segunda-feira, 20 de junho de 2011

Cidadãos indignados

Esta fotografia é de ontem, na praça do Congresso, em Madrid, mas poderia ser noutras cidades europeias.
O movimento dos cidadãos indignados é pela não-violência e não tem ideologia nem liderança. Os manifestantes estão conscientes de que o Euro-pacto, por exemplo, faz a Europa ser dos banqueiros e não dos cidadãos; manifestam-se, também, contra o mau uso dos dinheiros públicos e contra a corrupção.
O projecto europeu está a falhar. Barroso não está à altura de Delors, Angela Merkel não está à altura de Helmut Kohl, o risco de desmoronamento da Europa é evidente.
São os cidadãos, na rua, sem violência nem liderança política, quem pode empurrar a União Europeia para o bom caminho, o de servir os europeus e o mundo.
Neste momento as regras são ditadas pelos grandes bancos, cuja ganância cega vai levar ao desastre a que mesmo eles não escaparão.

Hoje esperei quase uma hora, no super-mercado, pela minha vez de pagar; só duas funcionárias exaustas trabalhavam nas caixas, para tantos clientes. Pelo volume de bens transaccionados podia-se ver que a empresa pode empregar mais gente para as caixas vazias. Mas não vi ninguém indignado. ´
É normal que as empresas tenham lucro. Apenas se passa um exagero, uma indiferença às pessoas, um desequilíbrio de forças que só pode ser resolvido com cidadãos acordados e exigentes. Uma pedra de toque para sabermos se este governo corresponde à esperança que nele põem os portugueses vai ser a atitude face a este desequilíbrio de forças a favor dos lucros desenfreados; outra será a atitude face à corrupção. Pode-se ser liberal e sensato, "penso eu de que". Vamos a ver!

6 comentários:

  1. Os Portuguese não estão habituados a se indignarem... nem exigirem... e são muito diferentes de nuestros hermanos... manifestaram-se há relativamente pouco tempo na manif da geração à rasca, nem foi votar, preferindo ir para a praia, e agora tão cedo, não quer nem ouvir falar de política, outra manifestação? nem pensar... é mais cómodo esperar que desta vez os polícos mudem alguma coisa e esperar para ver... quando fizerem a próxima manifestação, será em desespero de causa... até lá, farão greves inúteis, para ir à praia...

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  2. Obrigado por comentar. Não sou tão pessimista, parece-me que a opinião pública está a ganhar força e que os governantes europeus acabarão por ter uma visão mais ampla da situação, por pôr o neo-liberalismo na gaveta. Está em jogo a Europa, hão de acordar para as suas responsabilidades!

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  3. Faltou-lhe falar do "black-out" que a comunicação social faz às assembleias populares, ao movimento por uma democracia verdadeira. Para sabermos o que se passa temos que procurar fora da informação habitual!

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  4. Burro que não gosta de palha20 de junho de 2011 às 07:27

    Se quer dar notícias internacionais, a de hoje é que o treinador do Porto vai para o Chelsea. Isso é que provoca indignação!

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  5. Essas grandes cadeias de super-mercados, à custa de baixos salários e exploração dos seus trabalhadores podem fazer preços mais baixos que as pequenas mercearias. Quando estas vão à falência, podem subir os preços e, nessa altura, já as pessoas não têm mais onde ir comprar e se sujeitam. O PS não protegeu as pequenas empresas com a necessária regulamentação, foi "neo-liberal". Este governo deverá ser ainda pior porque assume o tal "neo-liberalismo".

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  6. burro que não gosta de palha30 de julho de 2011 às 02:02

    Pois aí tem!Este governo, como o anterior, cuida primeiro dos bancos e das muito grandes empresas e, depois, da arraia miúda, assalariada. Esperava outra coisa?

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