Ha empezado la revolución,
palavra de ordem repetida em Madrid
A globalização da informação, que acontece com este instrumento, o Internet, é uma coisa formidável: a ideia dos direitos humanos tem avançado no mundo, sob variadíssimas formas: ainda noutro dia a opinião pública mundial salvou uns milhares de pessoas inocentes da pena de morte, em parte graças a uma petição, cujo link também esteve neste blog, na coluna da direita. Sabemos que o progresso, a erradicação da fome, a saúde pública, a dignidade, a paz, o bem estar dos povos... passa por aqui, por esta globalização da informação. Naturalmente, as grande empresas multinacionais aproveitaram este nosso entusiasmo com a globalização para proporem aos países que abrissem as suas fronteiras à sua rapina sem controle: a globalização da Organização Mundial do Comércio trouxe empobrecimento das pessoas, no mundo, muito facilmente mensurável!
Mais de dois meses depois do 12 de Março, em que os portugueses saíram à rua para que se soubesse que estão fartos de ser mal governados, os nossos vizinhos, os espanhóis, fizeram o mesmo. Igualmente convocados pelo Facebook, os espanhóis manifestam-se em várias cidades, simultâneamente, contra o bi-partidarismo. Lá, como cá, há dois partidos que se revezam no poder e não sabem proteger os cidadãos dos grandes interesses financeiros ligados às multinacionais.
É legítimo imaginar que os dirigentes desses dois partidos estejam "comprados" pelos actuais "donos do mundo", mas também podemos imaginar que sejam ignorantes ou, simplesmente, que não tenham jeito para negociar.
É preciso ser economista para entender que a "globalização" económica está a empobrecer o Mundo. Trata-se de um conhecimento que vai contra o senso-comum, que exige a capacidade de entender modelos matemáticos e o saber distinguir entre o aumento do Produto Nacional Bruto (onde entram os lucros das multinacionais instaladas no país) e o enriquecimento real das pessoas. Exige ainda que o economista tome partido pelas pessoas. Creio que foi Warren Buffett quem disse: "está-se a passar uma luta, no mundo, entre os ricos e os pobres -- e nós estamos a ganhar!"; é o terceiro homem mais rico do mundo, grande filantropo, e pode dizer estas coisas, que os defensores da globalização económica, controlada pela Organização Mundial do Comércio, nos não dizem. Pelo contrário, investem num fortíssimo marketing que nos leva a acreditar que ela nos traz vantagens; aparentemente convenceram os nossos governantes dos últimos anos, os quais estão sempre à espera que este empobrecimento indisfarçável dê lugar a um milagroso enriquecimento.
Foi neste sentido que lhes chamei "medíocres", no último post: guiam-se pelo senso comum, o qual anda sempre uns vinte anos atrasado em relação ao bom senso, ou seja ao conhecimento científico da realidade, aquele que nos conviria que os nossos governantes tivessem!
Mas não são medíocres no sentido etimológico da palavra: não são a média porque sofrem da "doença do poder", a condição rara que os levou a esses cargos de governantes.
E este é o problema estrutural das nossas democracias representativas; como diziam os espanhóis ontem, na rua: eles não nos representam!
Precisamos de uma democracia directa ou, pelo menos, de uma lei, como há no Brasil, que obrigue todos os cidadãos a votar. É que o bom senso está a chegar às pessoas -- e quem ainda funciona pelo senso comum são os políticos! Por exemplo, as pessoas compreenderam a aritmética simples dos juros da dívida externa: compreenderam que estamos a pedir dinheiro emprestado para pagar juros e que, dentro de pouco tempo, estaremos a pedir de novo, cada vez enterrando mais a nossa economia até não conseguirmos pagar -- como já não conseguimos.
Mas os políticos que nos têm governado escandalizam-se com quem lhes diz que é preciso reestruturar a dívida, negociar os juros e os prazos de forma a que possamos crescer. É esse, porém, o bom senso, o que aparece nos artigos de economistas lúcidos.
Oxalá os dois partidos que nos trouxeram aqui, "vítimas de um credo", neste caso o do neo-liberalismo ingénuo e simplista, tenham uma derrota eleitoral histórica: seria o primeiro passo para uma nova era!
