sábado, 16 de junho de 2012

É bem curto, o tempo das cerejas!

Conversava eu, com um amigo da minha idade, acerca daquele gráfico que está no último post e que mostra a semelhança entre o nosso tempo e a grande depressão de 1929; e do que veio depois: os fascismos; eu falava da minha esperança de que a situação de falta de dinheiro leve, desta vez, a pormos fim ao sistema monetário e financeiro, o qual já não faz sentido -- quando ele disse, simplesmente: "o poder popular".
Incomoda-nos, aos burgueses (que somos todos os que lemos o jornal, como dizia Péguy) o fanatismo, de direita ou de esquerda, a burocracia, a intolerancia baseada numa qualquer moral -- e o mau gosto, seja isso o que for!
Ora, que é que esta oligarquia abstracta está a incrementar senão o mau gosto? O que é esta sociedade de consumo?
Creio que o capitalismo teve o seu papel na História, como teve o Império Romano ou outra ordem qualquer; todas chegam ao fim. Nunca tivemos, na História, tantos recursos técnicos para bem viver, com abundância que farte os sete milhares de milhões que somos, como hoje temos. Houve tempo em que este sistema não foi absurdo, em que terá servido um propósito.
A Liberdade e a cultura não se podem separar. Vou deixar aqui uma cançoneta da minha infância (era um disco de 45 rotações -- não chegavam a meia-dúzia, lá em casa, eram outros tempos!), que só agora soube estar ligada à Comuna de Paris; embora escrita em 1866, tornou-se popular como saudade daqueles dois meses de 1871.
Se, desta vez, soubermos fazer as coisas, até ao fim da década teremos a Comuna da Terra, e ela não precisa de ser um tempo "bem curto" nem de acabar num banho de sangue mas pode muito bem vir a ser um abraço universal sem fim!


Quand nous chanterons
le temps des cerises 
(Quand nous en serons 
au temps des cerises)
Et gai rossignol 
et merle moqueur
Seront tous en fête
Les belles auront 
la folie en tête
Et les amoureux 
du soleil au cœur
Quand nous chanterons 
le temps des cerises
Sifflera bien mieux 
le merle moqueur
Mais il est bien court
le temps des cerises
Où l'on s'en va deux
cueillir en rêvant
Des pendants d'oreille...
Cerises d'amour 
aux robes pareilles (vermeilles)
Tombant sous la feuille (mousse) 
en gouttes de sang...
Mais il est bien court 
le temps des cerises
Pendants de corail 
qu'on cueille en rêvant !
Quand vous en serez 
au temps des cerises
Si vous avez peur 
des chagrins d'amour
Évitez les belles !
Moi qui ne crains pas 
les peines cruelles
Je ne vivrai pas 
sans souffrir un jour...
Quand vous en serez 
au temps des cerises
Vous aurez aussi 
des chagrins (peines) d'amour !
J'aimerai toujours 
le temps des cerises
C'est de ce temps-là 
que je garde au cœur
Une plaie ouverte !
Et Dame Fortune, en m'étant offerte
Ne pourra jamais 
calmer (fermer) ma douleur...
J'aimerai toujours 
le temps des cerises
Et le souvenir 
que je garde au cœur ! 

5 comentários:

  1. A grande desigualdade de rendimentos culmina, em última análise, com o "desmembramento" dos paises.

    São poucas as pessoas com baixos rendimentos dispostas a "lutar" por um país que só é bom para uma minoria bem remunerada.

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    1. Ainda é o tempo de ajudar os 99% a ter consciencia de que o sistema não tem futuro. Essa consciencia fará nascer, nas assembleias populares, a democracia real. E nascerá, democraticamente, o novo sistema monetário e de financiamento das iniciativas: algo de radicalmente diferente, creio, e onde o poder já não estará nas mãos dos banqueiros -- quiçá saberemos passar sem bancos, os responsáveis pela implosao do actual sistema!

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  2. Entáo o Baltazar Dias por apoiar o José Luis Carneiro foi corrido do Jornal de ST?

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  3. Entáo o Baltazar Dias por apoiar o José Luis Carneiro foi corrido do Jornal de ST?

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  4. Quels sont les enseignements de base ou de base enseignées Ecriture de classes? Une des premières choses que j'ai apprises au sujet était Freytags Pyramide. On m'a dit que ce n'est pas un dispositif d'apprentissage à travers le conseil d'administration. Alors qu'est-ce? Je suis vraiment curieux. Dans la poésie m'a enseigné, «si cela signifie trop de choses à trop de gens qu'il manque c'est la marque». Depuis, j'ai appris que la bonne écriture tend à faire ressortir des réactions différentes chez différentes personnes et différentes interprétations. Comment l'apprentissage de l'écriture créative (la créativité est tellement individualisé) être normalisées?.

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