quarta-feira, 8 de julho de 2015

Desinformação governamental desmascarada

Diz-se que Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler, terá dito (mas parece que a frase não é dele) que “uma mentira, suficientemente repetida, se transforma numa verdade”. As nossas sociedades contemporâneas deixariam esse governante inovador de boca aberta, porém!
Deixo aqui, na íntegra, uma carta aos portugueses de um cidadão honesto, Miguel Mattos Chaves, 
Gestor, 
Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia), Auditor de Defesa Nacional, indignado com a desinformação:
Meus Prezados Amigos,
Um pouco farto de ver e ouvir certas histórias, que pressentia, mal contadas, decidi-me a fazer as minhas contas a partir das Fontes Oficiais (INE e EUROSTAT).
Tem sido dito que os Pensionistas e os Reformados, junto com as Despesas de Pessoal do Estado, significariam, em conjunto, cerca de 75% a 78% das Receitas Públicas. Fui então verificar.
Ora sendo eu um cidadão preocupado com o desenvolvimento do meu País e com o Bem-Estar dos portugueses, achei que este número, a ser verdade, seria muito elevado e traria restrições severas a uma Política de Desenvolvimento e de Crescimento a Portugal.
Mas depois de tanto ouvir, comecei a achar estranho que estes números fossem repetidos até à exaustão. E decidi investigar eu próprio da veracidade de tais números.
Eis os Resultados:

 QUADRO no 1 - Despesas com Pensões e Reformas
(Unidade: mil milhões de euros)
ANOS

2011
2012
2013
P.I.B.
237,52 €
212,50 €
165,67 €
Pensões e Reformas
13,20 €
13,60 €
14,40 €
Percentagem do P.I.B.
 5,56 %
 6,40 %
 8,69 %
Total de receitas
 77,04 €
 67,57 €
 72,41 €
Percentagem, do total de receitas, das Pensões e Reformas


17,13 %


20,13 %


19,89 %

Meu comentário:
Qual não foi o meu espanto quando face a “doutas” opiniões de Economistas do Regime, de Jornalistas (ditos de economia) e de Políticos em que todos coincidiam em que esta Rubrica rondaria os 30% a 35% das Receitas do Estado e cerca de 15% a 17% do PIB, vim a verificar os resultados do Quadro no 1 que acima publico.
Isto é:
As Reformas e as Pensões, mesmo numa Economia em Recessão, significaram entre os 17,13% e os 20,13%, sobre as receitas totais do Estado. Muito longe, portanto, dos anunciados 30% a 35%.
Mas se a análise for feita sobre o PIB então o seu significado variou, repito num quadro de uma Economia em Recessão, entre os 5,56% e os 8,69%.
Portanto muito longe do anunciado pelos “especialistas”....
A coberto dessas pretensas “realidades” foram cometidos os mais soezes ataques a esta parte da população portuguesa. Parafraseando o Prof. Doutor Adriano Moreira – “estamos em presença de um esbulho”.
NOTA: Por uma questão de educação não quero adjectivar mais as declarações sobre a matéria da Sra Ministra das Finanças e seu antecessor, nem do Sr. 1o Ministro, já que os restantes declarantes deixaram de me merecer qualquer respeito.
 QUADRO no 2 - Despesas com Pessoal do Estado
(Unidade: mil milhões de euros)

ANOS

2011
2012
2013
P.I.B.
 237,52 €
 212,50 €
 165,67 €
Despesas com pessoal do Estado

11,30 €

10,00 €

10,70 €
Percentagem do P.I.B. dessas despesas

4,76 %

4,71 %

6,46 %
Total de receitas
77,04 €
 67,57 €
 72,41 €
Percentagem, das despesas com pessoal do Estado, do total das receitas



14,67 %



14,80 %



14,78 %

Meu comentário:
Devo confessar que aqui, nesta rubrica, o meu espanto ainda foi maior, dada a prolixa comunicação sobre este tema proferida pelos actores acima referidos.
E feitas as contas, (quadro no 2 acima), e juntando então os dois, os
resultados são na verdade os seguintes:
 Quadro no 3 – Despesas com Pensões e Reformas + Custos c/ Pessoal

 (Unidade: mil milhões de euros)


ANOS

2011
2012
2013
P.I.B.
 237,52 €
 212,50 €
 165,67 €
Despesas com pensões + pessoal do Estado



 24,50 €



23,00 €



25,10 €
Percentagem do P.I.B. dessas despesas


10,31 %


11,11 %


15,15 %
Total de receitas
77,04 €
 67,57 €
 72,41 €
Percentagem, do total das receitas, das despesas com Pensões e Reformas + com Pessoal do Estado.






31,80 %






 34,92 %






34,66 %
Ou seja:
A SOMA das Pensões e Reformas com as dos Custos de Pessoal do Estado, somam (numa Economia em Recessão) entre os 34,92% (incluindo aqui as indemnizações de mútuo acordo das rescisões então efectuadas) e os 31,80% sobre as Receitas Totais do Estado;
e entre 15,15% (incluindo aqui as indemnizações de mútuo acordo das rescisões então efectuadas) e os 10,31% sobre o Produto Interno Bruto.
OU SEJA:
Menos de Metade dos números anunciados pelo Sr. 1o Ministro e seus Ministros das Finanças, para falar de actores políticos relevantes, deixando de lado as personalidades menores que pululam nas Televisões, Rádios e Imprensa escrita, que passei assim a tratar dada a sua falta de seriedade intelectual.
E a coberto disto se construiu uma Política do agrado do Sistema Financeiro, por razões e números que aqui não vou referir, e dos Credores (por razões que aqui também me dispenso de enumerar).
CONCLUSÃO:
Estamos a ser enganados deliberadamente por pessoas que têm e prosseguem uma filosofia política bem identificada e proveniente dos teóricos da Escola de Chicago (a Escola Ultra Liberal), apesar de um dos seus maiores expoentes, o Sr. Alan Greenspan – ex- Governador do FED (Reserva Federal norte-americana) – ter pedido desculpa por ter acreditado nela e ter permitido os desmandos do sector financeiro que nos trouxeram até às crises das Dívidas Soberanas, embora ajudados pela subserviência, incúria e incompetência de boa parte das classes políticas ocidentais.
Espero ter sido útil neste meu escrito. Na verdade, sendo um homem da Direita Conservadora, o meu primeiro Partido é Portugal. Os Partidos Políticos são, para mim, apenas Instrumentos para o engrandecimento de Portugal. Se não cumprirem esta missão então, para mim, não servem para nada. E vejo, com extremo desgosto, o meu próprio Partido – o CDS-PP, metido nesta situação degradante para Portugal e para os Portugueses sabendo que há altern
ativas. E acima de tudo odeio a mentira.
Está na hora, na minha opinião, de reformar e modificar o sistema político vigente, sob pena de irmos definhando enquanto Nação Independente.
 
Com os meus melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
Gestor
Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia) Auditor de Defesa Nacional
O Lixo da Terra: Uma bela analogia com o lixo nas nossas cabeças, com a desinformação.
Cada um destes pontos corresponde a um satélite artificial, normalmente são detritos, identificados.


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