É preciso ser economista para entender que a "globalização" económica está a empobrecer o Mundo. Trata-se de um conhecimento que vai contra o senso-comum, que exige a capacidade de entender modelos matemáticos e o saber distinguir entre o aumento do Produto Nacional Bruto (onde entram os lucros das multinacionais instaladas no país) e o enriquecimento real das pessoas. Exige ainda que o economista tome partido pelas pessoas. Creio que foi Warren Buffett quem disse: "está-se a passar uma luta, no mundo, entre os ricos e os pobres -- e nós estamos a ganhar!"; é o terceiro homem mais rico do mundo, grande filantropo, e pode dizer estas coisas, que os defensores da globalização económica, controlada pela Organização Mundial do Comércio, nos não dizem. Pelo contrário, investem num fortíssimo marketing que nos leva a acreditar que ela nos traz vantagens; aparentemente convenceram os nossos governantes dos últimos anos, os quais estão sempre à espera que este empobrecimento indisfarçável dê lugar a um milagroso enriquecimento.
Foi neste sentido que lhes chamei "medíocres", no último post: guiam-se pelo senso comum, o qual anda sempre uns vinte anos atrasado em relação ao bom senso, ou seja ao conhecimento científico da realidade, aquele que nos conviria que os nossos governantes tivessem!
Mas não são medíocres no sentido etimológico da palavra: não são a média porque sofrem da "doença do poder", a condição rara que os levou a esses cargos de governantes.
E este é o problema estrutural das nossas democracias representativas; como diziam os espanhóis ontem, na rua: eles não nos representam!
Precisamos de uma democracia directa ou, pelo menos, de uma lei, como há no Brasil, que obrigue todos os cidadãos a votar. É que o bom senso está a chegar às pessoas -- e quem ainda funciona pelo senso comum são os políticos! Por exemplo, as pessoas compreenderam a aritmética simples dos juros da dívida externa: compreenderam que estamos a pedir dinheiro emprestado para pagar juros e que, dentro de pouco tempo, estaremos a pedir de novo, cada vez enterrando mais a nossa economia até não conseguirmos pagar -- como já não conseguimos.
Mas os políticos que nos têm governado escandalizam-se com quem lhes diz que é preciso reestruturar a dívida, negociar os juros e os prazos de forma a que possamos crescer. É esse, porém, o bom senso, o que aparece nos artigos de economistas lúcidos.
Oxalá os dois partidos que nos trouxeram aqui, "vítimas de um credo", neste caso o do neo-liberalismo ingénuo e simplista, tenham uma derrota eleitoral histórica: seria o primeiro passo para uma nova era!

Subscrevo inteiramente este post. Sempre pensei que o voto deveria ser obrigatório. Já várias vezes tem mencionado a importância da Internet no futuro numa participação mais activa, numa democracia mais representativa, através da globalização da informação, e penso que tem razão. O futuro passar por aí (por aqui), nos movimentos, nas pressões, nas petições, nas exigências, na maior infomação disponível aos cidadãos e cada vez maior participação até se concretizarem as mudanças que os mais elementares direitos dos povos, e sustentabilidade do planeta exigem... Abraço e bom fim-de-semana
ResponderEliminarObrigado! Sou "muito liberal" e, quando me sugeriu, aqui, o voto obrigatório, reagi contra a ideia de obrigação, sou alérgico! Porém, tem razão, assim penso agora. Quanto à coerência, não sei se já "clikou" na foto de Santo Tirso, ali em cima? É um artigo de Fernando Pessoa, "muito liberal" :-)
ResponderEliminarOs interesses de q fala podem ter afastado Dominique Srauss-Kahn da presidencia do FMI e da da republica francesa.Mas, claro, não sabemos! Sabemos que o FMI nos emprestou a um juro muito mais baixo que aquele a que os europeus nos emprestaram, sabemos que ele incomodava e que se trata de triliões. E que deve ser presumido inocente, por enquanto. Se for culpado, é uma pena para a França e para o mundo ... e muito bom para os tais interesses que lucram com a globalização económica.
ResponderEliminarParabéns ! Este é dos tais "posts" em que o meu amigo acerta a 100%.
ResponderEliminarGrande Abraço
Olá trata-se a 1ª vez que li o teu blog e gostei muito!Espectacular Trabalho!
ResponderEliminarAdeus