Soube que se trata de um gestor com experiencia e ele disse-nos, candidamente, que gostaria de ajudar mais, da gente que o procura, reformados a sustentar filhos e netos desempregados, casais que não conseguem pagar o empréstimo da casa, mas que a Instituição tem a responsabilidade dos ordenados de 300 funcionários, que é o segundo empregador do Conselho, depois da Câmara. Imagino que os tenha herdado, como terá herdado as consequências financeiras do tempo das grandes obras. Não se trata, seguramente, de alguém que se deixe influenciar pelo lobby da construção civil, os tempos mudaram. Aquando das perguntas, aproveitou para se referir, de novo, à sugestão que lançou de “voluntariado de dentro para fora” e percebi que conseguiu uma dezena de voluntários, de entre o pessoal da Santa Casa.
A frustração com as finanças transpareceu, de novo, quando, na sua intervenção, uma das técnicas da Misericordia se referiu à diminuição, na quantidade de cada ração de comida que distribuem, num acordo com os Serviços Sociais do Estado. Também transpareceu quando nos mostrou o número de famílias que recebem essas rações alimentares ( 53, ou seja, 111 tirsenses) e a consciência que tem de que há muitas mais necessitadas, a aumentar. Um dos slides que nos mostrou era uma citação de um discurso de Nelson Mandela, em Trafalgar Square, em Londres, em 2005, diante de 22 000 pessoas:
Vencer a pobreza não é uma tarefa de caridade, é um acto de justiça. Assim como a escravatura e o apartheid, a pobreza não é natural. É feita pelo homem e pode ser vencida e erradicada pelas acções dos seres humanos.
O Presidente da Câmara encerrou a conferencia com um discurso equilibrado em que se referiu à responsabilidade constitucional do Estado para com os cidadãos mais pobres e citou a conhecida frase do Evangelho, “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. No lugar do provedor eu aproveitaria para me congratular por saber que a responsabilidade pelo Hospital Conde S. Bento, o Hospital da cidade, de nível 1, será assumida pela Câmara, no caso, para mim inaceitável, de César, o Serviço Nacional de Saúde do Estado, o abandonar à Misericórdia de Deus. E aproveitaria para louvar a ideia, que o Presidente exprimiu, de construir um Hospital de nível 2, na confluência dos Concelhos de Santo Tirso, de Famalicão e da Trofa, o qual viria desafogar um pouco o de S. João, no Porto, que recebe os doentes de todo o Norte do país.
Um novo hospital, na conjuntura actual, é conversa de pardal...
ResponderEliminarSe o povo o quiser, que vote para valer, para o poder merecer!
http://pmcruz.com/
ResponderEliminarVisualização interactiva das relações de membros de Governos de Portugal com empresas e grupos
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