A palavra "sincronicidade" foi criada por Jung para as coincidências com significado. Orlando é o nome da cidade da Flórida onde, ontem, se passou o maior crime de fanatismo homófobo nos Estados Unidos da América: meia centena de mortos e outros tantos feridos.
Donde vem a homofobia? Estudos já antigos e confirmados (a sociologia é feita com estatísticas), mostram-nos o afecto e a sexualidade humana dirigindo-se para ambos os sexos e distribuindo-se com a habitual curva de Gauss. As culturas patriarcais proíbem a homosexualidade e, como dizia Bernard Shaw com ironia "as pessoas inteligentes adaptam-se"!
Uma lei fundamental da psicologia é que "a frustração leva à agressão". Há quem acredite na narrativa patriarcal de que o normal é pertencer à cauda "boa" da curva de Gauss e se sinta frustrado ao sentir em si mesmo afectos "anormais". Essa frustração leva a auto-agressão e/ou a homofobia. Quanto mais patriarcal a sociedade (o criminoso era afegão) maior o ódio aos que são diferentes da pseudo-norma.
Ao ponto de dar a vida pelo ódio.
A sabedoria contemporânea é milenar: sentir compaixão por quem odeia.
Mas, quando Obama diz a frase cristã, "amemo-nos uns aos outros", referido-se aos americanos, procurando que o medo não destrua a cultura de liberdade do seu país, deixa a porta aberta para odiar os que são de culturas diferentes, neste caso mais homófobas, os países islâmicos em geral. Deixa a porta aberta para a guerra, o contrário da compaixão. Ora não se combate a violência com violência! ... Mas tampouco com cobardia!
Estamos num tempo análogo aos anos 30, em que os nazis começaram a tomar conta da Alemanha e do mundo, pelo medo. Anos em que Churchill batalhava, nos Comuns, contra o desarmamento ingénuo dos governos de então.
O amor ganhará sempre ao medo mas a parte mais irracional da humanidade costuma ser a que melhor se organiza, militarmente.
Respeitemos quem é homófobo, xenófobo, mesmo racista, mas exijamos que cumpra as leis nacionais e internacionais, os direitos humanos. E "não há Direito sem força", convém não esquecer!
O amor ganhará sempre ao medo mas a parte mais irracional da humanidade costuma ser a que melhor se organiza, militarmente.
Respeitemos quem é homófobo, xenófobo, mesmo racista, mas exijamos que cumpra as leis nacionais e internacionais, os direitos humanos. E "não há Direito sem força", convém não esquecer!
![]() |
| Palas Atena, Museu do Vaticano, cópia da estátua de Fídias |

Não se pode excluir a hipótese de este crime ser mais uma acha para a fogueira da guerra entre cristãos e muçulmanos, que tanto lucro vem dando às grandes companhias americanas ligadas ao armamento e logística militares.
ResponderEliminarSugere que o pirómano tenha sido manipulado pelos interesses económicos a quem a guerra convém?
ResponderEliminarInfelizmente, os fogos postos criminosamente no Afeganistão, no Iraque e na Síria parecem bem acima das capacidades dos bombeiros -- da Organização das Nações Unidas, que parece repetir o falhanço da Sociedade das Nações, nos anos 30.
Peçamos a S.Pedro uma chuva muito muito grande que ajude a germinação das sementes de Paz que há anos esperam por ela, em todo o mundo. E oxalá elejam o Guterres, os portugueses dão bons bombeiros.
Sempre que há um crime deve-se procurar quem lucra. Lucra quem quer uma guerra entre cristãos e muçulmanos, guerra que anda a fomentar há anos.
ResponderEliminarÉ possível que o presidente Obama seja bem intencionado e tenha ordenado aos serviços secretos que descobrissem como controlar a venda de armas aos terroristas. O certo é que, se o fez, estes lhe não obedeceram. Aqueles que lucram com a guerra continuam a criar as condições para um confronto global. A informação é manipulada, as Nações Unidas parecem impotentes .
ResponderEliminarAo que parece, foi um atentado que recai apenas numa pessoa, eventualmente ela própria gay ou bissexual,não assumida,com uma vida de " faz de conta" por questões de educação e cultura. Deve tratar-se por isso de uma acto passional a atingir alguém que estaria dentro do Orlando. Alguém que provavelmente teria tido acesso a algum explosivo caseiro, dificilmente controlado e detectável pelas forcas de segurança. Por mais segurança que haja, há sempre uma margem de pessoas que foge a esse controlo, com personalidades muito deformadas, muitas vezes eles próprios vitimas de rejeição familiar,desde sempre, por serem vistos como "diferentes",quando na verdade somos todos iguais, ainda que amemos e|ou nos relacionemos sexualmente com pessoas do mesmo sexo ou dos dois sexos.Nada justifica um acto destes, mas há que olhar para a prevenção pela igualdade nas preferências sexuais e amorosas, nomeadamente nestas comunidades machistas.
