As nossas imagens mentais são caricaturas -- exagerámos o que vemos mais, esquecemos coisas, colorimos tudo com o que sentimos. O pintor caricatura-se, ao caricaturar.
A caricatura de Hollywood de 1950 é feita a partir de um dia, imaginado, de Eddie Mannix (por Josh Brolin), personagem que existiu, o chefe que resolvia todos os problemas dos estúdios para que o filme se fizesse. O resto é ficção no limite do verosímil, caricatura de um bom documentário da época, com as cores saturadas do Technicolor a dizer o grande carinho, lúcido, que estes cineastas têm pelos seus antepassados na arte; e por aquele tempo, por todos os seus clichês. É a arte, a técnica, a informação histórica e a poesia numa dança rigorosamente coreografada. Muito interessante!

Os críticos " oficiais ", polarizados entre dizer bem e dizer mal, não entenderam a crítica carregada de afeto que os irmãos Coen fizeram a Hollywood. A liberdade nunca é reacionária.
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