Este homem viveu os motins raciais de Detroit, em 1943, com nove anos e formou-se em Psicologia com a intenção de contribuir para que essas coisas não acontecessem. No último ano do doutoramento um professor disse-lhe que que talvez os doentes não estivessem doentes mas a cumprir instruções da sociedade em que cresceram."Ando eu nove anos a estudar e diz-me isso agora! E como tratá-los? -- Isso é o que tu vais estudar e descobrir!"
Ele "escavou", então, até à Revolução Agrícola, ou revolução neolítica, ao tempo em que fomos "expulsos do paraíso", para descobrir que, segundo os antropólogos, as sociedades de caçadores / recolectores do Paleolítico não tinham esta nossa noção de justiça, de que devemos ter o que merecemos, esta nossa tendência para mandar ou para ser mandado (que é a mesma coisa) mas antes sentiam o que os outros sentiam e procuravam satisfazer as necessidades uns dos outros.
Pôs-se em campo para criar um método de nos levar de volta ao paraíso (embora não tenha feito esta analogia bíblica!). E ensina a Comunicação não violenta, uma técnica que temos que reaprender:
Vale a pena aprender inglês só para ouvir estas aulas (há mais vídeos no YouTube) que me fizeram pensar em Agostinho da Silva e em que talvez seja mais fácil aos portugueses que aos americanos esta reaprendizagem do encanto da vida -- reconhecendo que estes milhares de anos de desvio cultural foram necessários. Que a ciência é óptima e para continuar mas que chega de violência -- já fez muitos estragos!
Boa reflexáo sobre a comunicaçao e bom video. Ainda assim prefiro uma arrozada de verdades crueis ditas com mais ou menos carinho; a mudança de assunto; comparadas a outra forma de comunicaçao que vem tomando corpo no seio politiqueiro deste e de outros países: o silèncio. Cada vez mais os jornalistas vèm o seu direito de informar boicotado, porque n há direito a perguntas.
ResponderEliminarÉ a forma mais cruel de comunicar com o nosso semelhante.
Temos que dar o desconto aos nossos políticos: eles não têm problemas de comunicação, deixam-nos perceber, com clareza, que não sabem sair desta e querem defender os tachos -- missão para a qual foram escolhidos. Não! Não fomos nós quem os escolheu, claro!
ResponderEliminarNao votei e animei - os que consegui- a nao faze-lo. Uma razáo: a democracia representativa nunca seviu Portugal. Iria às urnas se no boletim de voto houvesse lugar a um quadrado para o voto em branco.Uns defendem os tachos,os outros os tachinhos.
ResponderEliminarO voto em branco não precisa de um quadrado: entrega-se o boletim em branco. Não ir é abstenção, tem um significado diferente. Ainda há o voto nulo, que é quando se sarrabisca qq coisa no boletim, fora do sítio.
ResponderEliminarAcho perigoso destruir a democracia representativa antes de ter criado a democracia real. Veja em Itália, o voto trouxe, talvez, algum progresso no caminho para a democracia directa.
Quem tem uma certa idade e viveu em ditadura tem muito cuidado para não cair nela outra vez ;-)
Obrigado por comentar. Reparou na canção de Jaques Brel, que acrescentei, num link, no final?
Ao que apurei, a lei traduz que o significado prético dos votos nulos, brancos ou a abstençao tem o mesmo efeito; ou seja: nenhum. Apenas contam os votos válidos, seja em que número for. De todos continuo a preferir a abstençao,uma vez que nao tenho a despesa de me deslocar. Nao diria certa idade , mas idade certa para sonhar e pensar que a liberdade de expressao traria com ela as outras.Que seja uma dúzia de anos, nunca senti o sabor dessa esperança que derramou no bem estar do cimento. Continuaram a carregar os jovens com drogas pesadas como os Lusiadas ou os Maias que os afasta definitivamente da leitura em idades de desenvolver espirito crítico e caracter. Reparei sim na cançao, obrigada.
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