domingo, 3 de agosto de 2014

Pelo Seguro!

Tenho insistido na necessidade de tomarmos consciência de que vivemos num sistema que se chama, desde os antigos gregos, uma oligarquia. E talvez baste procurar os accionistas do BIS (Bank of International Settlements), em cuja página (site, ou “sitio", como dizem os brasileiros) no Internet, este banco, sediado na Suíça, anuncia ser o banco dos bancos centrais, para conhecer os oligarcas, os poucos que são, literalmente, donos do mundo, da industria de produção de moeda.
E tenho insistido em que estamos em tempos de mudança, pelo menos durante mais uma década, porque gostaria que, desta magna transformação, deste desabar do sistema mundial em que vivemos, nascesse uma democracia real –gostaria que ganhássemos uma consciência clara de que as nossas “democracias” são a roupagem que a oligarquia internacional usa, para ser atraente e ficar bem na fotografia. E conscientes do risco de perdermos o que resta dos Direitos Humanos, neste desabar do sistema, que acontece debaixo dos nossos olhos!
Também tenho falado dos fractais, em que o desenho do grande é análogo ao do pequeno, para ver analogias entre o sistema do mundo e o de um País, de uma Câmara ou de uma Junta de Freguesias.

Os primeiros-ministros, de todos os países, são, evidentemente, escolhidos pela oligarquia mas talvez tenhamos uma pequeníssima margem de liberdade. Neste momento, sendo provável que o P.S. ganhe as próximas eleições, depois de tão grande excesso de zelo do Sr. Passos Coelho em pagar atempadamente os juros aos oligarcas internacionais sem incomodar os nacionais, o marketing da oligarquia deixa-nos pensar que podemos escolher entre o Sr. Costa e o Sr. Seguro, para o lugar de lacaio da dita, lugar muito apetecido.
É esse o assunto com que nos distraem. O Sr. Seguro vem da juventude partidária, parece ser um político de profissão, parece análogo ao Sr. Passos Coelho, sem nada que o recomende. E o Sr. Costa parece ter sido um bom presidente da Câmara, sabe falar na Quadratura do Circulo, parece encarnar a “mudança” que sentimos precisar.
Dir-se-ia que o marketing apostou no Sr. Costa, estaria a vender-nos a almejada “mudança”. Sinto mais confiança nele, parece uma pessoa séria e competente –o marketing costuma funcionar, Antonio Costa é o escolhido pela oligarquia, muito provavelmente!

Mas há um único ponto que deve ser o nosso critério para escolher políticos ou partidos— se concordam, ou não, com o artigo 123 do Tratado de Lisboa! Ora, curiosamente, hoje, o Sr. Seguro, na entrevista ao “Público”, sem referir expressamente o dito artigo 123, fala do assunto (e espero que o leitor entenda “politiquês”, o português dos políticos) —“O que eu não aceito é que o meu país pague taxas de juro superiores aos bancos comerciais pelo mesmo dinheiro que os bancos comerciais vão buscar ao BCE a menos de 1%. Isto é que é inaceitável.”
Acontece que mais nenhum político se atreveu, desde que Jose Sócrates fez a festa do Tratado de Lisboa, a pô-lo em causa, neste caso ao seu famigerado artigo 123, que proíbe, expressamente, que os países se financiem no BCE e dá esse privilegio aos bancos privados.

Simpatizo mais com o Costa mas sou pelo Seguro! É a escolha racional.
Mais racional seria dizer que tanto faz! Que António José Seguro, na improvável circunstância de chegar a primeiro-ministro, se esqueceria, “seguramente”, de ter dito tal frase, “seguramente” um erro dos jornalistas de o “Público”.
Mas não vai ganhar! Os escolhidos não dizem tais verdades, nem por engano.

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