Todos temos opiniões. Como poderíamos sobreviver sem elas? A cada momento temos decisões a tomar e recorremos às nossas opiniões para o fazer.
Devo escolher o prato de peixe ou o prato de carne? Na minha opinião as gorduras do peixe são mais saudáveis, o peixe é mais fácil de digerir... na opinião de outros comer carne é que dá força, um bocadinho de agressividade é preciso, porque a vida é uma luta, os homens de barba rija comem carne...
Temos opiniões sobre tudo – que remédio! Até podemos ter a opinião de que todas têm a sua verdade e que é no conjunto delas que esta se esconde. Ou de que uma coisa são opiniões e outra coisa são os conhecimentos científicos, a Verdade... mas, reconheçamo-lo, para nós, as nossas opiniões e a Verdade são a mesma coisa; quantas vezes dissemos, ao defender uma opinião, “isto não é uma opinião, é um conhecimento” LOL; somos mesmo engraçados!
A opinião que aqui venho defender é a de que me parece útil, saudável e simpático sabermos fazer a distinção – clara! – entre a pessoa e as suas opiniões.
Na minha opinião é mais civilizado lutar com ideias que com pessoas. É mais civilizado respeitar quem vê as coisas de uma forma que nos parece inestética, imoral, inaceitável, etc ... mantendo a nossa péssima opinião – não sobre a pessoa mas sobre a forma como vê as coisas.
Assim podemos conversar – sem berros LOL – e, eventualmente, podemos, um e outro, aproximarmo-nos da Verdade, a qual, (mais uma opinião!) por mais inalcançável que seja, existe; e, portanto, podemos estar mais ou menos perto dela.
Por exemplo o Amor; na minha opinião, a “aceitação incondicional” do outro; que magnífico instrumento para comunicar, conversar – isto se a aceitação nos não levar a desistir da Razão, outro magnífico instrumento. Muitas vezes, em vez de insistir na explicação de um ponto que o outro se recusa a aceitar considerar com a Razão, decidimos aceitar a irracionalidade, pensando, “se eu amo, eu aceito o outro sem condições”, logo, aceito que recuse a Razão.
Aceito o outro, sim, mas não aceito a opinião dele de que se pode ser irracional sem que isso nos afaste da verdade. Não posso amar se me não amar e devo, a mim mesmo, o esforço de me fazer entender. Aceito a minha teimosia de oferecer a Razão como instrumento, como quem oferece um garfo a quem está a comer à mão. Aceito que o outro coma à mão e aceito a minha insistência.
Quando temos um paradoxo estamos perto da Verdade e da Arte. Tenho que encontrar uma forma gentil, simpática, de lhe mostrar as vantagens da Razão, -- sem lhe dar cabo do Juízo;-)
Todos estamos imersos numa cultura, cujo senso comum usamos, automaticamente, para tomar a maior parte das decisões. Saber que outras culturas, com outro senso comum, existem e são viáveis, respeitáveis, eis um conhecimento útil, um que nos abre horizontes.
Na minha opinião este "novo" governo é a continuação da competência do anterior -- para arruinar o País e tentar salvar alguns privilegiados. Na opinião de muito boa gente este é um novo governo, uma nova visão, um novo caminho, que nos levará a sair das falências, do desemprego, do empobrecimento, da injustiça... respeito, aceito quem assim pense, mas não deixarei de usar a Razão para mostrar que se trata de uma opinião criada por uma insistência mediática, de uma opinião "distraída"... não luto com pessoas, luto com ideias.
sábado, 27 de julho de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
A nossa casa, vista de Saturno
sábado, 20 de julho de 2013
A "elite" no poder
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| Notícias TV, suplemento do Jornal de Notícias de 6ª feira, 19 de Julho de 2013 |
Já aqui escrevi que os atenienses sabiam que sem igualdade não há liberdade. E, é claro, sem liberdade não há democracia!
Também publiquei "Sobre hierarquias", e creio que pode haver igualdade com hierarquias pontuais, sem poder, livremente aceites: o avô que pede ao neto que o ajude com o comando do televisor não lhe é hierarquicamente inferior. Ou a pessoa que vai ao médico porque lhe reconhece um conhecimento superior ao seu para fazer um diagnóstico, um prognóstico e um tratamento.
