sexta-feira, 20 de julho de 2012

Uma boa notícia

Face ao iminente encerramento do serviço de Urgência do Hospital Conde S. Bento, chegou a este blog, em primeira mão (mesmo antes de ter sido enviada ao blog "+ Santo Tirso", o que configura uma flagrante injustiça, diga-se de passagem), uma notícia que coloca a nossa Câmara Municipal na linha da frente do prestígio autárquico nacional: a Câmara propôs ao Ministério da Saúde ser ela mesma a cobrir as despesas da continuação do dito Serviço de Urgência, mantendo-o em funcionamento normal e mesmo com melhoramentos, como seja a substituição dos médicos "tarefeiros" por outros, das Carreiras Médicas, mais qualificados.
Espera-se a todo o momento a aprovação ministrial da iniciativa camarária, o que decerto acontecerá, já que a autonomia autárquica é muito respeitada por este governo.
Perguntar-se-ão os tirsenses -- e o país! -- como é possível dispor a Câmara de verbas para aguentar os vencimentos desses funcionários públicos? A resposta é simples: ao longo dos anos, houve, nesta autarquia, um rigoroso controle do nepotismo e todos os funcionários -- que são muito poucos -- foram escolhidos por concursos bem elaborados e destinados a escolher gente eficiente, produtiva. Se não bastasse a contenção na criação de "empregos" para os amigos dos amigos, houve ainda, sistematicamente, um grande cuidado em não fazer obras não prioritárias. E um enorme cuidado na elaboração dos cadernos de encargos, na escolha, por concurso público, dos empreiteiros que apresentaram os melhores orçamentos -- houve boa gestão, não houve desperdício! O resultado foi o de a autarquia poder fazer face a emergências como esta da extinção do serviço de urgência, criadas pelos governos que não seguiram esses princípios.
Estão, a autarquia e os munícipes, de parabéns!  
Isto acontece por existir, desde há muitos anos, no Concelho, uma Democracia Directa, uma Democracia Real: as decisões, como esta, são tomadas nas assembleias populares das freguesias, às quais comparece toda a população; a Câmara limita-se a executar a vontade, directamente expressa, dos cidadãos. Desde sempre que, em Santo Tirso, o poder político nos pertence, aos 99%. Como se sabe, no resto do país, ele está, ainda, nas mãos da oligarquia financeira (os 1%), a qual controla a escolha dos políticos, por meio das eleições e do seu marketing. Mas em Santo Tirso votam-se ideias, não pessoas, os políticos são sorteados, não são eleitos. E, assim, alçam-se à altura do seu destino involuntário.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Estado da Nação

Vi, agora, os nossos dois maiores partidos, na Assembleia da República, acusando-se um ao outro de ser responsável pelo estado a que chegámos. Imagino que, se o estado de coisas fosse bom, ambos a si mesmos atribuiriam a responsabilidade disso.
Vamos percebendo a falta de diferenças entre os dois: desde o ano em que o governo do professor Cavaco duplicou a dívida que ela foi crescendo para a situação actual, na qual fazemos empréstimos para lhe pagar os juros e na qual vendemos quase tudo o que nos quiserem comprar (perdão, "privatizámos", acção que nos foi "vendida" nos anos 80 como a que nos levaria à saúde da economia, à abundância).
Também vamos percebendo que há países em que as funções públicas não dão direito a automóvel, muito menos a motorista, que há países em que o enriquecimento absurdo dos políticos os obriga a demonstrar donde veio, sob pena de prisão, que há países em que o nepotismo é punido, países em que o gasto público que leve a endividamento é discutido pelos cidadãos e nunca tem um único responsável... e vamos percebendo que ambos os partidos nos trouxeram aqui.

