segunda-feira, 1 de abril de 2013

Aleluia!

Na minha infância, na segunda-feira de Páscoa, o Compasso (que tinha padre) percorria a vila de Santo Tirso com uma multidão de pessoas atrás, as quais entravam, com ele, em todas as casas e comiam e bebiam. Esse costume, quiçá pagão, acabou depois do concílio Vaticano II, pela mão do novo Abade, que se mantém.
Longe de mim discutir teologia (!) mas há muita gente que tem saudades... será que o novo Abade que há de vir poderia pôr a hipótese de restaurar a tradição, talvez dando-lhe um cariz franciscano contemporâneo, uma ocasião de os mais abastados partilharem a festa e os jesuítas com os mais esfomeados?
A Páscoa é festa que vem do paganismo, claro, é a festa do equinócio da Primavera, do início do ano solar. O símbolo deste tempo é o Carneiro, o primeiro signo do zodíaco, simboliza o início de qualquer coisa, a plantinha que sai da Terra para a Luz do Sol;  e "todo o começo é involuntário"!

Ora, há vários sinais de que os portugueses estejam a acordar de um longo Inverno para o seu papel de cidadãos, há iniciativas que nos dão esperança. O Manifesto pela Democratização do Regime, por exemplo, é um sinal de que ainda há quem queira restabelecer a saúde da democracia representativa; ou o haver quem pense em regenerar a política pela via da democracia online; ou esta Petição Princípio de Auditoria de Cidadão à Dívida, ou ainda este Movimento Revolução Branca,  maravilhoso, cheio da energia "inconsciente" de Carneiro, cujo líder tem o bom gosto de citar Ghandi.

Mais inclinado a "tratar da saúde" ao regime -- sem violência, claro! -- acredito que o caminho passe por aqui, por iniciativas de cidadãos que levem a discussões, das quais nasça a Luz.
Diz a tradição que os anjos disseram às mulheres: "não está aqui mas ressuscitou". Assim, aos que procurarem a Democracia na tumba dos parlamentos, essa Luz poderá dizer: "Não está aqui mas ressuscitou!" Está nas assembleias populares, está no internet, acampada com os indignados ou com os occupy!
Assim seja! Aleluia!

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