Pobres das flores nos canteiros dos jardins regulares.
Parecem ter medo da polícia...
Mas tão boas que florescem do mesmo modo
E têm o mesmo sorriso antigo
Que tiveram para o primeiro olhar do primeiro homem
Que as viu aparecidas e lhes tocou levemente
Para ver se elas falavam…
Alberto Caeiro, poema XXXIII de “O Guardador de Rebanhos”
"Resume-se numa coisa, aparentemente muito simples, a obra de Alberto Caeiro — a reconstrução do sentimento pagão." (Ricardo Reis)
"Repare-se: O extraordinário valor da obra do sr. A.C. está precisamente em ela ser obra de um místico materialista, de um abstracto que só trata das coisas concretas, dum ingénuo e simples que não pensa senão complexamente, dum poeta da Natureza que o é do espírito, dum poeta espontâneo cuja espontaneidade é o produto de uma reflexão profunda. No mero enunciado disto salta à inteligência a assombrosa originalidade do sr. A. Caeiro.” (F.Pessoa)
"Oiço ainda, na lembrança do meu coração, aquela voz plácida e fria - tão cheia contudo de todo o calor íntimo da realidade! - dizer-me, com a sua simplicidade de dentro: «Álvaro de Campos, eu creio no que tenho que aceitar.» E eu adopto a frase letra a letra. Creio na máquina porque tenho que a aceitar do mesmo modo que a árvore." (A. de Campos, sobre Caeiro)
«A Natureza é partes sem um todo» (A. Caeiro)
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