sábado, 6 de fevereiro de 2016

Princípios

O critério do lucro tomou conta da estrutura social, desde há umas décadas. É a consequência do desaparecimento das regras que mantinham os bancos no seu papel social, que aconteceu com o fim dos Acordos de Bretton Woods, com o célebre discurso de Nixon em 1971, em que suspende, “temporariamente” a convertibilidade do dólar em ouro.
O valor de qualquer acção política foi passando a ser medido pelo lucro que dê e a oligarquia financeira bombardeia-nos sem descanso com a afirmação de que o Estado nada deve gerir porque é intrinsecamente incompetente.
Foi pela mão do ainda presidente da República que as ideias da Sra. Thatcher entraram no nosso país e a mania das privatizações nunca mais parou. Primeiro os Bancos, claro, muitos se lembram de António Champalimaud a comprar o Banco Totta com um cheque do Totta! A Electricidade, as barragens, a sua rede de distribuição (milhares de postes pelo país por 750 milhões de euros) a Televisão e as Telecomunicações, os transportes, a TAP, a Saúde… foi a desresponsbilização do Estado.
E eis-nos no anunciado paraíso, o paraíso dos donos do dinheiro, do lucro.
Os parlamentos estão nas mãos da oligarquia financeira, que os consegue comprar com subtis -- ou menos subtis -- manipulações e, por isso, sabe bem ver alguns deputados que ainda o são, como nestes um minuto e quarenta segundos, mais importantes para Portugal que tantas horas de retórica:


11 de Fevereiro de 2016
 Disse-me ontem um jurista responsável que uma lei não pode estabelecer a sua irrevogabilidade. Numa próxima legislatura a lei pode ser revogada e a água pode ser privatizada.
 Por outro lado, a Constituição não permite esta privatização. Mas a interpretação da Constituição depende da maioria, embora o Tribunal Constitucional possa ter uma palavra.
" Não há direito sem força ". Não nos podemos desresponsabilizar de votar bem.

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