Se é chocante que os dois partidos que nos têm governado façam orçamentos sempre de valor total superior aos recursos anuais (este ano nove biliões acima, que serão para juntar à nossa divida, a qual nos fica anualmente por seis biliões de encargos orçamentados), muito mais chocante é que não cumpram a Constituição no que diz respeito à posição de Portugal no mundo: defendemos claramente o direito dos povos à auto-determinação, contribuimos orgulhosamente para a independência de Timor-Leste, por exemplo.
A subserviência em relação aos Estados Unidos da America quanto à posição sobre o pedido da Palestina ao Conselho de Segurança para ser reconhecida como Estado é vergonhosa. Portugal faz parte, temporariamente, do Conselho de Segurança da ONU e é natural que a Palestina, conhecedora da nossa Constituição, esteja a contar com o voto favorável de Portugal. As declarações do nosso primeiro-ministro, em Nova York, envergonham o país.
Uma coisa é ser subserviente, na Europa, aos mais fortes, consequência da embaraçosa situação financeira em que, irresponsavelmente, o bloco PS/PSD nos deixou cair; outra é não honrar os nossos compromissos internacionais, designadamente o nosso desígnio de apoiar a libertação dos povos.
Demos a este governo o encargo de governar (eventualmente o direito a nos levar à miséria)-- dentro da Constituição! Não lhe demos o direito de nos desonrar!
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
O primeiro dia de Outono
Coincidiu com o Equinócio, hoje de manhã, a chegada aqui, à minha "caixa" do correio electrónico, de um texto que diz ser de 1967 e que é a descrição do segundo dia de aulas, no diário de uma aluna do Liceu de Setúbal; fala da chegada de um professor novo, Zeca Afonso.
Era tão claro, para nós, que havia países democratas para lá dos Pirinéus e que era tempo de acabar com a ditadura! Era tão evidente que deveria haver partidos políticos, que a censura deveria acabar, que haveríamos de ter Democracia, mais ano menos ano! Lembro-me das discussões com a geração anterior, que dizia sermos diferentes dos povos do Norte, que dizia que a Democracia não era adequada à nossa cultura!
Sete anos depois o desejo realizou-se: em 25 de Abril de 1974 o regime caiu e, dois anos depois, estava pronta a Constituição democrata mais impecável da Europa -- e do Mundo! Descansámos.
O tempo passou.
Nunca imaginei, nesse tempo, que poderíamos cair numa oligarquia. Hoje é tão evidente que não vivemos em democracia, apesar de termos partidos políticos e de não termos censura, que o inimaginável aconteceu: surpreendi-me a pensar que, se calhar, a nossa cultura de povo do Sul pede uma democracia estruturalmente diferente da dos povos do Norte.
Não tivemos a Reforma protestante: tivemos a Inquisição; somos diferentes! A nossa História, a nossa cultura, a nossa alma é diferente! Desejamos ainda a democracia, a liberdade, a dignidade humana -- a forma que importámos não nos serviu!
Parecia tão evidente, na minha adolescência, que nos bastaria imitar as leis dos povos de além-Pirinéus! Pareciam tão absurdas as razões dos que diziam o contrário!
Hoje, é minha convicção que nos compete, como povo, reinventar a democracia; criar uma nova estrutura, uma que favoreça a vida, a dignidade humana, a alegria... uma estrutura em que seja divertido viver, sem prejudicar ninguém, sem medo da velhice num asilo miserável, sem a mania da competição, substituída pela da colaboração, pela Liberdade que a Igualdade traz!
E é minha esperança que, daqui a sete anos, a teremos inventado. E que a Europa e o Mundo nos olharão surpreendidos -- com vontade de cá vir, para aprender!
Era tão claro, para nós, que havia países democratas para lá dos Pirinéus e que era tempo de acabar com a ditadura! Era tão evidente que deveria haver partidos políticos, que a censura deveria acabar, que haveríamos de ter Democracia, mais ano menos ano! Lembro-me das discussões com a geração anterior, que dizia sermos diferentes dos povos do Norte, que dizia que a Democracia não era adequada à nossa cultura!
Sete anos depois o desejo realizou-se: em 25 de Abril de 1974 o regime caiu e, dois anos depois, estava pronta a Constituição democrata mais impecável da Europa -- e do Mundo! Descansámos.
O tempo passou.
Nunca imaginei, nesse tempo, que poderíamos cair numa oligarquia. Hoje é tão evidente que não vivemos em democracia, apesar de termos partidos políticos e de não termos censura, que o inimaginável aconteceu: surpreendi-me a pensar que, se calhar, a nossa cultura de povo do Sul pede uma democracia estruturalmente diferente da dos povos do Norte.
Não tivemos a Reforma protestante: tivemos a Inquisição; somos diferentes! A nossa História, a nossa cultura, a nossa alma é diferente! Desejamos ainda a democracia, a liberdade, a dignidade humana -- a forma que importámos não nos serviu!
Parecia tão evidente, na minha adolescência, que nos bastaria imitar as leis dos povos de além-Pirinéus! Pareciam tão absurdas as razões dos que diziam o contrário!
Hoje, é minha convicção que nos compete, como povo, reinventar a democracia; criar uma nova estrutura, uma que favoreça a vida, a dignidade humana, a alegria... uma estrutura em que seja divertido viver, sem prejudicar ninguém, sem medo da velhice num asilo miserável, sem a mania da competição, substituída pela da colaboração, pela Liberdade que a Igualdade traz!
E é minha esperança que, daqui a sete anos, a teremos inventado. E que a Europa e o Mundo nos olharão surpreendidos -- com vontade de cá vir, para aprender!
