domingo, 30 de junho de 2013
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Como reverter as alterações climáticas
Esta conferência do TED configura uma notícia mais importante que todas as que os meios de comunicação social nos têm dado -- e não no-la-deram!
Este senhor já transformou 14 milhões de hectares de terras em vias de desertificação em terras verdes e férteis. Descobriu que era preciso imitar a natureza e que os rebanhos de animais (as hordas) que passam são necessários ao ecossistema. A desertificação em curso nas planícies de erva é responsável por uma produção de CO2 igual à do nosso uso de combustíveis fósseis. É possível voltar, pelo caminho que ele tem seguido, aos níveis de CO2 anteriores ao século XIX.Como comparar a importância desta notícia com as que nos dão, quotidianamente? E como explicar que seja por aqui, pelo Internet, que ela seja divulgada? -- É a tal "industrialização" dos meios de comunicação social, de que falava no penúltimo "post", a qual dá, aos e-mails, ao Facebook e a outros meios como este uma responsabilidade histórica.
Fica aqui um mapa, elaborado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e pela NASA, cujos pixels mudam semanalmente, mostrando a vegetação no planeta.
Este senhor já transformou 14 milhões de hectares de terras em vias de desertificação em terras verdes e férteis. Descobriu que era preciso imitar a natureza e que os rebanhos de animais (as hordas) que passam são necessários ao ecossistema. A desertificação em curso nas planícies de erva é responsável por uma produção de CO2 igual à do nosso uso de combustíveis fósseis. É possível voltar, pelo caminho que ele tem seguido, aos níveis de CO2 anteriores ao século XIX.Como comparar a importância desta notícia com as que nos dão, quotidianamente? E como explicar que seja por aqui, pelo Internet, que ela seja divulgada? -- É a tal "industrialização" dos meios de comunicação social, de que falava no penúltimo "post", a qual dá, aos e-mails, ao Facebook e a outros meios como este uma responsabilidade histórica.
Fica aqui um mapa, elaborado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e pela NASA, cujos pixels mudam semanalmente, mostrando a vegetação no planeta.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Igualdade
Os atenienses sabiam que não há liberdade sem igualdade.
Intuitivamente, nas praças das cidades do mundo, as pessoas descobrem isso.
A Democracia exige a igualdade perante a lei e não há democracia se as excepções, reais, que existem, de facto, para os políticos e para aqueles que mandam nos políticos, se mantiverem.
Se houver um grupo de pessoas -- os eleitos -- que tenha privilégios como aquele, inaceitável, de fazer as leis ou de tomar as decisões, em nosso nome, a seu favor, ou aquele outro, inexplicável, de tão raramente verem as suas penas de prisão por corrupção serem efectivas, estamos numa sociedade desigual, numa em que existe uma aristocracia, eleita mas não escolhida pelo povo: não estamos numa democracia.
A eleita Dilma, presidente do Brasil, começou por mandar homens armados fazer frente ao povo, intimidar e bater... mas acabou falando na necessidade de uma constituição que não seja criada pelos políticos profissionais. Como político que é, acalmada a multidão, dirá que não foi bem isso que disse, que foi mal interpretada, que as alterações necessárias serão feitas pelo Congresso... mas foi dado um pequeno passo e só se faz uma grande viagem tendo a coragem de dar os seus passos todos.
Alastra, no mundo, a consciência de que há uma oligarquia financeira internacional, a qual controla os eleitos, e a consciência de que precisamos de criar outro sistema -- a democracia real.
La dette publique française
Intuitivamente, nas praças das cidades do mundo, as pessoas descobrem isso.
A Democracia exige a igualdade perante a lei e não há democracia se as excepções, reais, que existem, de facto, para os políticos e para aqueles que mandam nos políticos, se mantiverem.
