De Sophia de Mello Breyner Andresen, em 1977:
LISBOA
Digo:
“Lisboa”
Quando atravesso – vinda do sul – o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do seu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão noturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas –
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construida ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
– Digo para ver
e de
Simple theosophy
"¿Si Fernando logró conversar en 1914 con Eça de Queirós, muerto catorce años antes; y también, varias veces, con Luís de Camões (1524-1580); por qué no va a revisar mi poema Lisboa, medio siglo después?" —se dijo Sophia de Mello Breyner, mientras subía por el elevador de Santa Justa en la vieja Lisboa, con rumbo desconocido.
Um texto sobre Lisboa, já agora

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