![]() |
| Cartaz de Vieira da Silva |
Ouve-se um sino, na distância, e sabe bem acordar.
Depois de tanto tempo de escuridão, que fazia lembrar este poema de Sophia (poeta que fez parte, pelo P.S., da Assembleia Constituinte):
"PRANTO PELO DIA DE HOJE
Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que nem podem sequer ser bem descritas
Livro Sexto, 1962”,
o Sol nascente mostra-nos, de novo, coisas que “não podemos ignorar”, e que é tempo de parar o choro e de abandonar a triste ideia de que “não há nada a fazer”.
O recente referendo na Grécia, seguido do poderoso desprezo de quem manda em Europa, foi um sino que ainda soa nos ouvidos de todos: não há democracia!
Em todo o mundo as pessoas acordam e se organizam localmente. Os municípios, a sua independência, que tem uma tão bela história, são uma esperança. As palavras deste Presidente da Câmara, quando disse que iria fazer os munícipes participar das decisões camarárias, ou que reconhecia o déficit democrático (que é fruto de legislação que, querendo assegurar a independência dos municípios, lhe deu excessivo poder pessoal) foram ouvidas com gosto.
Recordo que este Presidente entrou bem, no primeiro mandato, depois do Dr. Palhares, responsável pela destruição do velho Hotel Cidnay. Entrou convidando os nossos melhores urbanistas para fazer o Plano Director Municipal, que, adulterado (como a Constituição!), ainda vai protegendo o Concelho, ao contrário do da Maia, aqui ao lado, que nem mesmo tem reserva agrícola; foi dele a ideia do museu de escultura ao ar livre que, se tivesse ganho o carinho da população, seria um fantástico trunfo turístico -- mostrou ter “visão”.
É, por tudo isso, natural que lhe peçamos dê transparentes explicações aos munícipes sobre aquilo que o afastou do seu vice-presidente, o eng. Luciano, que tem fama de cidadão íntegro e cujas razões para se demitir gostaríamos de conhecer, ou que nos explique porque é que Alírio Canceles, da oposição, se queixa de que lhe não responde a algo que merece esclarecimento:
É importante que, já que não há democracia no país, nem em Europa, nem no Mundo, haja uma esperança de que ela ressuscite a partir do poder local. É preciso que, por palavras e por actos, o Presidente assegure aos tirsenses que é absurdo ter medo de criticar a Câmara ou, aos jornais, que é absurdo ter medo de fazer jornalismo. É preciso que a Democracia se respire em Santo Tirso com abundância e que nessa atmosfera cresçam os tirsensesinhos.
Que eles nunca sintam o medo nos mais velhos, que não chorem como os de 1962, os quais viram os Pais a votar com os pés, indo para França, depois de terem votado em Humberto Delgado e de se ter passado a maior fraude de contagem de votos da nossa História.
Sim, o medo reinava, então; sim, o General foi morto.
E sim, vi medo de criticar a Câmara, em alguns tirsenses. Resolve-se com mais democracia.
Aqui fica outro poema, do mesmo poeta, já agora ;-)
25 DE ABRIL
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sim, o medo reinava, então; sim, o General foi morto.
E sim, vi medo de criticar a Câmara, em alguns tirsenses. Resolve-se com mais democracia.
Aqui fica outro poema, do mesmo poeta, já agora ;-)
25 DE ABRIL
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


Subscrevo na integra. "O tirsense" a dar conta de problemas tirsenses actuais e graves.
ResponderEliminarUm anônimo que "subscreve":-)
ResponderEliminarSó agora vi que subscreve, de facto, a ideia expressa, a de que há, ainda, um deficit democrático em Santo Tirso.