Abril é a juventude do ano, o tempo em que tudo é possível. E foi. Quem conheceu Portugal antes de Abril junta-se naturalmente a este agradecimento anual aos generosos militares que trouxeram a Democracia.
Este ano, depois de agradecermos o derrube do regime anterior, faz sentido pedirmos aos nossos guardiões que protejam a Democracia. Desde sempre que, distraídas e endividadas, as democracias dão lugar a tiranias. Aparece um "protector" do povo faminto, um criador de ordem com "carisma", doença ruim, e as massas --que não o povo! -- levam-no ao poder; breve ele manda para o exílio (ou prende, ou mata!) os que, em vez de o lisonjearem, lhe falarem verdade; e o terror se instala, a tirania.
Imprevisto, findo Maio, maduro Maio (dentro de um mês e pouco), o mito da nova ordem tentará encabeçar a revolta, o justo sentimento de revolta face aos abusos do poder. Mas a nova ordem terá que ser democrata, terá que estar a favor da liberdade e da dignidade humana, da essência da nossa Constituição de Abril.
A aliança do povo com o movimento das forças armadas ainda está em vigor e há de ser capaz de chamar à razão os delírios "revolucionários" que possam levar à tirania. Vai fazer 84 anos em 28 de Maio que o golpe militar iniciado pelo almirante Mendes Cabeçadas, um liberal, um democrata, deu origem, afinal, à tirania salazarista, numa situação semelhante à nossa.
Este ano estamos preparados: 25 de Abril, sempre!
Com muita palha à mistura, fala do ciclo de Urano, que entra de novo em Carneiro, depois de 84 anos. Vem aí um Verão quente, sem dúvida. Em todo o mundo. Seria um milagre se esta revolução fosse tão pacífica e tão democrática como o 25 de Abril. Em casa em que não há pão...
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