terça-feira, 7 de abril de 2015

Uma ode de Ricardo Reis

Melhor destino que o de conhecer-se
Não frui quem mente frui. Antes, sabendo,
Ser nada, que ignorando:
Nada dentro de nada.
Se não houver em mim poder que vença
As Parcas três e as moles do futuro,
Já me dêem os deuses o poder de sabê-lo;
E a beleza, incriável por meu sestro,
Eu goze externa e dada, repetida
Em meus passivos olhos,
Lagos que a morte seca.

As Parcas Reunidas entre as Estrelas, de Elihu Vedder (1887)
As Parcas ou Moiras teciam o destino de quem ia nascer
Nota: Sestro é hábito, teima, vício

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