Não é surpreendente que escape, ao supremo tribunal inglês, a importância histórica de wikileaks, o direito dos cidadãos à informação toda. Durante séculos as oligarquias nacionais tiveram ao seu dispor o recrutamento gratuito de mercenários -- e informação é poder, a sua divulgação enfraquece-as.
A globalização foi trazida pela técnica e não tem apenas o lado visível e absurdo do empobrecimento dos povos e do enriquecimento das companhias multinacionais. A globalização da informação é o que vai permitir aos cidadãos de todo o mundo tomar o poder às oligarquias nacionais e à internacional.
As guerras, sendo feitas pelos povos, não nascem deles mas da defesa de interesses que não são deles. A emoção patriótica é usada para mobilizar as pessoas, cinicamente. É certo que nenhum povo quer ser invadido, perder o seu direito à diferença -- mas as guerras são sempre uma manipulação desse instinto de ser livre. São um jogo dos poderosos em que os pequenos são apanhados.
Vamos para um tempo em que deixará de ser possível convencer-nos a não respeitar os outros povos, línguas, culturas, direito a serem felizes. Vamos para um tempo em que a maior parte --senão todas!-- as pessoas serão conscientes, responsáveis.
E uma das razões porque isso está a acontecer é o crescente acesso dos cidadãos à informação. O desabar do prestígio mítico das instituições que temos contribui para a nossa consciência e responsabilização crescentes. O último exemplo é o Relatório Anual da Amnistia Internacional que nos mostra como o Conselho de Segurança da ONU está na origem das carnificinas que os que "representam" os países que dele fazem parte dizem combater.
Ou, em Portugal, a consciência que vamos tendo de que os serviços secretos servem os interesses de grandes grupos financeiros, mesmo em tempo de paz.
Pessoas como Julian Assange estão a viver à lei do século XXI, que ora nasce, com dor -- e com festa!
Exemplo de informação incómoda (3 de Junho): Agora até lemos o Diário da Republica, aqui no Internet! Peço desculpa à Senhora, que pode ter muito mérito para o lugar, mas o pormenor de lhe dar o subsídio de férias e o 13º mês disfarçados de "abono suplementar" mostra muito sobre quem nos (se) governa.
5 de Julho de 2012
Julian Assange refugiado na Embaixada do Equador
Outro exemplo de informação incómoda, na democracia angolana:

Exemplo de informação incómoda (3 de Junho): Agora até lemos o Diário da Republica, aqui no Internet! Peço desculpa à Senhora, que pode ter muito mérito para o lugar, mas o pormenor de lhe dar o subsídio de férias e o 13º mês disfarçados de "abono suplementar" mostra muito sobre quem nos (se) governa.
5 de Julho de 2012
Julian Assange refugiado na Embaixada do Equador
Outro exemplo de informação incómoda, na democracia angolana:

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