Se houver um grupo de pessoas -- os eleitos -- que tenha privilégios como aquele, inaceitável, de fazer as leis ou de tomar as decisões, em nosso nome, a seu favor, ou aquele outro, inexplicável, de tão raramente verem as suas penas de prisão por corrupção serem efectivas, estamos numa sociedade desigual, numa em que existe uma aristocracia, eleita mas não escolhida pelo povo: não estamos numa democracia.
A eleita Dilma, presidente do Brasil, começou por mandar homens armados fazer frente ao povo, intimidar e bater... mas acabou falando na necessidade de uma constituição que não seja criada pelos políticos profissionais. Como político que é, acalmada a multidão, dirá que não foi bem isso que disse, que foi mal interpretada, que as alterações necessárias serão feitas pelo Congresso... mas foi dado um pequeno passo e só se faz uma grande viagem tendo a coragem de dar os seus passos todos.
Alastra, no mundo, a consciência de que há uma oligarquia financeira internacional, a qual controla os eleitos, e a consciência de que precisamos de criar outro sistema -- a democracia real.
La dette publique française
Na nossa pequenina associação (AST), provámos a igualdade, discutimos em liberdade, demos um pequeno passo. Embora os eleitos recuperem o controle das iniciativas, o gosto da discussão fraterna e livre pedirá mais passos... e a qualidade da associação só poderá melhorar.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
A Associação Amar Santo Tirso e a Democracia
Hoje, à noite, pelas 21:30, há uma assembleia geral desta associação.
(20 de Junho: é hoje, dia 20, não foi ontem!)
Tem crescido o interesse pelas sincronicidades, termo cunhado por Carl Jung para falar do significado psicológico, inconsciente, das coincidências.
Esta associação nasceu em 2010, coincidindo com o início da grande transformação estrutural pela qual o mundo está a passar, análoga à de 1760 (a Revolução Industrial), e que vai continuar até que haja um novo "sistema", o qual, como aconteceu com o que ora se finda, levará décadas a aperfeiçoar-se.
Hoje, o que é notícia no mundo é o Brasil. Ontem, o Facebook, que foi peça fundamental para as manifestações que se estão a passar, deixou de funcionar, no Brasil. Falhanço intencional ou involuntário, é uma coincidência com significado: o facho olímpico da Revolução Global em curso está no Brasil, neste momento.
Os meios de comunicação social, como diz Vitorino Magalhães Godinho, no prefácio à 2ª Edição, de 2008, do seu livro de 1962, "A Expansão Quatrocentista Portuguesa", "industrializaram-se". E, portanto, o papel tradicional da imprensa está a cargo das redes sociais, no Internet, já que, como se sabe, as indústrias se dedicam a produzir lucro e há notícias importantes que dão prejuízo aos accionistas dessas indústrias.
É claro que o que se passa no Brasil, como o que se tem passado por todo o mundo, o povo na rua, não tem a ver com a subida do preço dos transportes ou com outros gatilhos, alhures. Tem a ver com a progressiva consciência de que os nossos "governos representativos" nada têm a ver com Democracia.
E com a intuição de que o Internet pode, quiçá pala primeira vez na História, permitir a sua criação.
A Democracia não passa de uma ideia, quer dizer que quem tem o poder é o povo, e nisso difere do que temos, a oligarquia, que quer dizer que o poder é de uns poucos.
Recordo-me de defender a democracia, ainda miúdo, a um tio que me perguntava se eu queria dar direito de voto a analfabetos e a ignorantes, algo que lhe parecia inconcebível. Feito o 25 de Abril, demorámos estes anos todos a perceber que os governos representativos nada têm a ver com democracia. De certa forma ele tinha razão quanto à ignorância: só agora, no mundo, quando estamos a sair dela, nos pudemos aperceber que a democracia, para o ser, tem que ser directa, real. Nesse tempo nem ele nem eu sabíamos que este sistema de eleições livres de pessoas não é a democracia. Em democracia o que se vota são leis, projectos, decisões políticas -- nunca pessoas.