Mas há outra causa do estado da nação que vai saltando à vista: existe uma oligarquia internacional que faz coisas como manipular as taxas de referência (o libor e o euribor) para, assim, conhecedores do futuro dos mercados, ganharem biliões; ou coisas como tirar lucros da compra de obrigações de estados supostamente em pré-falência, sujeitos a juros que eram impensáveis... etc!
Vamos percebendo que os bancos, em todo o mundo, há uns anos, incentivaram o crédito, por exemplo à habitação, e que, quando o preço das casas hipotecadas que lhes serviam de garantia baixou (caíu!)  por serem tantas, ficaram em "falência técnica"... sabemos como alguns bancos americanos misturaram essas hipotecas em fundos "consolidados" que foram subindo em cotação e, valorizados, os venderam para bancos de todo o mundo; sabemos como, não contentes com isso, pediram biliões ao Estado Americano para os salvar -- e sabemos que o Estado Americano "só" paga 0,1% de juro à Reserva Federal, a qual passou a fabricar 100 biliões de dólares por mês. E vamos percebendo que o Banco Central Europeu só pôde ser criado aceitando as regras do Banco da Alemanha (que detêm 21% das acções do BCE); regras que o impedem de emprestar aos Estados -- empresta aos bancos a 1%, os quais emprestam aos Estados a 5% (emprestavam, a Espanha já vai em 7%, também ela!); o traumatismo da inflação, na Alemanha dos anos 20, deve estar na origem dessa regra, que fragiliza o Euro.
Foi fácil a Wall Street (e seus parceiros, como a City?) fazer subir as taxas de juro que pedem aos países mais "fora de jogo", ganhando biliões com isso, enquanto a Europa se não fragmenta, o euro se não desvaloriza e os países, mesmo os do Norte, não ficam à venda. Ter-se-à esquecido, Wall Street, que há quem tenha mais poder de compra, como a China, ou obedecerá ela aos donos da dívida americana, àqueles que, quando os portugueses conseguiram explicar donde vinham, lhes disseram que, vivendo tão longe, se compreendia que nunca tivessem conseguido vir pagar tributo ao Imperador?

Mas, para quem ouvisse os nossos políticos, hoje, a responsabilidade era toda deles, para o primeiro ela era do segundo e vice-versa. Fica-se a pensar, já que há países, como a Suécia, que tiveram o cuidado de se não endividar e de manter baixas as taxas de corrupção, que, se calhar, em grande parte, a responsabilidade é mesmo deles! Porque, se há pequenos países europeus em muito melhor estado, apesar de o assunto ser o sistema monetário e financeiro internacional, os dois partidos que nos têm governado devem ter algo a ver com o dito Estado da Nação -- meteram-nos na boca do lobo. 
Mas também vamos percebendo que os que os dirigem não teriam emprego, se o não fizessem. São peões falantes!

sábado, 7 de julho de 2012



  A saúde é a primeira coisa em que um governo (que queira melhorar o seu país e que conheça os estudos das Nações Unidas) investe. É o investimento mais rentável para um desenvolvimento real.
Se o governo estiver, pelo contrário, interessado em favorecer grandes companhias privadas, como as companhias de seguros, as farmacêuticas, aquelas que são accionistas de clínicas -- tratará de asfixiar o seu Serviço Nacional de Saúde.
  A saúde é um bom negócio e, por isso, é apetecido por interesses privados e, por isso, deveria estar, sobretudo, nas mãos do Estado.
Isto se o Estado nos representasse! O Estado, como vai ficando cada dia mais claro, representa interesses financeiros nacionais e internacionais e representa os "nossos" representantes, os seus interesses e os seus "empregos".
  Se não houver verbas para o SNS funcionar, para fazer os exames necessários, para pagar decentemente ao seu pessoal e lhe dar uma carreira com segurança, ele transforma-se num conjunto de repartições burocráticas inúteis -- que em nada contribuem para a saúde pública.
  Há um mercado internacional para médicos, por exemplo. O Estado gastou bastante a formá-los e, se os hospitais forem um pesadelo, os ordenados outro, esse investimento em gente perde-se para o estrangeiro. E, pior, não são apenas os doentes quem sofre: um país sem saúde -- isto é coisa mais que estudada e demonstrada -- regride no seu nível de vida.
  Para gerir seja o que for é preciso ter informação e bom senso: conhecimento . Para gerir um país ainda mais informação e bom senso se exige. É possível ter informação sem ter graus académicos mas não é possível ter bom senso e tomar os graus académicos pelo conhecimento que eles sugerem; ou tomar o que se gasta na construção dos edifícios para a saúde pelo seu bom funcionamento!
  Todos pelo Serviço Nacional de Saúde, todos pelo respeito pela Constituição da República!

domingo, 1 de julho de 2012

Uma taça vazia

Parabéns aos nossos hermanos.
Havemos de encher as taças, mais ano menos ano!
Mais de 50% da biodiversidade europeia está na Península Ibérica. Os animais selvagens sofrem ameaças que têm, fundamentalmente, a mesma origem daquelas que nós sofremos -- a cultura do lucro!
"Biodiversidade e Alterações Climáticas", é um belíssimo atlas, com fotografias de todos os répteis, aves e mamíferos da península! Grátis.

The Byrds: Turn, turn, turn!