Há 250 anos houve uma revolução nas nossas sociedades -- a qual demorou mais um bocado a chegar a Portugal! -- e as leis que se referiam à hierarquia "de sangue", aos privilégios de algumas famílias sobre as outras, desapareceram: "todos os homens nascem livres e iguais em direitos".
Com o tempo uma outra hierarquia se institucionalizou: a da conta bancária. A maior parte das pessoas esforça-se por pertencer à "hierarquia" actual e, de facto, o poder real é financeiro, o poder "do sangue" é residual.
O poder, em democracia, deve ser de todos -- ou não é democracia. Não proponho, como Platão, que não era democrata, que o poder pertença a uma elite, amante do conhecimento. Não precisamos de elites mas, pelo menos, não tomemos por elite quem tem mais dinheiro!
sábado, 13 de julho de 2013
sábado, 6 de julho de 2013
O circo
Panem et circenses, "pão e circo", era a receita dos imperadores romanos para acalmar as multidões descontentes.
Por cá, e por este caminho, chegaremos à fome das multidões mas, para já, basta, aos poderosos, o circo. Circo televisionado, circo encenado por técnicos de imagem, circo "pós-moderno".
Os palhaços mimam a espontaneidade, a estupidez, mas o papel a representar é rigorosíssimo e, se o não soubessem fazer, não teriam sido escolhidos.
Para um grau de exploração popular tão alto é preciso circo de qualidade. E um palhaço de qualidade parece-nos genuinamente burro.
Resulta. As multidões acalmam, o coro (os "mercados" e a "europa") aplaude e a extorsão continua.
Até um dia. Porque tudo tem um fim e, embora os "marxistas", curiosamente, o não vejam, estamos já na crise final do sistema capitalista, o qual demorará pouco mais de uma década a cair de vez.
O sistema monetário é internacional e esta é a primeira revolução global.
Mas é urgente sermos conscientes. É essencial perdermos a fé em pessoas providenciais e acreditarmos em nós mesmos, na democracia real, sem uma classe política profissional, sem eleições de pessoas -- só votaremos as leis! Leis que dêem aos cidadãos o velho privilégio real de cunhar moeda, o qual pertence, neste momento e desde a revolução industrial, a uma oligarquia. E ou há oligarquia ou há democracia.
Apesar dos magníficos espectáculos de circo que nos oferece, a oligarquia "imperial" está a viver os seus derradeiros anos. Deixo aqui um filme cheio de bom senso, que, como se sabe, é coisa muito mal vista pelo senso comum, o qual foi o bom senso de há umas décadas.
Por cá, e por este caminho, chegaremos à fome das multidões mas, para já, basta, aos poderosos, o circo. Circo televisionado, circo encenado por técnicos de imagem, circo "pós-moderno".
Os palhaços mimam a espontaneidade, a estupidez, mas o papel a representar é rigorosíssimo e, se o não soubessem fazer, não teriam sido escolhidos.
Para um grau de exploração popular tão alto é preciso circo de qualidade. E um palhaço de qualidade parece-nos genuinamente burro.
Resulta. As multidões acalmam, o coro (os "mercados" e a "europa") aplaude e a extorsão continua.
Até um dia. Porque tudo tem um fim e, embora os "marxistas", curiosamente, o não vejam, estamos já na crise final do sistema capitalista, o qual demorará pouco mais de uma década a cair de vez.
O sistema monetário é internacional e esta é a primeira revolução global.
Mas é urgente sermos conscientes. É essencial perdermos a fé em pessoas providenciais e acreditarmos em nós mesmos, na democracia real, sem uma classe política profissional, sem eleições de pessoas -- só votaremos as leis! Leis que dêem aos cidadãos o velho privilégio real de cunhar moeda, o qual pertence, neste momento e desde a revolução industrial, a uma oligarquia. E ou há oligarquia ou há democracia.
Apesar dos magníficos espectáculos de circo que nos oferece, a oligarquia "imperial" está a viver os seus derradeiros anos. Deixo aqui um filme cheio de bom senso, que, como se sabe, é coisa muito mal vista pelo senso comum, o qual foi o bom senso de há umas décadas.
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