domingo, 3 de março de 2013

2 de Março, no Porto

Dizem os jornais que, em Lisboa, havia música e alegria. No Porto não havia alegria. As pessoas estavam, sobretudo, a cumprir um dever, sentiam que é preciso dizer a indignação, fazer número.
Entre a Praça da Batalha e a rua de Passos Manuel, a manifestação esteve parada tempos esquecidos... mas as pessoas estiveram tranquilas, aguardando:
A obstrução, que não viam dali, era um carro de polícia, na rua de Passos Manuel, parado à frente dos manifestantes, "a comandar as tropas":
Se o objectivo da polícia era irritar, impacientar, vacinar para que não queiram voltar a "apanhar uma seca", parados na rua tanto tempo -- não conseguiu. A tranquilidade era total.
Por fim lá se desceu Passos Manuel:
e se encheu a Avenida dos Aliados:
E, quando as pessoas se iam embora, os polícias, talvez frustrados com tanta tranquilidade, pediram a identificação a dois rapazes que estavam na estação de metro. Eles não viram razão para isso e resistiram: foram presos. 
A tranquilidade, a paciência de centenas de milhares de pessoas não deu uma notícia nos jornais -- a prisão de duas pessoas, desnecessária, deu!

"O povo é quem mais ordena", quem faz a ordem; quem resiste às provocações das "autoridades".

Não vi partidos, grupos, vi pessoas conscientes de que são tempos de mudança.

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