quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Morreu ontem, aos 95 anos, Alfredo Ribeiro dos Santos, um homem bom, íntegro, que cultivava a amizade.
Democrata republicano, nunca aceitou o golpe militar de 1926. Participou activamente na candidatura do General Norton de Matos para a Presidência da República e sempre, pacificamente, em todos os protestos que foram acontecendo, durante os 50 anos que durou a tirania.
Bibliófilo, historiador da nossa cultura, é respeitado por comunistas e por salazaristas e orgulhava-se de ter sido amigo de pessoas como Leonardo Coimbra, Jaime Cortesão, Abel Salazar, e de tantas luzes que brilharam durante a longa noite fascista. Deixou livros que serão consultados pelo tempo fora.
Agnóstico, humanista, um espírito lúcido com um grande coração.
Fez inúmeras anestesias no Hospital Conde S. Bento, no tempo da Misericórdia, antes do SNS, quantas delas de graça, porque assim eram os tempos, antes do direito à saúde -- o qual de novo nos roubam, pela calada.
Fica na memória dos seus muitos amigos.

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