(...) Poema onde está
A palavra extrema
Que une e reconhece
Pois só no poema
Um povo amanhece
A palavra extrema
Que une e reconhece
Pois só no poema
Um povo amanhece
A física e a matemática mostram-nos como, do caos, nasce a ordem, como aparece um atractor que o organiza.
Nós, humanos, somos diversos por natureza, configuramos o caos. Os atractores à volta dos quais nos organizamos como sociedades são sempre efémeros, como na natureza -- as sociedades evoluem.
No tempo do Império Romano, um escritor falou de um povo, nos confins da Hispânia, que "não se governa nem se deixa governar", um povo onde a diversidade era máxima, porque era ali a fronteira com o Oceano, intransponível na época, era ali que todos os migrantes se detinham, forçados a conviver. Findo o Império, era aqui o país mais diverso de raízes.
Reino do paradoxo, que quer dizer complexidade, aqui, no Ocidente extremo, medrou, como atractor, a ideia de continuar o sonho fracassado de Alexandre, o de englobar a India, o mitificado Oriente, numa nova ordem, mais rica por mais diversa, mais global. D. João II foi, momentaneamente, o atractor, em forma de gente.
"Cumpriu-se o Mar e o Império se desfez": os nossos aliados ingleses organizaram o caos neste último quarto de milénio e ontem, simbólicamente, despediram-se, orgulhosos do passado, içando a bandeira grega no palco do mundo e no que foi o centro do efémero (como todos) Império que ora acaba -- o tempo da chamada revolução industrial.
Também simbolicamente, passaram o facho ao Brasil, ao maior dos países dos confins do novo mundo, a América do Sul, onde, no nosso tempo, se detêm e são forçados a conviver os migrantes de todo o planeta. Onde é maior a diversidade, o caos, e onde, paradoxalmente, é menor a entropia.
Há uma grande diferença entre a democracia brasileira e as nossas, embora também ela tenha nascido à sombra da inglesa, a qual foi o que foi, oligarquia de bancos que emprestavam o dinheiro que produziam (literalmente). É que, no Brasil, os cidadãos são obrigados a votar. Sem essa idiossincrasia brasileira é difícil imaginar a eleição de Lula, por exemplo, e a esperança que, no meio do caos, existe.
"Especulo" que, assim como, em cada um de nós, se houver algum aspecto nosso que não tenhamos integrado e criemos separação com a sua manifestação no exterior não estamos bem, estamos doentes, assim, numa organização social, se houver alguma pessoa, algum grupo, cuja "potência" (no sentido da palavra para Espinoza) não actuar no conjunto, essa não é uma sociedade natural, não é uma sociedade real, está doente.
Somos 99,9% aqueles a quem a ordem mundial em "implosão" não convém. E somos 99,9% aqueles a quem a violência não convém. A Democracia Real pode ser uma Utopia mas é para lá que caminhamos. É o atractor e a indignação é natural, é percurso.
No tempo do Império Romano, um escritor falou de um povo, nos confins da Hispânia, que "não se governa nem se deixa governar", um povo onde a diversidade era máxima, porque era ali a fronteira com o Oceano, intransponível na época, era ali que todos os migrantes se detinham, forçados a conviver. Findo o Império, era aqui o país mais diverso de raízes.
Reino do paradoxo, que quer dizer complexidade, aqui, no Ocidente extremo, medrou, como atractor, a ideia de continuar o sonho fracassado de Alexandre, o de englobar a India, o mitificado Oriente, numa nova ordem, mais rica por mais diversa, mais global. D. João II foi, momentaneamente, o atractor, em forma de gente.
"Cumpriu-se o Mar e o Império se desfez": os nossos aliados ingleses organizaram o caos neste último quarto de milénio e ontem, simbólicamente, despediram-se, orgulhosos do passado, içando a bandeira grega no palco do mundo e no que foi o centro do efémero (como todos) Império que ora acaba -- o tempo da chamada revolução industrial.
Também simbolicamente, passaram o facho ao Brasil, ao maior dos países dos confins do novo mundo, a América do Sul, onde, no nosso tempo, se detêm e são forçados a conviver os migrantes de todo o planeta. Onde é maior a diversidade, o caos, e onde, paradoxalmente, é menor a entropia.
Há uma grande diferença entre a democracia brasileira e as nossas, embora também ela tenha nascido à sombra da inglesa, a qual foi o que foi, oligarquia de bancos que emprestavam o dinheiro que produziam (literalmente). É que, no Brasil, os cidadãos são obrigados a votar. Sem essa idiossincrasia brasileira é difícil imaginar a eleição de Lula, por exemplo, e a esperança que, no meio do caos, existe.
"Especulo" que, assim como, em cada um de nós, se houver algum aspecto nosso que não tenhamos integrado e criemos separação com a sua manifestação no exterior não estamos bem, estamos doentes, assim, numa organização social, se houver alguma pessoa, algum grupo, cuja "potência" (no sentido da palavra para Espinoza) não actuar no conjunto, essa não é uma sociedade natural, não é uma sociedade real, está doente.
Somos 99,9% aqueles a quem a ordem mundial em "implosão" não convém. E somos 99,9% aqueles a quem a violência não convém. A Democracia Real pode ser uma Utopia mas é para lá que caminhamos. É o atractor e a indignação é natural, é percurso.

Sem comentários:
Enviar um comentário