quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

“O Sistema Financeiro Pós-BES”, jantar debate na Fábrica

O Prof. Teixeira dos Santos, da Faculdade de Economia do Porto, ex-ministro das Finanças, fará uma conferência nas instalações da antiga "Fábrica do Teles”, que a Câmara cedeu à Associação Amar Santo Tirso, para o efeito.
Terá a forma de um jantar / debate em que os comensais poderão debater com o economista a situação actual do sistema financeiro português.
O jantar deverá custar cerca de 15€ e as inscrições estão limitadas às primeiras 50 pessoas. Inscreva-se! A democracia constrói-se com debates “frontais”, para citar o Sr. Presidente da Câmara, que participou no primeiro destes, no mesmo local.

Data: 6 de Fevereiro
Hora: 20 horas
Local: Fábrica de Santo Thyrso
Inscrições através do email: amarsantotirso@gmail.com

domingo, 25 de janeiro de 2015

O Syriza ganhou as eleições na Grécia

Fotografia da BBC
O valor que damos à Liberdade, na cultura europeia, é uma herança da Grécia antiga. Assim como o valor que damos à Democracia, embora os antigos atenienses nunca delegassem em eleitos, como fazemos, a votação das suas leis, que era directa.
Não é impossível, embora o nosso sistema o não favoreça, que os cidadãos eleitos hoje para o Parlamento grego façam as leis que os gregos fariam, fora directa a votação.
Se, de facto, representarem os seus concidadãos, o seu exemplo ajudará o “Podemos", em Espanha, e os movimentos em Itália e Portugal, como o “Tempo de avançar”. E não é impossível que os cidadãos do Norte, em férias pelo Sul, se deixem contagiar pelo caminho pacífico para a Democracia Real.
É de esperar, porém, que a oligarquia use os imensos juros que recebe para comprar propaganda e governos, como tem feito. Que nos manipule para aceitarmos mais guerras, que nos distraia de todas as maneiras.

Mas pode ser que os gregos tenham eleito heróis, não é impossível que o sistema de governo representativo, com o qual nos manipulam para acreditar que vivemos em Democracia, venha a servir para derrubar os que dele se apropriaram, os donos da emissão da moeda.

Poucos acreditaram em Hércules antes de ele realizar os doze trabalhos. Mas “o mito é o nada que é tudo”.

"Ah you loved me as a loser, but now you're worried that I just might win
You know the way to stop me, but you don't have the discipline
How many nights I prayed for this, to let my work begin
First we take Manhattan, then we take Berlin”
"Ah amaram-me como falhado, mas agora preocupam-se que eu até possa ganhar
Sabem como me deter, mas não têm a disciplina
Quantas noites rezei por isto, para que o meu trabalho comece
Primeiro tomamos Manhattan, depois tomamos Berlin”


Os Bancos europeus (e muitos pequenos fundos) emprestaram a bancos irlandeses, espanhóis, gregos, portugueses… os quais investiram, sobretudo em imobiliário, e se viram face à falência. O Banco Central Europeu obrigou os Estados -- os contribuintes -- a resgatar os seus bancos, para salvar investidores sobretudo estrangeiros… quem são os que foram salvos com a miséria de irlandeses, gregos, portugueses? Esta a pergunta deste excelente documentário.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

                                                  Fernando Pessoa, 1931

sábado, 10 de janeiro de 2015

A Sociedade do Espectáculo

Assim se chamava, em Paris de 1968, ao sistema em que ainda vivemos, ao capitalismo na sua forma final de sociedade de consumo: A sociedade do espectáculo.
1100 tropas franceses estão hoje em Paris com o guião de velar pela segurança, depois de um ataque terrorista: é mais uma das cenas do circo que montaram para nós.
Panem et circenses”, como sempre. Entreter o povo, não vá ele perceber que o exploram.

Assim como a destruição das torres gémeas de Nova York foi um circo destinado a invadir o Iraque, única forma de o fazer obedecer à oligarquia que produz a moeda (Iraque onde não havia Al Quaeda nem armas de destruição massiva), assim como se montam circos desde os romanos.

Mas nós crescemos, vemos o circo com outros olhos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Je suis Charlie

Os desgraçados que mataram em Paris não são bons muçulmanos. O Alcorão aconselha quem reside entre os infiéis a respeitar as leis do país que o acolhe.

Um crime sugere sempre uma pergunta: quem lucra?
Decerto que não é o Islão, enquanto religião, que se quer expandir na Europa.
A resposta à pergunta é absurda mas efeitos absurdos têm causas absurdas.
Lucra quem quer fazer a guerra. Há grandes investimentos que apostam na guerra, há grandes negócios no horizonte.
Precisam de uma opinião pública receptiva à ideia de que os muçulmanos são animais perigosos e de que é justo dominá-los pela força.

A onda de solidariedade que percorre o mundo foi criada para alimentar o ódio. Somos manipulados continuamente, os acontecimentos são planeados, as nossas emoções orientadas.

Sinto simpatia pelos imbecis que foram manipulados para matar. Todos estamos a ser!

Mas há uma alquimia para transformar o ódio e o desprezo em compaixão, quiçá em amor. Esse o único caminho para que haja uma opinião pública esclarecida, uma que possa pôr em causa o sistema do lucro pelo lucro, uma que ponha a vida como valor.

Ao sistema em que vivemos, o qual se sente ameaçado, convém que orientemos a indignação, de alvos tão abstractos como a “oligarquia financeira internacional”, para alvos fáceis, acessíveis à emoção, como sejam “os infiéis”, os estrangeiros, os diferentes de nós, os “inimigos da civilização”.

Só que, desta vez, não cairemos nisso.