domingo, 23 de fevereiro de 2014

Um povo pacífico e valente, vítima da Geografia

A Ucrânia, no centro da Europa, não gostou da evolução que a União Soviética teve, depois da morte de Lenine. Stàlin  mostrava-se um tirano, disposto a matar gente sem lhe perguntar se desejava morrer pelo Socialismo. Alguns desejavam, sentindo-se culpados por não pensarem como o Pai da Pátria, por identificarem Socialismo com Liberdade e Responsabilidade ou por não serem capazes de compreender que só a morte dos opositores do tirano poderia trazer o desejado Socialismo.
Os Ucranianos, como nos últimos dias nos mostraram, são valentes. Em 1930, muitos falavam abertamente contra a tirania, não aceitavam o medo de falar que Stàlin instituíra como único caminho para a Liberdade das gerações futuras. Então o tirano decidiu dar-lhes uma lição e começou a exportar para o Ocidente os cereais que os ucranianos produziam, para se financiar e ao seu regime. Não se tratou apenas de terror intimidativo, tratou-se de um genocídio pela fome, o qual nos envergonha tanto, aos ocidentais compradores do trigo que custou sete milhões de mortos, que gostamos de nos esquecer dessa história. 

Os Ucranianos não podem esquecer, porém. E, assim, geograficamente entre a União Europeia e a Rússia, preferem uma aliança a Ocidente, ao verem o seu Presidente a propor leis que lhe aumentam o poder, aproximando-o do de um tirano. Mal sabem que entre a oligarquia russa e a oligarquia do capital financeiro internacional, que domina Europa, “venha o diabo e escolha!”. Breve estarão a pagar milhares de milhares de milhões de euros de juros, por ano, como nós, e compreenderão que a Revolução não consiste apenas em ter uma “democracia” representativa – ou seja, em passar da tirania para a oligarquia – mas em criar uma democracia real, com representantes sorteados e com leis votadas por todos.

Compreenderão? Estão a fazer o que é análogo ao nosso 25 de Abril, tirando as centenas de mortos e os nazis na rua, que nao houve ca! Ora, nós, 40 anos depois, ainda damos muito fracos sinais de estarmos a acordar – só os optimistas os adivinham, por entre o nevoeiro!

Mas “os tempos estao a mudar”!

3 comentários:

  1. burro que não gosta de palha23 de fevereiro de 2014 às 06:48

    Palha! Acredito que estejamos a ser explorados por uma partidocracia, ao serviço de uma oligarquia financeira. Mas não é por repetir essa mensagem que o povo português vai acordar... escreva sobre Santo Tirso!

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  2. Obrigado por comentar, burro.
    De facto, a rapidez com que os ucranianos, nas ruas, teem mudado a situacao da-nos esperanca de que cheguem, rapidamente, a conclusao de que e preciso tomar nas maos, em democracia real, a producao de moeda. Enquanto privados forem donos da Reserva Federal e do Banco Central Europeu e entregarem o dinheiro que produzem aos grandes bancos, que tambem possuem, para eles, dele, tirarem juros agiotas, o empobrecimento global, absurdo com tal avanco tecnologico, so podera continuar.

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  3. Nao enfatizei a maioria de pro-nazis racistas no novo parlamento da Ucrania, nascido da revolucao da praca de Maiden e nao previ a estupidez desse parlamento ao nao saber descansar os russos assegurando-lhes que os acordos antigos que lhes permitem chegar ao porto de Sebastopol se manteem. Nem previ a estupidez americana que parece querer levar a NATO para as fronteiras russas. O genocidio pela fome foi real, embora descrito, no filme, por um grupo de "direita", seja la o que isso for.

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