sexta-feira, 21 de maio de 2010

Revolta, indignação

Não! Não basta votar para que haja democracia. A opinião pública tem que ser tomada em conta pelos nossos representantes no parlamento, nos governos locais, nos serviços públicos -- não pode assim!
Vem esta indignação da notícia de que o presidente da comissão parlamentar de inquérito ao negócio PT / TVI  proibiu, com um simples despacho, os deputados da "sua" comissão de utilizarem as escutas do processo "Face Oculta" nos trabalhos e no relatório. A verdade existe, é conhecida, a sua divulgação oficial ficou censurada, os deputados impedidos, por lei (!) de a tornar pública.
Eis um parlamento que toma a sua missão de nos representar pela missão de representar a boa imagem dos nossos representantes.
Ontem à tarde, porém, um parlamentar da comissão (Pacheco Pereira) informou a imprensa de que "não têm dúvidas de que, em 2009, existiu uma operação política de carácter conspirativo de controlo de órgãos de comunicação social, desenvolvida com o conhecimento do primeiro-ministro e por quadros do PS que pertencem a empresas onde o Estado tem participação".
Recorrentemente, as nossas "elites" tentam voltar à cómoda situação anterior ao terramoto de 1755, quando a lei não dava ao povo o direito à dignidade, quando os direitos fundamentais não existiam, quando poucos sabiam ler e acreditavam que era bom para nós não sabermos verdades que nos perturbassem.
Aqui fica a minha convicção: o que dói não é a verdade, o que dói é ser tratado com falta de respeito, "ser mentido é que dói". O que dói é o cinismo de me virem dizer que "mentir" não é um verbo transitivo, o que dói é virem-me dizer que a verdade não interessa, que há valores mais altos, coisas "sérias", como o "interesse nacional"... o interesse nacional é que cheguemos rapidamente a 2010, que sejamos respeitados e não "mentidos", e "para nosso bem", ainda por cima! Por caridade, presumo!
Temos direito à verdade, direito à indignação.
Aqui fica a resposta que merecem:

9 comentários:

  1. Queremos saber a verdade.Respeita a liberdade de expressão.

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  2. Penso que ninguém tem dúvidas que o nosso primeiro-ministro mentiu no negócio PT/TVI. Mas o problema de Portugal não se chama José Sócrates. O maior problema português chama-se Noronha de Nascimento e Pinto Monteiro.
    Com estes dois à frente do Supremo Tribunal de Justiça e Procuradoria Geral da Republica, respectivamente, em Portugal os políticos podem fazer tudo. Podem fazer o que lhes der na real gana. Podem, inclusive, roubar à frente das câmaras que nada lhes acontece.
    Se alguém tiver a ousadia de acusar um elo do sistema será repreendido e obrigado a pagar uma indemnização (Ricardo Sá Fernandes condenado a pagar €10 000 a Domingos Névoa).
    Domingos Névoa queria “comprar” o Vereador. O Vereador não se vendeu. O Juiz considerou que não era legítimo a Ricardo Sá Fernandes apelidar Domingos Névoa de "corruptor".
    Se Domingos Névoa pagava para Sá Fernandes mudar de opinião e não é corruptor, então onde está o tal gajo que dava 200.000 €.
    A máquina está de tal ordem protegida que, quem tiver a ousadia de contestar será castigado.
    Se as escutas fossem válidas ou pudessem ser difundidas e à frente da PGR e do Supremo Tribunal de Justiça estivessem pessoas independentes e com o mínimo de honestidade das funções que lhes estão atribuídas, de certeza que Portugal não estaria às portas da bancarrota, nem os ladrões do BPN se estariam a rir.
    Mas é esta a democracia que temos em Portugal.
    Por isso sem estes dois na Máquina, provavelmente, muitos já estariam presos e nesta altura estaríamos a discutir quantos anos, José Sócrates, levaria de prisão.

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  3. Esta situação é no mínimo caricata...criamos o monstro!!!, e o pior é que temos que o carregar.
    Niguém se quer ver livre dele, nem mesmo a oposição. São os sinais do tempo que vivemos.

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  4. Quem paga são os trabalhadores.Gritem,Gritem,Gritem.

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  5. Agora, o Sócrates tem que resolver os seus problemas(Portugal)não a oposição.Ups!!!???.

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  6. Afinal, o que está a falhar em Portugal?

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  7. A Verdade. A busca e o respeito pela verdade. Os nossos partidos sociais-democratas, o PS e o PSD, que correspondem ao que os portugueses querem, expresso nos votos, só o têm sido de nome, de programa. Na verdade não o têm sido, ou não se passaria isto:
    "... OS portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona Euro mas os nossos gestores recebem, em média:
    - mais 32% do que OS americanos;
    - mais 22,5% do que OS franceses;
    - mais 55 % do que OS finlandeses;
    - mais 56,5% do que OS suecos"
    (dados de Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)"

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  8. Não me refiro aos vencimentos. Sobre isso todos sabem, mas ninguém faz nada. Esses são a causa da corrupção em Portugal.
    Mas não é isso que falha.
    Há algo mais. Muito mais importante.
    Quando olho para a TV e vejo os nossos governantes e não só, dou graças a Deus (e não sou crente) por não estarmos na década trinta do século passado.

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  9. De certa maneira estamos. A grande depressão está apenas no início. Os anticorpos contra o fascismo, porém, ainda existem, espero!

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