quarta-feira, 5 de outubro de 2016

        VI
        OS COLOMBOS

https://mythicalgreece.wordpress.com/2011/04/14/athena/
Outros haverão de ter
O que houvermos de perder.
Outros poderão achar
O que, no nosso encontrar,
Foi achado, ou não achado,
Segundo o destino dado.
Mas o que a eles não toca
É a Magia que evoca
O Longe e faz dele história.
E por isso a sua glória
É justa auréola dada
Por uma luz emprestada.

2-4-1934
Mensagem. Fernando Pessoa. 
Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1934 
(Lisboa: Ática, 10ª ed. 1972).
 - 65.
A deusa Athena queria que a cidade lhe fosse dedicada e ofereceu-lhe a oliveira. Sabe-se que foi a escolhida e que as ânforas de azeite que os atenienses vendiam pelo Mediterrâneo fora (até mesmo à longuínqua cidade bem para lá das colunas de Hércules, fundada pelo divino Ulisses, também ele protegido pela donzela) lhes trouxeram a abundância, condição para criarem uma civilização; que ainda hoje é a nossa raiz da Arte e da Ciência.
A "Donzela", "Palas" Athena, simbolizada pela coruja, vê longe. Estratega, sabe aplicar a inteligência na prática, inteligência alargada ao interesse geral, sabedoria. É, ainda hoje, o símbolo da Justiça. Guerreira, só usa a força raríssimamente; mas as causas que defende, por justas e razoáveis, sempre vencem.

Hoje, invoco silenciosamente a sua protecção para a Organização das Nações Unidas, para que esta não caia nas garras do "Eurogrupo", dos políticos lacaios da oligarquia que manda no mundo. Que a coruja inspire os vencedores da segunda guerra mundial, que ainda controlam a ONU, a escolher o melhor, neste caso um português. Guterres, pelo nome, deve ter antepassados timorenses, simbolizando o universalismo da nossa gente: além do mérito dele, óbvio, há o mérito de uma civilização, a nossa, e a sua eleição alegrar-me-á ainda mais que o golo do Eder;-)

Última hora: 17:26
E eis que, agora, será difícil, como sempre, ir contra a vontade da deusa. Mas esperemos por quinta-feira.



E deixo aqui um documentário que é prova suficiente de que, pelo menos desde há uns 40 ou 50 anos, voltámos a ser um país criador de civilização. Fernando Pessoa dizia que não é por acaso que Lisboa e Atenas estão aproximadamente à mesma latitude; o nosso mediterrâneo é o Atlântico!
E aqui fica a visão que António Guterres apresentou aos representantes das Nações Unidas 
e ainda como, à saída, se apresentou aos jornalistas, ao mundo

Sem comentários:

Enviar um comentário