Esse pano está hoje num mosteiro ortodoxo grego e dá de comer (junto com o que cultivam) aos monges que o habitam.
Tenho simpatia pelos peregrinos que fazem uma promessa ao farrapo e lhe dão uma esmola. Imagino que o Filho do Homem também, o amor precisa de formas para se expressar, e essa, por tão simples, é bela.
Os fariseus contemporâneos, porém, para quem a relíquia é apenas um farrapo, descobriram-no e trataram de o “recuperar” para ser exposto em Roma, onde as esmolas têm a forma de bilhetes e os peregrinos a forma de turistas culturais, um negócio que paga impostos e é um dos pilares da economia local. O seu projecto de marketing contém ainda um estudo ao ADN do sangue que ficou no pano (é um pouco tarde para o encontrarem mas não para o sucesso do marketing) e há quem fale, ainda, numa pesquisa de impressões digitais com um método recentíssimo.
Para isso mobilizaram toda a cristandade cultural, todos os que querem descobrir o caminho a partir da Ciência, escandalizados com o abandono em que tal monumento esteve, durante tantos séculos.
Tenho simpatia por essa gente toda: é, afinal, uma forma confusa de expressar amor.
O dedo ferido, porém, indicava o próximo, aquele irmão, ao nosso lado, que precisa de nós.
Esta história é completamente inventada, embora verdadeira, é preciso dizer!
Esta história é completamente inventada, embora verdadeira, é preciso dizer!
Sem comentários:
Enviar um comentário