domingo, 5 de julho de 2015

O referendo é uma forma de democracia directa

Os gregos não se deixaram intimidar, recusaram obedecer a medidas que continuariam a afundar a economia e a empobrecer as pessoas.
Friso do templo de Zeus em Olímpia:
Apolo impondo a ordem aos centauros 
Em democracia o poder está no povo. Infelizmente, Europa não vive em democracia mas em oligarquia, que não tem pátria: os fabricantes de notas habituaram-se a levar juros pelo seu serviço, como se tivessem criado riqueza ao criar euros, ou dólares.
O Banco Central Europeu deve ser controlado democraticamente mas, de facto, tem accionistas, que, “por acaso”, com algum disfarce, coincidem com os donos do mundo. Como, “por coincidência", Mario Draghi foi empregado do Goldman Sachs! O BCE apresenta lucros aos seus accionistas, os quais decidiram desvalorizar o euro -- porque lhes convém. Como o peso da Grécia no euro é diminuto, precisaram de fazer um grande espalhafato para justificar a desejada desvalorização.
Os centauros, meio animal meio humanos,
eram selvagens que só acreditavam na força
Com o NÃO no referendo, a democracia e a dignidade do povo grego ganharam. Mas os donos do dinheiro, que querem a paridade euro/dólar, também ganharam.

O trabalho do nosso tempo é criar a democracia directa, usando a informática. E será preciso que o povo soberano destrua as máquinas de propaganda que o não deixam ver a realidade: o dinheiro é um instrumento para o comércio, do qual precisamos, e tem donos a quem pagamos o aluguer. Os cidadãos devem ser os verdadeiros donos desse instrumento, devem controlar os bancos emissores de moeda e acabar com a emissão de moeda dos bancos privados, ou seja, obrigá-los a ter o dinheiro que emprestam, como fez, recentemente, a Islândia. Deveríamos começar por um referendo europeu ao artigo 123 do Tratado de Lisboa, que proíbe os Estados de se financiarem directamente no BCE e os obriga a ir aos “mercados”, aos grandes bancos, que, esses, se financiam no BCE a taxas de zero vírgula qualquer coisa!
… mas estamos ainda tão longe da democracia!

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