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
24 horas de REALIDADE
Na quinta-feira, 15 de Setembro, a partir da 01:00 da manhã e durante 24 horas vamos poder ver a realidade das alterações climáticas: uma hora para cada fuso horário, as consequências do abuso dos combustíveis fósseis, em directo, na vida das pessoas.
A desinformação, os milhões que têm sido gastos a fazer-nos crer que "não é bem assim", "isso é catastrofismo", etc não podem nada contra a REALIDADE.
A desinformação, os milhões que têm sido gastos a fazer-nos crer que "não é bem assim", "isso é catastrofismo", etc não podem nada contra a REALIDADE.
domingo, 11 de setembro de 2011
11 de Setembro
11 de Setembro
Faz hoje 38 anos que o governo democráticamente eleito do Chile foi derrubado por um golpe militar. Allende morto, o general Pinochet organizou a sua ditadura, que se acompanhou de milhares de mortos.
A CIA, a Administração americana, incentivou Pinochet a derrubar a democracia.
É! A democracia americana tem destas coisas! Criou o medo e a repressão por muitos anos.
28 anos depois, assistimos em directo a um crime espectacular: o derrube das twin towers, em Nova York. É legítimo imaginar, dadas as grandes vantagens que trouxe aos negociantes de armas e de petróleo, que o crime tenha tido a mesma origem. Durante muitos anos Osama ben Laden e a CIA partilharam o inimigo russo no Afeganistão. Poderiam ter partilhado mais um interesse comum? Entre o povo americano e a sua oligarquia financeira há grandes diferenças!
Não conheço a verdade mas o que parece absurdo não deve ser afastado como hipótese de investigação.
O memorial, com dois lagos no sítio onde se erguiam as torres Norte e Sul, os quais têm uma cachoeira a toda a volta que cai na água, lá no fundo, lagos cercados por uma bordadura em bronze com os nomes de todos os mortos desse crime, parece-me muito bem conseguido, como projecto de Arquitectura. O parque com 400 carvalhos decerto ficará maravilhoso, com o tempo.
Este é o símbolo egípcio da água, uat, que também quer dizer "verde":
a água e os carvalhos. Símbolo da vida, na nossa civilização e, também, na dos nativos norte-americanos, a água é um símbolo de sabedoria para o Taoísmo, porque contorna os obstáculos, sempre fluindo. Nos lagos do memorial ela corre sempre (isso vê-se mesmo na superfície) e some-se nas profundezas do desconhecido. Símbolo do inconsciente, dos sentimentos, nada melhor para representar a suprema irracionalidade daquele crime. Da metade direita do nosso cérebro, "domesticável" pela Arte.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Faz hoje 38 anos que o governo democráticamente eleito do Chile foi derrubado por um golpe militar. Allende morto, o general Pinochet organizou a sua ditadura, que se acompanhou de milhares de mortos.
A CIA, a Administração americana, incentivou Pinochet a derrubar a democracia.
É! A democracia americana tem destas coisas! Criou o medo e a repressão por muitos anos.
28 anos depois, assistimos em directo a um crime espectacular: o derrube das twin towers, em Nova York. É legítimo imaginar, dadas as grandes vantagens que trouxe aos negociantes de armas e de petróleo, que o crime tenha tido a mesma origem. Durante muitos anos Osama ben Laden e a CIA partilharam o inimigo russo no Afeganistão. Poderiam ter partilhado mais um interesse comum? Entre o povo americano e a sua oligarquia financeira há grandes diferenças!
Não conheço a verdade mas o que parece absurdo não deve ser afastado como hipótese de investigação.
O memorial, com dois lagos no sítio onde se erguiam as torres Norte e Sul, os quais têm uma cachoeira a toda a volta que cai na água, lá no fundo, lagos cercados por uma bordadura em bronze com os nomes de todos os mortos desse crime, parece-me muito bem conseguido, como projecto de Arquitectura. O parque com 400 carvalhos decerto ficará maravilhoso, com o tempo.
Este é o símbolo egípcio da água, uat, que também quer dizer "verde":
a água e os carvalhos. Símbolo da vida, na nossa civilização e, também, na dos nativos norte-americanos, a água é um símbolo de sabedoria para o Taoísmo, porque contorna os obstáculos, sempre fluindo. Nos lagos do memorial ela corre sempre (isso vê-se mesmo na superfície) e some-se nas profundezas do desconhecido. Símbolo do inconsciente, dos sentimentos, nada melhor para representar a suprema irracionalidade daquele crime. Da metade direita do nosso cérebro, "domesticável" pela Arte.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Ricardo Reis
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Sair da rotina
E se governantes (em Lisboa ou nas Camaras) experimentassem sair da rotina? A rotina é fazer obras, comprar material novo para os seus inúmeros escritórios -- que seríamos nós sem uma boa administração publica? -- e, quando o dinheiro falta, perdão, as "verbas", aumentar taxas, inventar novas ou cortar a "privilégios" que as pessoas ingénuas já tomavam por "direitos". Hoje ficámos a saber que a bombinha dos asmáticos, algumas vacinas e a pílula anticoncepcional são luxos para quem tiver "verbas". Se a economia consiste em fazer uma lista das prioridades para as despesas, governar é fazer essa lista para os portugueses. Parece que escolher as prioridades não é para cabeças burocratas! Mas poderiam experimentar, aventurar-se... Por exemplo: se para ser gestor de uma Empresa Publica fosse preciso ter carro e carta de condução, os lugares ficariam vagos? Ou seriam preenchidos por incompetentes sem qualquer sensibilidade para as dificuldades das pessoas, dos que servem? E se fossem pagos a recibos verdes? Seriam os cargos ocupados por gestores insensiveis, que poriam a decoração do escritorio à frente do Servico da empresa? Arrisquem!
Subscrever:
Comentários (Atom)


