sábado, 28 de fevereiro de 2015

Não acredite em blogs!

Nesta conferência, em 28 de Janeiro de 2010, em Cambridge, o Dr. Ronald Prinn, TEPCO Professor of Atmospheric Science at MIT, fala-nos do aquecimento do Ártico, que é mais do dobro dos “aceitáveis” dois graus que o planeta aqueceu nas regiões temperadas e que está a levar, sobretudo com a libertação de metano, a um efeito de feed-back positivo, a um crescimento exponencial do efeito de estufa, logo, do aquecimento do planeta.
Começa por nos mostrar um gráfico com as temperaturas e os níveis de CO2 (dióxido de Carbono) e de CH4 (metano), gases que acompanham as subidas de temperatura, nos últimos 400 000 anos. Houve quatro ciclos glaciais, com cerca de 100 000 anos de intervalo, grandes subidas de temperatura seguidas de grandes descidas. Estamos de novo num desses picos de temperatura, de CO2 e de CH4, mas a subida é exponencial e será diferente, imprevisível, tem a mão do homem.
Dentro de meia dúzia de anos (há oscilações imprevisíveis, pode ser um pouco mais) estaremos, tanto quanto a Ciência nos pode dizer, num planeta demasiado quente para o habitarmos. Isto acontece, sobretudo, pelo efeito de feed-back positivo que o degelo do Ártico tem, provocando a libertação de metano na atmosfera.
Este senhor estuda, há dezenas de anos, as temperaturas dessa região e o clima, não escreveu livros nem  tem um blog. É um cientista, tem artigos publicados em revistas científicas e lembra-nos que só nelas está o que a Ciência vai fazendo. Diz-nos para não acreditar em blogs;-)

Temos um magno problema, a nossa espécie e o “seu” planeta. Aparentemente insolúvel. Há uns anos, aquando da Conferência de Copenhage sobre o clima, mencionei aqui a organização “350”, cujo objectivo era que não ultrapassássemos as 350 partes por mil de CO2 na atmosfera, e publiquei algumas iniciativas globais que foram feitas com esse desiderato. Na citada conferência, há cinco anos, o Dr. Prinn calcula o equivalente, em partes por mil de CO2, para os outros gases com efeito de estufa e chega a uma soma de 470 p.p. mil, a subir, fora do nosso controle, mesmo que parássemos totalmente a emissão de gases de estufa.
Temos um problema global, que nos pede mais que conhecimento científico, que precisa de uma solução que o transcenda e integre...

A Ciência estuda os factos e procura como agir, racionalmente, a nosso favor: é o cérebro esquerdo. O cérebro direito dedica-se a sentir o problema, pode propor a negação (irracional -- e há bastos livros a negar este problema), pode entrar em pânico, refugiar-se numa religião, ou qualquer coisa de emocional. Mas, para inovar, para inventar, ambos os cérebros colaboram: sem um “lampejo” do cérebro que sente, nada se cria!

O nosso conferencista trabalha no Instituto de Tecnologia do Massachusetts, o MIT, um dos sítios máximos onde a Ciência do nosso tempo se faz… Houve um tempo em que, ainda nascente, ela se fazia em Portugal, eram os portugueses quem usava o cérebro esquerdo para estudar o mundo, no tempo de Pedro Nunes ou de Damião de Góis. Mas, antes disso, haviam inventado (com o cérebro todo, quiçá iluminado!) o conceito de “descoberta”, haviam “descoberto” a Ciência e a usavam.
Não sou o único a acreditar que, para sermos lúcidos e capazes, temos que usar o cérebro esquerdo e o direito, em harmonia. Foi o médico Carl Gustav Jung quem trouxe, para a Ciência, a noção de que temos que integrar o consciente e o inconsciente, para bem funcionarmos. O transcendente, o irracional, a intuição, fazem parte de nós e têm o seu papel. Jung estudou Astrologia e os mitos, estudou o inconsciente colectivo; decerto não ficaria de pé atrás com o que vou dizer mas sei que poucos me acompanharão, daqui para a frente ;-)

Quando, com a Inquisição, cientistas e banqueiros emigraram e apareceu, na Holanda, a Companhia da Indias Orientais, por exemplo, com esse know how, os seus grandes barcos tinham sempre, a bordo, um marinheiro português sem função definida: ele estava lá só para agir numa emergência, era o homem que “desenrascava” a situação, o homem “íntegro”, que usava os dois cérebros, que “via” para lá do que se mostra.

Outros haverão de ter 
O que houvermos de perder. 
Outros poderão achar 
O que, no nosso encontrar, 
Foi achado, ou não achado, 
Segundo o destino dado. 

Mas o que a eles não toca 
É a Magia que evoca 
O Longe e faz dele história. 
E por isso a sua glória 
É justa auréola dada 
Por uma luz emprestada.

