sábado, 27 de julho de 2013

Uma opinião

Todos temos opiniões. Como poderíamos sobreviver sem elas? A cada momento temos decisões a tomar e recorremos às nossas opiniões para o fazer.
Devo escolher o prato de peixe ou o prato de carne? Na minha opinião as gorduras do peixe são mais saudáveis, o peixe é mais fácil de digerir... na opinião de outros comer carne é que dá força, um bocadinho de agressividade é preciso, porque a vida é uma luta, os homens de barba rija comem carne...

Temos opiniões sobre tudo – que remédio! Até podemos ter a opinião de que todas têm a sua verdade e que é no conjunto delas que esta se esconde. Ou de que uma coisa são opiniões e outra coisa são os conhecimentos científicos, a Verdade... mas, reconheçamo-lo, para nós, as nossas opiniões e a Verdade são a mesma coisa; quantas vezes dissemos, ao defender uma opinião, “isto não é uma opinião, é um conhecimento” LOL; somos mesmo engraçados!

A opinião que aqui venho defender é a de que me parece útil, saudável e simpático sabermos fazer a distinção – clara! – entre a pessoa e as suas opiniões.
Na minha opinião é mais civilizado lutar com ideias que com pessoas. É mais civilizado respeitar quem vê as coisas de uma forma que nos parece inestética, imoral, inaceitável, etc ... mantendo a nossa péssima opinião – não sobre a pessoa mas sobre a forma como vê as coisas.
Assim podemos conversar – sem berros LOL – e, eventualmente, podemos, um e outro, aproximarmo-nos da Verdade, a qual, (mais uma opinião!) por mais inalcançável que seja, existe; e, portanto, podemos estar mais ou menos perto dela.

Por exemplo o Amor; na minha opinião, a “aceitação incondicional” do outro; que magnífico instrumento para comunicar, conversar – isto se a aceitação nos não levar a desistir da Razão, outro magnífico instrumento. Muitas vezes, em vez de insistir na explicação de um ponto que o outro se recusa a aceitar considerar com a Razão, decidimos aceitar a irracionalidade, pensando, “se eu amo, eu aceito o outro sem condições”, logo, aceito que recuse a Razão.
Aceito o outro, sim, mas não aceito a opinião dele de que se pode ser irracional sem que isso nos afaste da verdade. Não posso amar se me não amar e devo, a mim mesmo, o esforço de me fazer entender. Aceito a minha teimosia de oferecer a Razão como instrumento, como quem oferece um garfo a quem está a comer à mão. Aceito que o outro coma à mão e aceito a minha insistência.
Quando temos um paradoxo estamos perto da Verdade e da Arte. Tenho que encontrar uma forma gentil, simpática, de lhe mostrar as vantagens da Razão, -- sem lhe dar cabo do Juízo;-)

Todos estamos imersos numa cultura, cujo senso comum usamos, automaticamente, para tomar a maior parte das decisões. Saber que outras culturas, com outro senso comum, existem e são viáveis, respeitáveis, eis um conhecimento útil, um que nos abre horizontes.

Na minha opinião este "novo" governo é a continuação da competência do anterior -- para arruinar o País e tentar salvar alguns privilegiados. Na opinião de muito boa gente este é um novo governo, uma nova visão, um novo caminho, que nos levará a sair das falências, do desemprego, do empobrecimento, da injustiça... respeito, aceito quem assim pense, mas não deixarei de usar a Razão para mostrar que se trata de uma opinião criada por uma insistência mediática, de uma opinião "distraída"... não luto com pessoas, luto com ideias.

1 comentário:

  1. Compreendo a mensagem. A estupidez de quem nos pode magoar é quase insuportável.

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