ResponderEliminarA homofobia é, estatísticamente, normal nas nossas sociedades. Que uma característica normal seja causadora de crimes é um incómodo. Os incómodos são tratados psicológicamente com o processo -- normal! -- da negação. A maioria dos jornalistas, em todo o mundo, procurou negar, ou pelo menos subestimar, a homofobia, neste caso, em que é a sua causa óbvia. Trata-se de um assunto social, um indivíduo homófobo é o produto de uma sociedade homófoba, não se pode dizer que "recai apenas numa pessoa" sem que isso seja negação.
ResponderEliminarQuando, no fim de II Guerra Mundial, se soube dos milhões de judeus, de ciganos, de homossexuais, de comunistas, que os nazis tinham assassinado, houve condições para aparecer a Declaração Universal dos direitos humanos, da ONU, que foi subscrita por todas as nações, com reservas da Africa do Sul, Rússia e China, salvo erro. Foi inserida nas legislações nacionais mas não corresponde aos costumes, é uma intenção, um "wishful thinking", e, para mais, a ONU não dispõe de força para que ela seja aplicada.
Concordo com ela, óbviamente, sabendo da realidade mundial.
Outra das consequências da segunda guerra mundial foi o desequilíbrio gigantesco da indústria de armamento americana, criada como resposta aos nazis. Os EUA passaram a precisar que haja guerra no mundo para vender armamento. A ONU depende económicamente deles e não tem serviços de informação que permitam encontrar e acabar com os fornecimentos de armas -- ao estado islâmico, por exemplo.
Aquilo a que os americanos chamam o "complexo militar/industrial" manda no mundo, é quem emite a moeda, quem é dono da informação produzida -- e quem cria as guerras! Inclusivé invoca os direitos humanos para invadir países, vale tudo!
Se a humanidade funcionar como os organismos biológicos ou como as sociedades de animais e de humanos mais pequenas, há de chegar um dia em que o número de pessoas conscientes atinja um limiar em que tudo muda (mas a consciência é assunto individual a que se não chega pela informação dominante e avassaladora). Acresce que a oligarquia financeira não parece ter, actualmente, uma direcção que lhe permita travar o seu rumo ao abismo.
Não tenho dúvidas de que vivemos "tempos interessantes", históricamente falando. Mas só o saberemos com clareza daqui a muitos anos.
Resta dizer que a consciência de que falo é a de que todos os humanos merecem respeito e compaixão pelas difíceis situações em que estamos. Não julgar, respeitar a liberdade de cada um e tratar todos decentemente creio ser a pedra de toque da atitude que nos pode levar à Paz.
ResponderEliminarO que quis dizer- no único comentário que fiz- foi que o atentado nao foi levado a cabo por uma organizacao terrorista (mais fácil de controlar na identificacao dos movimentos e arsenais de guerra),mas por uma pessoa só (mais dificil de controlar e prevenir nos actos e na construcao de armas).
ResponderEliminarClaramente que se trata duma pessoa que nao foi educada a respeitar nada nem ninguém, nem a si próprio. Mas essa é a educacao que recebem, desde cedo, nos campos de treinos, para onde até já vao jovens portugueses, porque o armamento continua no topo dos negócios mais rentáveis do Mundo.
O motivo do crime é a homofobia.
ResponderEliminarNo tempo das Cruzadas os cristãos ficaram muito surpreendidos com a falta de repressão sobre a homossexualidade, no Oriente, e a homofobia ocidental “justificou” os crimes hediondos que praticaram em Constantinopla, por exemplo. Hoje é o contrário: os muçulmanos fundamentalistas aplicam penas de morte por homossexualidade e “justificam” o ódio aos cristãos por estes o não fazerem. Também na Alemanha nazi a homofobia foi usada para “justificar” a guerra, que é difícil levar a cabo sem ódio, que nasce do medo. O medo aos muçulmanos está a ser criado no Ocidente e a única forma de combater o medo e o ódio é o respeito e a compaixão. Todas as guerras têm uma origem económica, os povos são manipulados. É muito difícil responder ao ódio com compaixão -- compreender que se está a ser manipulado. Mas só a consciência de um número suficiente de pessoas poderá evitar a guerra.
As noticias sao contraditórias.
ResponderEliminarhttp://brasil.elpais.com/brasil/2016/06/14/internacional/1465892715_460350.html