Fernando Pessoa, "Os Colombos" in “Mensagem"

A alma portuguesa, por estes dias, está consciente do seu sofrimento emocional; sabe que acreditou, depois de Alcácer Quibir, que deixára de ter um papel no mundo e interroga-se se não será tempo de voltar a ter um. Na longa noite introspectiva de mais de 400 anos terá integrado o inconsciente, o seu fado, e sente a dor do mundo e a vontade de contribuir para uma solução. D. Sebastião ficou como símbolo da grandeza perdida, do tempo das iniciativas loucas, como essa de tentar salvar Europa da invasão turca, que chegou a Viena de Áustria, atacando o outro extremo do Império Mouro, no Norte de África.
Podemos sentir a nossa alma portuguesa capaz de ouvir, no mundo, conservadores atávicos (frustrados e quiçá violentos) e progressistas racionais (esperançados e quiçá utópicos), podemos sentir a nossa cultura universal a entender o problema todo e a querer agir.
Por estes dias volta D. Sebastião, o símbolo -- não é um homem, Deus nos livre dos homens providenciais! Portugal renasce porque há uma emergência, na barca do mundo: chega ao fim a Revolução Industrial, esmorece o que ainda “É justa auréola dada / Por uma luz emprestada”, e a Ciência precisa de um “lampejo”, precisa de Portugal, o que mergulhou no Inconsciente e sobreviveu:  “É a hora”!
Para Raphael Baldaya, conceituado astrólogo, de 3 para 4 de Março, estaremos “no auge da suprema prova”. Mas não acredite em blogs, leitor!
O pólo Norte sem gelo, fotografia de 2013!  Mas o gelo vai e vem, agora tem algum, veja a webcam:
http://www.arctic.noaa.gov/np2014/2014-cam2web.mov

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Sobre a violência

A Psicologia difícilmente pode ser chamada uma ciência, tende ou pretende a ser uma. Há, porém, uma lei da Psicologia que funciona e é útil para explicar muita coisa: “A frustração leva à agressão”.

Ora acontece que a agressão, a violência, é irracional, inútil, e atrapalha mesmo a resolução dos problemas. E nós, espécie humana no seu encantador planeta, temos um problema a sério. Funcionamos por regras inadequadas que, além do sofrimento, nos podem levar a não sobreviver, espécie e planeta vivo.
A frustração que nos traz a consciência disto leva, pela tal lei da Psicologia, à agressão. Mas bastaria levar a consciência um pouco mais longe para perceber que esse caminho irracional nos não convém.

Creio que o que nos faz comunicar é o desejo de partilhar um ponto de vista. E há sempre frustração porque o outro nunca pode ter o nosso ponto de vista. E, quanto mais amarmos, mais frustrados com a dificuldade, intrínseca à individualidade.
Vejo um pôr-do-Sol espectacular, fotografo-o com o telefone, envio… Mas quem poderia sentir o que senti, mesmo que ao meu lado estivesse?
As discussões dramáticas e barulhentas entre gente que se ama nascem de que nunca nos poderíamos fundir ao ponto de sentir o que o outro sente.

Porém, namasté, no centro de nós mesmos, somos e estamos juntos com tudo e com todos e aceitamos as visões subjectivas das personalidades porque nos sabemos unidos no essencial. 
A criação de novas regras que aproveitem a ciência e a técnica para criar abundância e liberdade para todos e saúde para o planeta está-se a passar. Ora, durante a gestação não convém a uma grávida andar à pancada, sequer sentir-se frustrada… Convém, e a natureza lho concede, que ande feliz!
A travessia

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O grande jogo

Estamos em tempos de mudança, a meio de um grande jogo entre a oligarquia mundial e a utópica democracia, em construção, ou melhor, em “gestação”!
Dia a dia os cidadãos, manipulados (ou “agredidos”) por uma intensa propaganda, contínua e sofisticada, vão, apesar de tudo, ganhando consciência de que vivemos num sistema que a ninguém interessa, que terá que deixar de ser, que terá que dar lugar a um outro, ou outros, que permitam a abundância, a dignidade humana, a Paz, a Liberdade…


Os nossos governantes estão, inconscientes, ao serviço de uma oligarquia, dona dos grandes bancos para cujo benefício são feitas as leis, como o famigerado artigo 123 do Tratado de Lisboa, que proíbe os Estados de se financiarem directamente no Banco Central Europeu, cuja taxa é de apenas 0,05%.
Essa taxa é só para os grandes bancos se financiarem no BCE, eles que emprestam aos Estados europeus à taxa dos “mercados", que, para Portugal anda acima dos 3%, actualmente (depois deste artigo está abaixo dos 3% ;-) A taxa dos "mercados" aumenta se os Estados não venderem as suas empresas para pagar os seus juros, se não diminuirem à Segurança Social, à Saúde, à Educação, para satisfazer a oligarquia internacional, os criadores da moeda e donos dos grandes bancos.
A estratégia do nosso governo é a de se submeter ao sistema, vai agora pagar adiantado cerca de uma dúzia de milhares de milhões de euros, o equivalente ao que os gregos se recusam a pagar.

O grande jogo levará, a prazo, à substituição de este sistema absurdo de empobrecimento por um outro, sem esta gritante injustiça. E o nosso governo, em vez de apoiar a iniciativa grega, alinha no campo do adversário da democracia, da oligarquia.

“Graças a Deus”, perdoe-se a um agnóstico que use esta expressão, as pessoas vão ganhando consciência da exploração financeira, que fomenta guerras, destruição dos ecosistemas, pobreza, ignorância e morte.
O GRANDE JOGO PASSA-SE NO TABULEIRO DO MUNDO.
Aqui os venezuelanos em filas para a comida, o preço do petróleo baixou para  dobrar a Venezuela (e a Rússia). Subirá logo que isso tenha acontecido e o esforço para energias alternativas tenha abrandado.
Este vídeo foi censurado aqui: só nos convém imaginar a vitória, neste grande jogo.