sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Tempos de mudança -- o renascimento da ciência

Rupert Sheldrake é um cientista britânico, que estudou no Clare College da Universidade de Cambridge (com um ano em Harvard) onde obteve um BA e um PhD em bioquímica e onde foi, durante nove anos, director de estudos, em bioquímica e em biologia celular.
Mas não lhe pareceu possível, dentro dos paradigmas da bioquímica, perceber a relação entre os genes e as formas dos seres vivos, ou, como ele diz: The system is circular, it does not explain how [differentiation is] established to start with. After nine years of intensive study, it became clear to me that biochemistry would not solve the problem of why things have the basic shape they do, e criou a hipótese da "ressonância mórfica". Começou a mexer com os dogmas da ciência, de que fala no último livro, "The science dellusion", em que caracteriza esse delírio como sendo "a crença de que a ciência já compreende a natureza da realidade, em princípio, deixando alguns detalhes para serem preenchidos".

Ora este senhor foi convidado para fazer uma conferência no TEDx de Londres, em Whitechapel e, o que vem confirmar a sua tese, este filme foi retirado, por uma comissão (de censura) do TED, do canal do YouTube onde estão as outras conferencias TED. :

O assunto insere-se nestes "tempos de mudança" que são estes anos, a qual mudança se não refere apenas à concretização da profecia de Karl Marx sobre a crise final do sistema capitalista mas a uma mudança de paradigma, um tempo em que as nossas crenças todas são abaladas e acabarão por cair.

Recordo-me do entusiasmo com que estudei, numa cadeira de Biologia, a estrutura molecular do ADN, em 1967, e de como pensava que tinha sido decifrado o "mecanismo" da vida; mas, exactamente, os seres vivos não são mecanismos, nem o sistema solar, nem o Universo, e, assim como mudam as "leis" que regem o olhar de uma pessoa, como eu, sobre o mundo, assim mudam os paradigmas das civilizações -- e até as leis da física, elas mesmas, nao são imutáveis desde o Big Bang!
A noção mesma de imaginar a natureza regida por leis imutáveis é antropocêntrica, é uma projecção do nosso desejo de confiar na lei -- mas nem os juristas acompanham as suas mudanças!

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