Só hoje sabemos que as pessoas que nos apresentam para "escolhermos livremente" só podem ser, neste sistema, filhos da oligarquia -- ou nunca nos seriam apresentadas; e, mesmo que o chegassem a ser, rápida e inexoravelmente seriam "adoptadas".
O assunto que me parece interessante e actual para a Assembleia Geral da associação é a democracia, o facto de tomarmos por democracia o seu exacto contrário, como nos ensina Étienne Chouard, um estudioso da democracia ateniense, já citado.
É claro que eu gostaria que a democracia real funcionasse na nossa associação, seria o contributo mais interessante que ela poderia dar a Santo Tirso.
(20 de Junho: é hoje, dia 20, não foi ontem!)
Tem crescido o interesse pelas sincronicidades, termo cunhado por Carl Jung para falar do significado psicológico, inconsciente, das coincidências.
Esta associação nasceu em 2010, coincidindo com o início da grande transformação estrutural pela qual o mundo está a passar, análoga à de 1760 (a Revolução Industrial), e que vai continuar até que haja um novo "sistema", o qual, como aconteceu com o que ora se finda, levará décadas a aperfeiçoar-se.
Hoje, o que é notícia no mundo é o Brasil. Ontem, o Facebook, que foi peça fundamental para as manifestações que se estão a passar, deixou de funcionar, no Brasil. Falhanço intencional ou involuntário, é uma coincidência com significado: o facho olímpico da Revolução Global em curso está no Brasil, neste momento.
Os meios de comunicação social, como diz Vitorino Magalhães Godinho, no prefácio à 2ª Edição, de 2008, do seu livro de 1962, "A Expansão Quatrocentista Portuguesa", "industrializaram-se". E, portanto, o papel tradicional da imprensa está a cargo das redes sociais, no Internet, já que, como se sabe, as indústrias se dedicam a produzir lucro e há notícias importantes que dão prejuízo aos accionistas dessas indústrias.
É claro que o que se passa no Brasil, como o que se tem passado por todo o mundo, o povo na rua, não tem a ver com a subida do preço dos transportes ou com outros gatilhos, alhures. Tem a ver com a progressiva consciência de que os nossos "governos representativos" nada têm a ver com Democracia.
E com a intuição de que o Internet pode, quiçá pala primeira vez na História, permitir a sua criação.
A Democracia não passa de uma ideia, quer dizer que quem tem o poder é o povo, e nisso difere do que temos, a oligarquia, que quer dizer que o poder é de uns poucos.
Recordo-me de defender a democracia, ainda miúdo, a um tio que me perguntava se eu queria dar direito de voto a analfabetos e a ignorantes, algo que lhe parecia inconcebível. Feito o 25 de Abril, demorámos estes anos todos a perceber que os governos representativos nada têm a ver com democracia. De certa forma ele tinha razão quanto à ignorância: só agora, no mundo, quando estamos a sair dela, nos pudemos aperceber que a democracia, para o ser, tem que ser directa, real. Nesse tempo nem ele nem eu sabíamos que este sistema de eleições livres de pessoas não é a democracia. Em democracia o que se vota são leis, projectos, decisões políticas -- nunca pessoas.
Só hoje sabemos que as pessoas que nos apresentam para "escolhermos livremente" só podem ser, neste sistema, filhos da oligarquia -- ou nunca nos seriam apresentadas; e, mesmo que o chegassem a ser, rápida e inexoravelmente seriam "adoptadas".
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| Paula Rego, "The last feed" |
É claro que eu gostaria que a democracia real funcionasse na nossa associação, seria o contributo mais interessante que ela poderia dar a Santo Tirso.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
"Sorry!"
Às vezes o teatro é preciso para vermos a realidade. Os actores podem ser mais elucidativos que os discursos dos políticos no 10 de Junho, por ex.;-)
Aqui fica uma entrevista a Jeremy Irons, que foi um dos actores de "Um bilhete para Lisboa", um filme (muito mal recebido pela crítica) que nos falava dos "indignados" clandestinos do tempo de Salazar, da sociedade de pesadelo que era a nossa antes desta coisa, que não me canso de agradecer aos deuses: a liberdade de expressão!
