domingo, 31 de agosto de 2014

Presos


Quando vejo a expressão de dignidade do cão preso penso que é a minha dignidade quem me pede que o solte. Envergonho-me de prender.
Ora isso, esse valor “Liberdade”, há de variar de importância—sendo sempre um valor—de pessoa para pessoa, de cultura para cultura.
Diz-se que “El-Rei D. Diniz fez tudo quanto quis”. Que dizer da sua mulher, aquela menina que veio de Aragão, terra de hereges e de trovadores, cujo coração o Rei gostaria de conquistar?  Ela deu abrigo a perseguidos, criou o herético culto do Espírito Santo dentro da Igreja portuguesa e, todos os anos, a seu pedido, o Rei sentava-se à mesa com o povo, no dia da festa, com toda a corte, e soltava todos os presos.
A relação entre o número de presos e o grau de desigualdade de rendimentos.
Estatísticas não são leis, nem há “leis”, mesmo, em Sociologia. Mas, são tantos os males que a desigualdade traz que chega para saber qual o propósito da política. Porém, veja-se a Grécia, no gráfico!
Dizia Fernando Pessoa que não será por acaso que Lisboa está quase à mesma latitude de Atenas…
Tenho por crença do temperamento que as pessoas que têm preguiça de pensar só respeitam o poder. Pouco lhes interessa a liberdade dos outros, ou a sua mesma. E, confesso, tenho que me esforçar para as respeitar, como penso dever.
Procurei o cão, esta manhã, dentro do cercado que lhe fiz, chamei-o, e ele apareceu, do lado de fora da rede. Fez várias tentativas e saltou-a, para o lado de dentro, para me dar os bons-dias. Esse, confesso, respeito sem esforço.
Deixo aqui uma conferencia de Prem Rawat, numa prisao, creio que americana, o que interessa esta dentro de nos.

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