse partido tem a nossa desconfiança, talvez injusta. Ana Gomes, deputada europeia, veio por a nú a incompetência no campo da gestão, a compra, a uma empresa alemã corrupta, dos novos submarinos, perdemos uns biliões de euros. Eu nunca votaria CDS, apesar de ser amigo do Dr Henrique, com quem trabalhei, na saúde, há mais de 25 anos.