Aqui fica uma entrevista a Jeremy Irons, que foi um dos actores de "Um bilhete para Lisboa", um filme (muito mal recebido pela crítica) que nos falava dos "indignados" clandestinos do tempo de Salazar, da sociedade de pesadelo que era a nossa antes desta coisa, que não me canso de agradecer aos deuses: a liberdade de expressão!
sábado, 8 de junho de 2013
Pensando alto
A dignidade, a saúde das pessoas que saem à rua na Turquia contra a arrogância das marionetes da oligarquia internacional, que são os governantes, em todo o mundo, faz pensar.
Ainda "há pouco" éramos assim, na Europa e nos Estados Unidos da América. Mas, cá, a oligarquia está a ganhar o jogo e a penúria não é propícia à dignidade humana. Lá, crescem a 7% e têm uma dívida de "apenas" 27% do PIB (a nossa chega aos 120%).
Foi tão bonito o gatilho que desencadeou a indignação dos cidadãos turcos: o governo cortou árvores numa praça sem perguntar às pessoas! E tinha a aprovação dos partidos, da maioria e da oposição, para aproveitar a praça para o lucro: faltava a das pessoas!
Em todo o mundo se vai percebendo que não há democracia; que os "representantes" nos não representam mas ao lucro de alguns; que estas Constituições os servem, aos eleitos que as redigiram; que os eleitos são fantoches de outro poder; e que, só se as redigirmos com cidadãos sorteados evitaremos o poder do capital sem pátria, pelo mundo fora.
Mas Europa parece anestesiada, desasada porque se segurava nos bancos. A indignação global, as manifestações em várias cidades ao mesmo tempo -- e lembro que começaram com a canção dos Deolinda, "Que parva que eu sou" -- passa-se alhures, em terras onde ainda há "chança", ou quiçá, onde ela renasce, enquanto, por cá, tentamos vender aquilo de que não precisamos, para sobreviver!
Mas ninguém compra.
Entretanto, a construção de Centros Comerciais chegou ao topo do mundo, a Lhasa. A destruição poderá ser impedida se a Organização das Nações Unidas incluir a cidade no "Património Mundial em Perigo". Assinei esta petição
Lá, como cá.
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| http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2013/06/turquia-tem-manifestacoes-contra-o-governo-pelo-sexto-dia-consecutivo |
Foi tão bonito o gatilho que desencadeou a indignação dos cidadãos turcos: o governo cortou árvores numa praça sem perguntar às pessoas! E tinha a aprovação dos partidos, da maioria e da oposição, para aproveitar a praça para o lucro: faltava a das pessoas!
Em todo o mundo se vai percebendo que não há democracia; que os "representantes" nos não representam mas ao lucro de alguns; que estas Constituições os servem, aos eleitos que as redigiram; que os eleitos são fantoches de outro poder; e que, só se as redigirmos com cidadãos sorteados evitaremos o poder do capital sem pátria, pelo mundo fora.
Mas Europa parece anestesiada, desasada porque se segurava nos bancos. A indignação global, as manifestações em várias cidades ao mesmo tempo -- e lembro que começaram com a canção dos Deolinda, "Que parva que eu sou" -- passa-se alhures, em terras onde ainda há "chança", ou quiçá, onde ela renasce, enquanto, por cá, tentamos vender aquilo de que não precisamos, para sobreviver!
Mas ninguém compra.
Entretanto, a construção de Centros Comerciais chegou ao topo do mundo, a Lhasa. A destruição poderá ser impedida se a Organização das Nações Unidas incluir a cidade no "Património Mundial em Perigo". Assinei esta petição
porque os tibetanos não conseguem, sozinhos, salvar a sua capital: precisam da ajuda do mundo.
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| Please join this campaign: http://chn.ge/14JylTc |
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