sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tempos de mudança: tempo de aprender o que esquecemos!

Foi graças àquele vídeo contínuo ali ao lado, "A REVOLUÇÃO GLOBAL", que conheci este Workshop de um dia, que Marshall Rosemberg fez, em Abril de 2000, em San Francisco, na Califórnia.
Este homem viveu os motins raciais de Detroit, em 1943, com nove anos e formou-se em Psicologia com a intenção de contribuir para que essas coisas não acontecessem. No último ano do doutoramento um professor disse-lhe que que talvez os doentes não estivessem doentes mas a cumprir instruções da sociedade em que cresceram.
"Ando eu nove anos a estudar e diz-me isso agora! E como tratá-los? -- Isso é o que tu vais estudar e descobrir!"
Ele "escavou", então, até à Revolução Agrícola, ou revolução neolítica, ao tempo em que fomos "expulsos do paraíso", para descobrir que, segundo os antropólogos, as sociedades de caçadores / recolectores do Paleolítico não tinham esta nossa noção de justiça, de que devemos ter o que merecemos, esta nossa tendência para mandar ou para ser mandado (que é a mesma coisa) mas antes sentiam o que os outros sentiam e procuravam satisfazer as necessidades uns dos outros.
Pôs-se em campo para criar um método de nos levar de volta ao paraíso (embora não tenha feito esta analogia bíblica!). E ensina a Comunicação não violenta, uma técnica que temos que reaprender:



Vale a pena aprender inglês só para ouvir estas aulas (há mais vídeos no YouTube) que me fizeram pensar em Agostinho da Silva e em que talvez seja mais fácil aos portugueses que aos americanos esta reaprendizagem do encanto da vida -- reconhecendo que estes milhares de anos de desvio cultural foram necessários. Que a ciência é óptima e para continuar mas que chega de violência -- já fez muitos estragos!

5 comentários:

  1. Boa reflexáo sobre a comunicaçao e bom video. Ainda assim prefiro uma arrozada de verdades crueis ditas com mais ou menos carinho; a mudança de assunto; comparadas a outra forma de comunicaçao que vem tomando corpo no seio politiqueiro deste e de outros países: o silèncio. Cada vez mais os jornalistas vèm o seu direito de informar boicotado, porque n há direito a perguntas.
    É a forma mais cruel de comunicar com o nosso semelhante.

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  2. Temos que dar o desconto aos nossos políticos: eles não têm problemas de comunicação, deixam-nos perceber, com clareza, que não sabem sair desta e querem defender os tachos -- missão para a qual foram escolhidos. Não! Não fomos nós quem os escolheu, claro!

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  3. Nao votei e animei - os que consegui- a nao faze-lo. Uma razáo: a democracia representativa nunca seviu Portugal. Iria às urnas se no boletim de voto houvesse lugar a um quadrado para o voto em branco.Uns defendem os tachos,os outros os tachinhos.

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  4. O voto em branco não precisa de um quadrado: entrega-se o boletim em branco. Não ir é abstenção, tem um significado diferente. Ainda há o voto nulo, que é quando se sarrabisca qq coisa no boletim, fora do sítio.
    Acho perigoso destruir a democracia representativa antes de ter criado a democracia real. Veja em Itália, o voto trouxe, talvez, algum progresso no caminho para a democracia directa.
    Quem tem uma certa idade e viveu em ditadura tem muito cuidado para não cair nela outra vez ;-)
    Obrigado por comentar. Reparou na canção de Jaques Brel, que acrescentei, num link, no final?

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  5. Ao que apurei, a lei traduz que o significado prético dos votos nulos, brancos ou a abstençao tem o mesmo efeito; ou seja: nenhum. Apenas contam os votos válidos, seja em que número for. De todos continuo a preferir a abstençao,uma vez que nao tenho a despesa de me deslocar. Nao diria certa idade , mas idade certa para sonhar e pensar que a liberdade de expressao traria com ela as outras.Que seja uma dúzia de anos, nunca senti o sabor dessa esperança que derramou no bem estar do cimento. Continuaram a carregar os jovens com drogas pesadas como os Lusiadas ou os Maias que os afasta definitivamente da leitura em idades de desenvolver espirito crítico e caracter. Reparei sim na cançao, obrigada.

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