Os desgraçados que mataram em Paris não são bons muçulmanos. O Alcorão aconselha quem reside entre os infiéis a respeitar as leis do país que o acolhe.
Um crime sugere sempre uma pergunta:
quem lucra?
Decerto que não é o Islão, enquanto religião, que se quer expandir na Europa.
A resposta à pergunta é absurda mas efeitos absurdos têm causas absurdas.
Lucra quem quer fazer a guerra. Há grandes investimentos que apostam na guerra, há grandes negócios no horizonte.
Precisam de uma opinião pública receptiva à ideia de que os muçulmanos são animais perigosos e de que é justo dominá-los pela força.
A onda de solidariedade que percorre o mundo foi criada para alimentar o ódio. Somos manipulados continuamente, os acontecimentos são planeados, as nossas emoções orientadas.
Sinto simpatia pelos imbecis que foram manipulados para matar. Todos estamos a ser!
Mas há uma alquimia para transformar o ódio e o desprezo em compaixão, quiçá em amor. Esse o único caminho para que haja uma opinião pública esclarecida, uma que possa pôr em causa o sistema do lucro pelo lucro, uma que ponha a vida como valor.
Ao sistema em que vivemos, o qual se sente ameaçado, convém que orientemos a indignação, de alvos tão abstractos como a “oligarquia financeira internacional”, para alvos fáceis, acessíveis à emoção, como sejam “os infiéis”, os estrangeiros, os diferentes de nós, os “inimigos da civilização”.
Só que, desta vez, não cairemos nisso.