O post que é, agora, o mais visitado deste blog data de 2010 e fala do tempo histórico de mudança em que estamos, análogo à Revolução Industrial, que começou cerca de 1760, ou ao tempo que se seguiu às grandes viagens dos portugueses, ao dealbar do século XVI.
Cada vez é mais claro que a estrutura, o “sentido oficial” da Civilização, já não faz sentido, é insustentável, que chegou aos seus últimos anos.
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| Sete Fontes, um sítio agredido pela indústria da construção civil, aliada à Câmara de Braga |
A Biosfera e os seus sistemas ecológicos sofrem uma agressão humana assustadora, como assustador é ver a determinação de a negar.
Agredimos porque somos agredidos pela sociedade de consumo, que nos desequilibra para o lado do materialismo — não se ouve o espírito no meio dos “anúncios”, da propaganda contínua e ensurdecedora.
O poder do dinheiro tem longas raízes mas o Capitalismo, como o conhecemos, o sistema em que ainda vivemos, é a estrutura social dos últimos 250 anos.
Karl Marx não poderia prever a informática nem que a acumulação de capital chegasse aos números inverosímeis de hoje. Tão inverosímeis que desviamos o olhar do assunto, deixamo-lo aos economistas. Artistas que se especializaram em procurar as melhores rendas onde “aplicar” o capital, artistas dos quais não podemos esperar imaginação para criar um sistema em que não tenham papel!
E, porém, é na produção de dinheiro que está o cerne do problema. Não na produção de riqueza, de bens materiais, a qual, a caminho da robotização, nunca foi tão eficaz como hoje e nunca teve perspectivas tão fantásticas.
Mas o dinheiro, esse instrumento, é produzido por um oligopólio. A chegada da China a essa produção não é, só por si, garantia que deixe de ser assim, pelo contrário. E trata-se da “indústria” mais rentável, cujos “lucros” são inimaginavelmente superiores ao das drogas proibidas. O dinheiro é um bem de consumo tão indispensável como a água, um bem que tem que ser controlado por todos, um bem cujo quase monopólio está a criar o sofrimento que há de levar à criação de um outro sistema.
Imagino o sobrolho a erguer-se na fronte de muitos leitores, tão incómodas ideias não sendo para levar a sério, imagino o mensageiro a ser morto com um clik, fruto da saudável proteção contra ideias delirantes... mas não é possível que o leitor não saiba que nenhum sistema é eterno e que nunca visse, no nosso, sinais de degenerescência fatal.
Os tempos pedem-nos que olhemos para lá do nosso condicionamento, os tempos são “anormais”, são tempos de mudança.


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